Por  Vito Giannotti
Ao falar de desafios do jornalismo é preciso deixar claro que há dois tipos de jornalismo: o dos trabalhadores e o das classes dominantes. Quando falamos sobre a luta pela democratização da informação, a distância entre estes dois jornalismo aumenta infinitamente.
O jornalismo patronal, de grupos empresariais, de conglomerados de mídia não tem nenhuma preocupação com a democratização. Seu objetivo é único: defender a sociedade estabelecida e obedecer, sem contestação, aos seus donos. Individualmente, cada jornalista pode tentar fazer pequenos furos na muralha blindada de cimento e aço que garante a inviolabilidade do castelo dos proprietários dos meios de comunicação. Mas a atitude final que expressa a contestação dos jornalistas não conformistas só pode ser uma: pedir demissão. Não há outra saída.
No célebre livro de Chatô, de Fernando Moraes, há um dialogo entre um jornalista que se sente castrado em determinada ocasião, pelo dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand. Com a maior clareza do mundo o poderoso Chatô diz tranqüilamente para o inquieto subordinado: “Quer ter opinião, monte seu próprio jornal”. Está é a clareza, sem traumas éticos ou psicológicos, de uma burguesia que tem consciência da classe.