Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) libertaram, na semana passada, 158 safristas que viviam sob regime de escravidão na fazenda do Prata, em Pedra Preta, a 260 quilômetros de Cuiabá (MT). Por decisão do Ministério, cada um deles deverá receber, em média, R$1,6 mil pelos dois meses de trabalho na colheita de algodão. A coordenadora do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do MTE, Marinalva Cardoso Dantas, estima que outras 10 mil pessoas estejam trabalhando em regime escravidão, na região sul de Mato Grosso, só neste período de safra. “Vistoriamos dez fazendas, cada uma com pelo menos 200 safristas empregados, e em todas elas verificamos trabalho degradante”, explica. Na fazenda do Prata, por exemplo, os trabalhadores não tinham carteira assinada, nem acesso a água potável, eram mal- alimentados e dormiam debaixo de chuva.Conforme o auditor do Grupo Especial, Rodrigo de Carvalho, a maioria dos safristas foi agenciada em Estados do Nordeste brasileiro, com a promessa de ganho fácil, e melhores condições de vida longe das mazelas da seca. (Najla Passos- Cuiabá/MT)