O editor do jornal Brasil de Fato José Arbex Jr. foi um dos homenageados na 15º edição da medalha Chico Mendes de Resistência, na noite do dia 1º de abril, no teatro João Teotônio, no Centro do Rio. O jornalista dedicou o prêmio a todos os que o têm ajudado a fazer um jornalismo autêntico. Na sua opinião isso significa um jornalismo que denuncie “a vagabunda elite brasileira e o terrorista fraudador de urnas que ocupa a Casa Branca e mostre a alegria do nosso povo”.  Entre os citados por Arbex estão o MST, o MAB, a Cáritas, as Pastorais da Igreja Católica, o Movimento Sem-Teto e o Hip-hop. A medalha foi entregue pelo também jornalista Fritz Utzeri, que recebeu a premiação em 2001.

 

Quem é José Arbex

O brilhante jornalista José Arbex poderia ter feito carreira fácil e financeiramente compensatória na imprensa comercial. Foi repórter de vários jornais como a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo onde cobriu fatos definitivos para a história da humanidade, como a queda do Muro de Berlim. Não quis. Optou uma carreira independente e a serviço dos que sofrem as maldades de sistemas injustos. Provavelmente por isso tenha aceitado a árdua tarefa de dirigir o primeiro jornal de esquerda de massas publicados no Brasil nos últimos 20 anos, o Brasil de Fato. Ele é doutor em História Social Contemporânea pela Universidade de São Paulo e autor de 11 livros. O 11º “A Mídia e o Terrorista” está no prelo.  

 

O prêmio

A Medalha Chico Mendes de Resistência é ofertada anualmente pelo Grupo Tortura Nunca Mais a personalidades que se dedicaram ou se dedicam à luta pelos direitos humanos e pessoas que foram vítimas da violência. Graciliano Ramos, os presos do MST em Cárceres, a guerrilheira do Araguaia desaparecida aos 29 anos em 16 de maio de 1945, Dinalva Oliveira Teixeira; o militante comunista assassinado sob tortura em 29 de dezembro de 1972, no DOI/CODI do Rio de Janeiro; os mortos na Chacina de Vigário geral, Padre François Marie de I’Espinay, Movimento Italiano, I disobbedienti, os brigadistas brasileiros na Guerra Civil espanhola e as auditorias fiscais que coordenam o Grupo de Erradicação ao Trabalho Forçado são os outros homenageados de 2003.