Esta pergunta, 20 anos atrás, seria ridícula. Óbvio, que a resposta seria só esta “de mão em mão”. Hoje os tempos são outros. A CUT cresceu, os sindicatos se estruturaram e o clima político mudou. Nossa prática sindical e o tesão também mudaram.

Há ainda muitos sindicatos que fazem questão de continuar a velha e boa prática do contato pessoal. Olho no olho. Acompanhado daquele papo pessoal com os conhecidos. Em contrapartida não faltam dirigentes que acham que distribuir um boletim ou um jornal de mão em mão é coisa superada. “Eu não sou tarefeiro”.

“Não fui eleito para ser distribuidor de papel”.

Há muitos exemplos interessantes de sindicatos que distribuem o seu jornal mão em mão. São jornais semanais, bonitos, muito bem feitos e com uma bela pauta para disputar a hegemonia com nossos inimigos de classe.

Exemplo 1.

Sindieletro/MG

São 9.500 exemplares do jornal distribuído semanalmente. Na capital, Belo Horizonte, são entregues de mão em mão pelos diretores 4.500 exemplares em todas as unidades de trabalho. Nos 740 municípios do interiro o jornal vai via malote interno da empresa. Em cada município tem um responsável, diretor ou militante, que recebe o pacote e distribui os jornais de mão em mão para os companheiros.

Não há caixinhas e nem pacotes abandonados nas mesas das portarias das unidades.

Exemplo 2

Metalúrgicos de São José dos Campos/SP

São 24 mil jornais semanais que chegam em todas as fábricas da base pelas mãos de algum diretor. Há a facilidade de ter grandes fábricas nesta região, tipo a Embraer e a GM, com milhares de trabalhadores. Mas a preocupação é grande entre toda a diretoria: “Jornal bom é jornal que chega na mão do trabalhador e não jornal no porta-malas do carro”. 

(Vito Giannotti)