Categoria: Artigos

Portugal: por que a direita venceu

[Por Antonio Martins – Outras Palavras] Certas derrotas são especialmente penosas. Em abril próximo, Portugal viverá os 50 anos da Revolução dos Cravos sob um governo de direita e forte pressão de um partido neosalazarista. Por nove anos, o país foi, junto com a Espanha, um tímido oásis, numa Europa onde avançam forças políticas ultracapitalistas e xenófobas. Ontem, o experimento foi interrompido. Em eleições parlamentares antecipadas, o Partido Socialista (PS, de centro-esquerda) e a coalizão autodenominada Aliança Democrática (AD, de direita) chegaram a um virtual empate. Cada um obteve em torno de 30% dos votos e 80 representantes na Assembleia da República. Mas em terceiro lugar apareceu o Chega, de ultradireita, que alcançou mais de 1 milhão de votos (18%) e quadruplicou sua bancada, agora com 48 parlamentares. Já o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU (que inclui o Partido Comunista-PCP), encolheram, receberam menos de 5% dos sufrágios e ficaram reduzidos respectivamente a 5 e 4 cadeiras. A partir desta terça-feira (12/3), o presidente Marcelo Rebelo de Sousa ouvirá os líderes dos partidos e “indigitará” [pré-indicará] o futuro primeiro-ministro, encarregando-o de formar um novo governo. Tudo indica que será o líder da AD. Ou num governo sem maioria absoluta, ou – muito pior – em aliança com o Chega. | Continue lendo.

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Paul Blanquart – UM DOMINICANO ENTRE JESUS E MARX

[Leneide Duarte-Plon, de Paris] No dia 15 de janeiro de 1970, em Paris, um encontro na mítica sala Mutualité, no Quartier Latin, reuniu intelectuais numa tribuna com uma grande faixa onde se lia : « Solidarité avec le peuple brésilien en lutte ». Jean-Paul Sartre, o grande filósofo existencialista, era o mais eminente dos oradores. Atrás da mesa, uma imensa foto de Carlos Marighella dava o tom da reunião. O revolucionário fora executado por Sérgio Fleury dia 4 de novembro de 1969, em São Paulo, e diversos dominicanos do convento das Perdizes haviam sido encarcerados e torturados por prestarem apoio logístico à Ação Libertadora Nacional (ALN), de Marighella. | Continue lendo.

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A comunicação como tática de mobilização do Movimento Sanitário na Pandemia de Covid-19

Neste artigo, publicado no livro “Frente Pela Vida – Em Defesa da Vida, da Democracia e do SUS”, o pesquisador Bruno Cesar Dias busca pensar a comunicação desenvolvida pela Frente Pela Vida, fundada em 2020, como tática de intervenção do movimento sanitário na conjuntura política e científica brasileira em meio à pandemia de covid-19. O artigo está organizado em três partes. Na primeira, Dias conceitua a comunicação da sociedade civil e dos movimentos sociais considerando as transformações vivenciadas da sua origem no chão das fábricas do século XIX até o atual estágio do desenvolvimento da sociedade em rede. A segunda parte fala sobre a comunicação desenvolvida pela FpV e remonta a sua história. E a terceira apresenta relações entre política e técnica na comunicação das instituições da sociedade civil e dos movimentos sociais da saúde. Além disso, Dias problematiza a compreensão do papel da comunicação pelo movimento sanitário e apresenta desafios a serem superados. | Leia o artigo completo (p. 173). | Leia o artigo completo.

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Congresso amplia concentração da mídia. Para fortalecer democracia, Lula deveria vetar

[Por Helena Martins para Congresso em Foco – 13.12.2023] Na surdina, sem debate público nem qualquer discussão entre parlamentares. O Congresso aprovou mudanças no Decreto-Lei 236/1967, possibilitando a ampliação do número de outorgas de rádio ou TV por sociedades de qualquer natureza jurídica, inclusive a unipessoal, que passa a ser, pelo texto aprovado, de até vinte estações de rádio e vinte de TV. O projeto de lei que viabilizou a mudança foi apresentado pelo deputado Marcos Pereira, do Republicanos de São Paulo e da Igreja Universal. O texto vai agora para sanção presidencial. Lula tem ainda a possibilidade de vetar a proposta e evitar que a radiodifusão brasileira seja ainda mais nociva à democracia. | Leia o artigo completo. 

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Revista EPTIC publica Dossiê Temático Comunicação e Marxismo

Já está no ar a nova edição da Revista EPTIC (vol. 25, n.2)! Além de artigos e ensaios escritos por diversos autores, a revista apresenta também o “Dossiê Temático Comunicação e Marxismo”. A proposta é promover reflexões sobre a disputa epistemológica e apresentar textos sobre jornalismo, desinformação, arte, ideologia, consumo entre outros, em uma perspectiva crítica e que se pretende transformadora. | Acesse e confira!

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Hegemonia e engajamento em contexto de midiatização e plataformização

[Por Pablo Nabarrete Bastos] A relação entre hegemonia e engajamento se engendra em diferentes níveis, tanto na teoria como na práxis. São conceitos que não se reduzem ao comunicacional, mas que possuem nesta esfera um nível fundamental para suas concretizações. O objetivo deste artigo é compreender as relações entre os conceitos de engajamento e hegemonia em contexto de midiatização e plataformização. Como objetivos específicos, buscamos demonstrar as formas como a comunicação estrutura e é estruturada pela hegemonia, os desafios para a hegemonia popular, as implicações dos processos de midiatização e de plataformização aos processos hegemônicos e às lutas contra-hegemônicas. | Leia o artigo completo.

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Segunda edição do Festival do Livro (FLIV) tem debate sobre comunicação

[Marcello Miranda – Instituto Telecom – 3 de outubro de 2023] No dia 5 de outubro, às 10h, dois especialistas vão debater o tema Controle das Plataformas Digitais: normas, diretrizes e mecanismos. São eles Márcio Patusco, vice-presidente do Clube de Engenharia e conselheiro do Instituto Telecom, e Flávia Lefèvre, advogada especialista em telecomunicações e direitos digitais e integrante da Coalizão Direitos na Rede. O debate acontece na abertura da 2ª edição do Festival do Livro (FLIV), no Sinttel-RJ, e vai discutir o PL 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. | Saiba mais!

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Padre Júlio no meio do inferno

[Por Sérgio Domingues] As polícias brasileiras mataram quase 50 mil pessoas de 2012 a 2022, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 12 mortes diárias. O site Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ registrou 273 mortes violentas envolvendo essa população, em 2022. O número representa uma pessoa LGBTI+ assassinada a cada 32 horas, no Brasil.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no país, num total de 1.437 vítimas de feminicídio.
Estudo do Unicef, divulgado em maio de 2022, identificou 35 mil mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no Brasil, entre 2016 e 2020. Levantamento do Observatório Polos de Cidadania da UFMG mostra que a população de rua era de 220 mil pessoas no país, em junho passado.
Os números acima poderiam ser os de uma guerra. Não são porque apenas um dos lados está armado. O lado da violência estatal e paraestatal (milícias). Mas também o da criminalidade, que mantém embaixo a violência que deveria ser dirigida para cima. | Leia o texto completo.

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A Luta dos Camelôs no Rio de Janeiro: Meu Trabalho Informal Importa

[Por Vinícius Ribeiro • 30/07/2023] Uma videorreportagem produzida pela ONG RioonWatch relata momentos da vida e da luta de três camelôs no Rio de Janeiro. São eles: Maria de Lourdes do Carmo, 48, conhecida como Maria dos Camelôs, liderança de classe, que trabalha nas ruas desde 1996; Cristina de Oliveira, moradora da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana; e Antunes Santos, morador da Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste, dono de uma banca móvel de venda de balas, chicletes, cigarros e etc. | Confira a matéria completa.

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Quando a utopia parecia estar ali na esquina

[Por Rodrigo Castelo] As Jornadas de Junho de 2013 tornaram-se marcantes na história recente brasileira. Movimento deflagrado a partir das mobilizações e protestos contra o aumento das tarifas de ônibus na cidade de São Paulo, em poucos dias, um conjunto de reivindicações ganhou expressão. A mobilidade urbana, mote inicial, foi somente o estopim que fez emergir um cenário político inédito na história do país. As manifestações de massa foram deflagradas em muitas cidades – com maior expressividade nas grandes capitais –, revelando que a aparente estabilidade social não correspondia às lutas sociais que vinham sendo travadas e ao descontentamento latente em diversas classes e grupos sociais. A insatisfação popular e de setores progressistas da classe média tomou conta das ruas e fez brotar a “sensação” de que nada mais seria como antes.

Passada uma década das grandes mobilizações, as Jornadas de Junho ainda suscitam diversas reflexões divergentes, longe de um consenso. | Continue lendo.

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Nossa Opinião: Amazônia, a BR-319 e a desigualdade digital

[Instituto Telecom – junho de 2023] Uma nova tragédia ambiental ronda a Amazônia. De acordo com o ator e roteirista Gregório Duvivier em seu programa Greg News, só com o anúncio da pavimentação da BR-319, Manaus – Porto Velho, o desmatamento em torno da rodovia dobrou. A licença para a pavimentação ocorreu no governo Bolsonaro, mas corre o risco de ser executada agora apesar da realidade atual – a produção agropecuária de Rondônia já é escoada pelo rio Madeira, em paralelo a BR-319, a um custo 20 vezes mais barato que o rodoviário. (…) Nesse cenário, falar em direito de acesso à banda larga parece supérfluo. Engano. A falta de saneamento básico, a destruição do meio ambiente e a falta de banda larga demonstram que os graves problemas brasileiros foram enfrentados no passado de forma equivocada. Como destaca a Unesco, o Brasil é um país que luta com desigualdades extremas, inclusive em termos de ligação de internet de banda larga, com 70% do acesso agrupado em cinco grandes áreas urbanas. (…) A redemocratização do país, com o governo Lula, precisará trazer junto uma nova política para o meio ambiente, para o saneamento básico, para a banda larga. | Leia o texto completo.

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Cães de guarda da ordem social

[Por Luiz Marques] A mídia corporativa, que não aceita posições dissonantes entre “colaboradores”, defende a liberdade de expressão somente fora de sua jurisdição. Era postiça a indignação manifesta com a recepção oficial ao presidente da Venezuela, vindo a Brasília para o encontro de lideranças das nações latino-americanas, no Itamaraty. Mandatários de esquerda e direita estiveram presentes, à exceção do Peru que destituiu o governante. O objetivo da Cúpula de Líderes da América do Sul foi fortalecer o continente em uma agenda de cooperação econômica e social para fazer frente a um mundo hegemonizado pelo Consenso de Washington (1989), que não trouxe o prometido crescimento econômico sustentável, com geração de empregos e distribuição de renda. | Leia o artigo completo.

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