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[Por Sheila Jacob e Tatiana Lima] O novo longa de Steven Spielberg muito interessa a comunicadores e a apaixonados pela história do jornalismo em geral. Ele trata da decisão da dona do “Washington Post”, Kay Graham, de divulgar documentos secretos referentes à Guerra do Vietnã (1955-1975). Ao adotar essa postura, o jornal estaria dando continuidade à visibilidade dos “Papéis do Pentágono” iniciada pelo “New York Times”. Apesar de proibida por lei, a divulgação dos documentos permitiu que a população norte-americana ficasse sabendo que diversos presidentes dos EUA sabiam da impossibilidade de vencer a guerra. Mesmo assim, eles continuaram enviando soldados, com a justificativa de estar “combatendo o comunismo”. O longa é uma aula de bom jornalismo, história, política e mundo. É obrigatório em tempos de notícias falsas e manchetes sensacionalistas. Em tempo de mudança de algoritmos na rede Facebook para privilegiar publicações de gatinhos, passarinhos, memes e a foto da festa da família em vez de notícias. E em tempo da necessidade cada vez maior de checagem de dados para se acreditar em uma simples informação. Ainda nos faz pensar sobre produção de informação jornalística a partir do uso de dados concretos ao invés de mera repercussão de aspas. Assistir “The Post: A Guerra Secreta” é como ler um bom jornal com todas as editorias abertas na tela de cinema. E ainda: com os bastidores do fechamento de uma edição de brinde.