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[Por Rosângela Ribeiro Gil] Interessante entrar no site da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas de Portugal (FSTIEP) e conferir uma página dedicada à imprensa operária e sindical em Portugal, assinada pelo historiador Francisco Canais Rocha. Das primeiras folhas operárias, em 1850, com a publicação do jornal “O Eco dos Operários”, passando, depois pelo surgimento do “O Eco Metalúrgico”, no mesmo ano, a imprensa sindical no país ultrapassou um século e meio de existência e teve o primeiro diário operário português, “A Greve”, lançado a partir de 1908.

Todavia, nos informa Rocha, com a implantação da ditadura fascista, saída do golpe de estado militar de maio de 1926, “abate-se a repressão sobre o movimento sindical e, consequentemente, sobre a imprensa sindical”. “A Batalha”, que chegou a ser o terceiro diário nacional dos trabalhadores, depois de “O Século” e o “Diário de Notícias”, foi proibido em maio de 1927 e teve suas instalações totalmente destruídas pela polícia.

“A Batalha” foi um periódico operário de tendência anarco-sindicalista fundado em fevereiro de 1919, junto com a Confederação Geral do Trabalho (CGT) portuguesa, de quem seria porta-voz. A publicação voltou a circular em outros períodos, entre as décadas de 1940 e 1990, com outras denominações, como “A Batalha: jornal sindicalista revolucionário” e “Jornal de Expressão Anarquista”. O historiador Francisco Canais Rocha finaliza seu texto com uma observação pertinente: “Hoje, como ontem, a imprensa sindical continua a ser uma arma importante na mão dos trabalhadores organizados.”