Por Vito Giannotti, abril de 2001
Fonte: “Florilége de la Chanson Revolutionaire” (1995)

O poema que deu origem ao hino A Internacional foi escrito, em junho de 1871, por um lutador sobrevivente da Comuna de Paris, Eugéne Pottier. Em 1887, ele publicou uma coletânea de seus poemas, entre os quais estava A Internacional. Pottier conta que compôs esta poesia em junho de 1871, pouco depois da derrota da Comuna, mas só a publicou pela primeira vez naquela coletânea.

A música, logo em seguida, será composta por um belga de nome Pierre Degeytter, para um coral operário da cidade de Lille, norte da França. Assim A Internacional começou a ser cantada por grupos de operários socialistas e anarquistas a partir do começo da década de 90.

Primeiras execuções

  • Em 1896, no XIV Congresso do Partido Operário Francês A Internacional foi tocada e cantada pelos delegados;
  • Em 8 de dezembro de 1899 foi cantada por todas as várias tendências presentes no fechamento do Congresso Operário Unitário em Paris;
  • Em setembro de 1900, durante o 5º Congresso da Internacional Socialista, A Internacional foi cantada por todos os delegados presentes;
  • Finalmente, em 1910, no Congresso da II Internacional, em Copenhaguen, foi tocada e cantada por uma orquestra e um coral de 500 pessoas. Foi assim que A Internacional foi consagrada como O HINO INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES.

A Internacional no Brasil

Já em 1º de Maio de 1906, A Internacional era cantada numa manifestação em São Paulo. O mesmo se repetiu no 1º de maio de 1907, quando começou uma greve, que durou quase um mês, pelas 8 horas e por aumento de salário.

Durante toda a segunda década do século XX a nascente classe operária brasileira cantou, nas suas greves e manifestações, A Internacional. Na mais célebre destas greves, a Greve Geral de São Paulo, em julho de 1917, o hino era cantado entre vivas a Lênin e à Revolução Russa.

Durante a década de 20, em todos os 1º de Maio, anarquistas e comunistas, uns com bandeiras negras, outros vermelhas, cantavam o mesmo hino. Assim continuou até que a ditadura de Getúlio Vargas impôs o silencio da repressão, em 1937.

Após a II Guerra Mundial, os comunistas voltaram com suas bandeiras vermelhas e seu hino. Foi assim até que, novamente, o golpe militar de 64 impossibilitou a presença de nossas bandeiras e o canto do nosso hino. Mas a noite da Ditadura estava chegando ao fim.

No começo dos anos 80, junto com a explosão das greves e o reaparecimento em público das organizações e partidos de esquerda, A Internacional e as bandeiras vermelhas voltarão às mãos de milhares e milhares de trabalhadores.

No Congresso de fundação da CUT, em 1983, a bandeira escolhida será vermelha e A Internacional será cantada em várias ocasiões. Esse hábito se repetirá nos vários congressos da Central, até o 7º, realizado em agosto de 2000, já às vésperas do século XXI.