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[Folha de São Paulo – 12/06/2016] De um presidente sem votos, chefe de um partido especializado na realidade das relações de força do Congresso, e não na da sociedade, dificilmente se poderia esperar outra coisa: sem fazer a menor ideia de onde pisava, extinguiu logo o Ministério da Cultura –aquele antro de petistas mamadores da Lei Rouanet– e acabou por se deparar com o mais barulhento foco de resistência a seu governo em suas semanas iniciais.

Primeiro, o setor cultural inteiro se manifestou contra o remake do fim do MinC (a versão original foi obra de Fernando Collor). O novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, já na chegada teve que encarar um protesto humilhante dos servidores. Em um primeiro recuo, Temer anunciou que a Secretaria de Cultura sairia da Educação e seria ligada à Presidência. Procurando o que para ele seria unir o inútil ao desagradável, buscou uma mulher para o cargo. Bateu de frente com a recusa pública de ao menos cinco delas.

Forçado a retornar ao ponto de partida, decretou a volta do MinC e nomeou um novo ministro, mas as sedes do ministério em todas as capitais do país permaneceram ocupadas, e diversas associações, como a Frente Nacional do Teatro, além de diversos artistas, mais e menos conhecidos, declararam não reconhecer o novo MinC. Para essa parte do setor, não há qualquer diálogo possível com o novo ministério. A reivindicação é única e posta nos mesmos termos do vício de origem de todo esse processo: #foratemer. Leia o artigo completo.