Vito Giannotti – Deu dia 13.11, no Estadão: “A Editora Abril lança, no próximo dia 23, uma revista semanal feita pelos leitores”. Esta se chamará “Sou + Eu”, terá 350 mil exemplares semanais e será vendida a R$ 1,99. É uma tentativa da editora de ampliar sua presença nas classes de poder aquisitivo mais baixo. A partir desta notícia poderemos fazer 177 considerações. Neste dias, poderemos acompanhá-las fartamente em debates e pela Internet. Vamos ver algumas dessas que serão feitas a partir desta nova revista da Abril.

  1. A burguesia sempre cria novos meios para disputar a hegemonia com as classes populares. A Abril tem dezenas de revistas, fora o panfletão da direita chamado de Veja. Todas estas, porém, não lhes eram suficientes. Faltava mais uma que acaba de ser criada.
  2. Uma análise que decorre do ponto acima: Por que a maioria dos sindicatos se satisfaz com um chamado jornal que sai a cada mês? Ou a cada dois meses? Não seria o caso de parar o refluxo que teve início no começo dos anos 90 e volta a ter publicações no mínimo semanais?
  3. Só para relembrar. Em 1990, seis sindicatos chegaram a ter jornais diários: Metalúrgicos do ABC, Bancários de São Paulo, Bancários do Rio de Janeiro, Bancários de Brasília, Químicos de São Paulo e Bancários de Salvador? Hoje, desses, sobram só dois: o jornal dos Bancários de Salvador e o dos Metalúrgicos de São Bernardo. Por que aconteceu isso? Por não pensar em reverter este rumo? Por que não imitar a Editora Abril?
  4. Quem disse que a era dos jornais impressos acabou? A mãe da Veja não acha. Tanto é que lança mais uma revista destinada a leitores com baixa escolaridade. E nem as Organizações Globo acham que a leitura de jornais acabou. Tanto é que neste ano, lançaram, no Rio, o jornal popular O Expresso, a R$ 0,50.
  5. Para fechar, que tal pensar em fazer nascer um, dois ou três jornais de esquerda a serem vendidos em bancas. Impossível? Quem disse?