Categoria: Artigos

Dowbor expõe os novos aspectos do rentismo

[Por Ladislau Dowbor para Outras Palavras] Os modelos de gestão no mundo corporativo são estruturados para maximizar resultados, e estes são definidos como meta principal, lucros financeiros e dividendos. Alguns chamam isso de otimização e parece bom. Os resultados também devem ser alcançados no menor tempo possível, prendendo o mundo corporativo numa corrida permanente. Os resultados sistêmicos e de longo prazo são mantidos fora do horizonte do processo de decisão e os impactos em maior escala são qualificados como “externalidades”, lavando as mãos das empresas. Um exemplo clássico é a reação da indústria de armas de fogo às críticas: produzimos armas, mas não puxamos o gatilho. Outro exemplo interessante é o da indústria de alimentos ultraprocessados: seria responsabilidade do consumidor ler os rótulos e proteger sua saúde. Na verdade, isto levou a outra indústria em expansão, a resposta farmacêutica à explosão da obesidade. Assim, temos duas indústrias em expansão, uma que produz alimentos ruins, a outra que produz remédios, e pagamos por ambas. Produzir alimentos saudáveis ​​poderia ser uma escolha melhor, mas não no interesse da maximização dos lucros, quer nos setores alimentar, quer no setor farmacêutico. A concorrência na época de Adam Smith poderia parecer boa e até continuar positiva nas pequenas e médias empresas. Uma padaria tem que produzir bom pão a preços razoáveis, ou outra padaria aparecerá. Mas se uma empresa produtora de chocolate na Bélgica conseguir comprar cacau mais barato no Gana, fechando os olhos ao trabalho infantil, o concorrente responsável que respeita alguns direitos humanos básicos será ultrapassado. | Leia o artigo completo

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O caso Marielle e aquilo que não pode mais ser escondido

[Por Guilherme Pimentel*] As investigações da Polícia Federal que apontam os mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson trazem à tona três verdades que não podemos mais ignorar.

A primeira revela que o crime se organiza dentro do Estado. Todos os envolvidos no assassinato de Marielle e Anderson são agentes públicos. O executor, um homem treinado pelo Estado para matar, usou armamento e munições comprados pelo Estado.

Os mandantes — um conselheiro do Tribunal de Contas, um deputado e um delegado de polícia — ocupam posições de mando em instituições de poder estatal. Não há um morador de favela envolvido, não há quadrilheiros usando recursos próprios.

Todos os atos foram realizados no seio de aparatos de um Estado fundado na colonização escravocrata, que historicamente tem como principal política pública a produção da violência nas periferias contra a maioria da população para a extração da riqueza e preservação dos interesses das elites coloniais.

Ao longo da história do Brasil, muita coisa mudou na lei, porém a lei não se cumpriu por si só, e convivemos até hoje com a continuidade histórica deste passado tão presente entre nós. | Continue lendo.

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60 anos do Golpe de 1964: seguimos em luta para que não se esqueça e para que nunca mais aconteça

[Por Luisa Souto] Em 2024 completam-se 60 anos do Golpe de 1964, quando os militares, apoiados por entidades civis e grupos empresariais, depuseram o então presidente João Goulart e ocuparam os espaços de poder por meio da força e ali permaneceram por 21 anos. Pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do Golpe Militar, e doadas à Unicamp em 2012, mostram que o presidente João Goulart contava com amplo apoio popular e o índice de aprovação do seu governo era de 70%. Mas esses dados não foram revelados à época para não atrapalhar a falsa narrativa difundida pelos militares. É importante lembrar, e tentamos mostrar nas próximas páginas, que nada aconteceu de um dia para o outro. A verdade é que 10 anos antes, no final do governo de Getúlio Vargas, algumas forças já se movimentavam nesse sentido. E em 1961, quando Jânio Quadros renuncia à presidência, uma nova tentativa de ataque à democracia viria a acontecer: dessa vez impedida pela chamada Rede da Legalidade, capitaneada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, e que conseguiu garantir a posse de Jango. Brizola mobilizou a Brigada Militar, entrincheirou-se no Palácio Piratini, requisitou a rádio Guaíba e deu começo à resistência. Em 1964, no entanto, o Golpe aconteceu. | Leia o artigo completo.

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Portugal: por que a direita venceu

[Por Antonio Martins – Outras Palavras] Certas derrotas são especialmente penosas. Em abril próximo, Portugal viverá os 50 anos da Revolução dos Cravos sob um governo de direita e forte pressão de um partido neosalazarista. Por nove anos, o país foi, junto com a Espanha, um tímido oásis, numa Europa onde avançam forças políticas ultracapitalistas e xenófobas. Ontem, o experimento foi interrompido. Em eleições parlamentares antecipadas, o Partido Socialista (PS, de centro-esquerda) e a coalizão autodenominada Aliança Democrática (AD, de direita) chegaram a um virtual empate. Cada um obteve em torno de 30% dos votos e 80 representantes na Assembleia da República. Mas em terceiro lugar apareceu o Chega, de ultradireita, que alcançou mais de 1 milhão de votos (18%) e quadruplicou sua bancada, agora com 48 parlamentares. Já o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU (que inclui o Partido Comunista-PCP), encolheram, receberam menos de 5% dos sufrágios e ficaram reduzidos respectivamente a 5 e 4 cadeiras. A partir desta terça-feira (12/3), o presidente Marcelo Rebelo de Sousa ouvirá os líderes dos partidos e “indigitará” [pré-indicará] o futuro primeiro-ministro, encarregando-o de formar um novo governo. Tudo indica que será o líder da AD. Ou num governo sem maioria absoluta, ou – muito pior – em aliança com o Chega. | Continue lendo.

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Paul Blanquart – UM DOMINICANO ENTRE JESUS E MARX

[Leneide Duarte-Plon, de Paris] No dia 15 de janeiro de 1970, em Paris, um encontro na mítica sala Mutualité, no Quartier Latin, reuniu intelectuais numa tribuna com uma grande faixa onde se lia : « Solidarité avec le peuple brésilien en lutte ». Jean-Paul Sartre, o grande filósofo existencialista, era o mais eminente dos oradores. Atrás da mesa, uma imensa foto de Carlos Marighella dava o tom da reunião. O revolucionário fora executado por Sérgio Fleury dia 4 de novembro de 1969, em São Paulo, e diversos dominicanos do convento das Perdizes haviam sido encarcerados e torturados por prestarem apoio logístico à Ação Libertadora Nacional (ALN), de Marighella. | Continue lendo.

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A comunicação como tática de mobilização do Movimento Sanitário na Pandemia de Covid-19

Neste artigo, publicado no livro “Frente Pela Vida – Em Defesa da Vida, da Democracia e do SUS”, o pesquisador Bruno Cesar Dias busca pensar a comunicação desenvolvida pela Frente Pela Vida, fundada em 2020, como tática de intervenção do movimento sanitário na conjuntura política e científica brasileira em meio à pandemia de covid-19. O artigo está organizado em três partes. Na primeira, Dias conceitua a comunicação da sociedade civil e dos movimentos sociais considerando as transformações vivenciadas da sua origem no chão das fábricas do século XIX até o atual estágio do desenvolvimento da sociedade em rede. A segunda parte fala sobre a comunicação desenvolvida pela FpV e remonta a sua história. E a terceira apresenta relações entre política e técnica na comunicação das instituições da sociedade civil e dos movimentos sociais da saúde. Além disso, Dias problematiza a compreensão do papel da comunicação pelo movimento sanitário e apresenta desafios a serem superados. | Leia o artigo completo (p. 173). | Leia o artigo completo.

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Congresso amplia concentração da mídia. Para fortalecer democracia, Lula deveria vetar

[Por Helena Martins para Congresso em Foco – 13.12.2023] Na surdina, sem debate público nem qualquer discussão entre parlamentares. O Congresso aprovou mudanças no Decreto-Lei 236/1967, possibilitando a ampliação do número de outorgas de rádio ou TV por sociedades de qualquer natureza jurídica, inclusive a unipessoal, que passa a ser, pelo texto aprovado, de até vinte estações de rádio e vinte de TV. O projeto de lei que viabilizou a mudança foi apresentado pelo deputado Marcos Pereira, do Republicanos de São Paulo e da Igreja Universal. O texto vai agora para sanção presidencial. Lula tem ainda a possibilidade de vetar a proposta e evitar que a radiodifusão brasileira seja ainda mais nociva à democracia. | Leia o artigo completo. 

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Revista EPTIC publica Dossiê Temático Comunicação e Marxismo

Já está no ar a nova edição da Revista EPTIC (vol. 25, n.2)! Além de artigos e ensaios escritos por diversos autores, a revista apresenta também o “Dossiê Temático Comunicação e Marxismo”. A proposta é promover reflexões sobre a disputa epistemológica e apresentar textos sobre jornalismo, desinformação, arte, ideologia, consumo entre outros, em uma perspectiva crítica e que se pretende transformadora. | Acesse e confira!

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Hegemonia e engajamento em contexto de midiatização e plataformização

[Por Pablo Nabarrete Bastos] A relação entre hegemonia e engajamento se engendra em diferentes níveis, tanto na teoria como na práxis. São conceitos que não se reduzem ao comunicacional, mas que possuem nesta esfera um nível fundamental para suas concretizações. O objetivo deste artigo é compreender as relações entre os conceitos de engajamento e hegemonia em contexto de midiatização e plataformização. Como objetivos específicos, buscamos demonstrar as formas como a comunicação estrutura e é estruturada pela hegemonia, os desafios para a hegemonia popular, as implicações dos processos de midiatização e de plataformização aos processos hegemônicos e às lutas contra-hegemônicas. | Leia o artigo completo.

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Segunda edição do Festival do Livro (FLIV) tem debate sobre comunicação

[Marcello Miranda – Instituto Telecom – 3 de outubro de 2023] No dia 5 de outubro, às 10h, dois especialistas vão debater o tema Controle das Plataformas Digitais: normas, diretrizes e mecanismos. São eles Márcio Patusco, vice-presidente do Clube de Engenharia e conselheiro do Instituto Telecom, e Flávia Lefèvre, advogada especialista em telecomunicações e direitos digitais e integrante da Coalizão Direitos na Rede. O debate acontece na abertura da 2ª edição do Festival do Livro (FLIV), no Sinttel-RJ, e vai discutir o PL 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. | Saiba mais!

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Padre Júlio no meio do inferno

[Por Sérgio Domingues] As polícias brasileiras mataram quase 50 mil pessoas de 2012 a 2022, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 12 mortes diárias. O site Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ registrou 273 mortes violentas envolvendo essa população, em 2022. O número representa uma pessoa LGBTI+ assassinada a cada 32 horas, no Brasil.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no país, num total de 1.437 vítimas de feminicídio.
Estudo do Unicef, divulgado em maio de 2022, identificou 35 mil mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no Brasil, entre 2016 e 2020. Levantamento do Observatório Polos de Cidadania da UFMG mostra que a população de rua era de 220 mil pessoas no país, em junho passado.
Os números acima poderiam ser os de uma guerra. Não são porque apenas um dos lados está armado. O lado da violência estatal e paraestatal (milícias). Mas também o da criminalidade, que mantém embaixo a violência que deveria ser dirigida para cima. | Leia o texto completo.

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A Luta dos Camelôs no Rio de Janeiro: Meu Trabalho Informal Importa

[Por Vinícius Ribeiro • 30/07/2023] Uma videorreportagem produzida pela ONG RioonWatch relata momentos da vida e da luta de três camelôs no Rio de Janeiro. São eles: Maria de Lourdes do Carmo, 48, conhecida como Maria dos Camelôs, liderança de classe, que trabalha nas ruas desde 1996; Cristina de Oliveira, moradora da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana; e Antunes Santos, morador da Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste, dono de uma banca móvel de venda de balas, chicletes, cigarros e etc. | Confira a matéria completa.

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