O Núcleo Piratininga está apoiando a 1ª Mostra CineTrabalho da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. O projeto acontece de 20 a 23 de novembro de 2006, no campus Marília – Anfiteatro I. A coordenação é do professor Giovanni Alves que será um dos palestrantes do 12º Curso de Comunicação do NPC. As inscrições podem ser feitas até o dia 27, na página www.telacritica.org. O Boletim do NPC entrevistou Giovanni para conhecer maiores detalhes da Mostra. 

Kátia Marko – Quais os objetivos da Mostra?

Giovanni AlvesO objetivo da Mostra CineTrabalho é, primeiro, estimular (e incentivar) sua produção – filmes e vídeos que tratam do mundo do trabalho. Hoje é muito fácil produzir vídeos e filmes – basta ver o fenômeno do You Tube ou do Google Vídeo na Internet. Não basta ter uma filmadora na mão. É preciso ter uma idéia na cabeça. O que queremos dizer é que é importante expor o mundo do trabalho. Deste modo, o CineTrabalho possui um sentido político: dar visibilidade, através do filme e do vídeo, às condições de vida e de trabalho de homens e mulheres da sociedade do capital. A idéia-chave é dar visibilidade ao mundo do trabalho, lutar contra a invisibilidade dos explorados em suas múltiplas dimensões de vida e trabalho. 

Kátia Marko – Como e quem pode participar?

Giovanni AlvesTodos podem participar, enviando seus vídeos ou filmes de curta, média ou longa-duração, ficcional ou documentário, que tratem de algum modo, do mundo do trabalho em seus múltiplos aspectos. O importante é participar e dar a sua mensagem midiática. Estamos apenas começando. Todo começo é difícil. Tentaremos buscar apoio para dissiminar esta idéia. 

Kátia Marko – Como você vê a utilização do cinema na organização dos trabalhadores?

Giovanni AlvesO cinema ou o vídeo é um recurso midiático da mais alta relevância na prática política de construção da consciência de classe. Não apenas a formação política ou sindical propriamente dita. Mas a formação humana. Isto é, através da arte podemos nos redimir da barbárie social, cultivando outra sensibilidade. Mais do que nunca, a emancipação social do século XXI é uma emancipação estética e não apenas política no sentido estrito. Vivemos numa sociedade midiática e devemos utilizar recursos midiáticos na prática pedagógica de formação humana, política e sindical. Mais do que nunca se exige capacidade de inovação nesta área de educação popular, política e sindical. A burguesia faz isto diariamente. É claro que a utilização do filme de cinema ou vídeo exige uma reflexão metodológica. Não basta exibir e pronto. É preciso elaborar uma metodologia – é isto o que o Tela Crítica se propõe a fazer.

(Leia a entrevista completa em nossa página, na seção: entrevista)