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20º Curso Anual do NPC em dezembro de 2014. Último curso com a participação de Giannotti

 

[Por Ívina Costa e Claudia Santiago Giannotti – 21.06.2017]   Amigo, escritor, liderança política de esquerda, revolucionário… Muitas palavras definem Vito Giannotti. Mas, isoladamente, nenhuma dá conta de expressar o que esse comunista nascido na Itália e que escolheu o Brasil para viver, representa para o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e os inúmeros companheiros e companheiras que deixou. Há dois anos de sua partida, seu nome é fonte de inspiração para jovens e antigos militantes das causas sociais. Vito Giannotti não morreu, ele virou semente.

Em várias partes do Brasil, surgem iniciativas inspiradas em Vito Giannotti ou que o homenageiam. Uma delas é o Curso de Comunicação Popular do NPC.

Há 12 anos, o NPC criou esse curso por se preocupar com a formação de jovens, filhos de trabalhadores, moradores de favelas, que se interessam pela comunicação popular. Vito foi um dos professores do curso, criado e coordenado por sua companheira de vida e de luta, Claudia Giannotti. Ele ministrava aulas de oratória e história dos trabalhadores. Em 2015, em sua homenagem, a iniciativa ganhou um novo nome: CURSO VITO GIANNOTTI DE COMUNICAÇÃO POPULAR.

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Alunos e ex-alunos do curso participam, em 2015, da passeata Grito dos Excluídos, no Centro do Rio de Janeiro, onde distribuem o jornal “Vozes das Comunidades”, produzido por eles.

 

No mesmo ano, foi criado, em São Paulo, cidade onde ele atuou por quase trinta na coordenação da Oposição Sindical Metalúrgica, o CURSINHO POPULAR VITO GIANNOTTI, um pré-vestibular que ajuda estudantes trabalhadores a ingressarem nas universidades públicas do país. O curso funciona na Rua Gravi, nº 60, ao lado da estação do Metrô Praça da Árvore. Muito mais do que ajudar as pessoas a passarem na prova, o curso busca a conscientização política e formação de uma visão crítica de mundo. A iniciativa é de filhos de militantes da Oposição Metalúrgica.

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Arte de divulgação do Cursinho Popular Vito Giannotti.

O legado de Vito tem tudo a ver com união, construção coletiva e resistência. E tinha que ser assim porque estas palavras sempre estiveram no vocabulário dele. Veja só essa experiência. Na madrugada de 15 de janeiro de 2016, um grupo de pessoas ligadas a diferentes movimentos de luta pela moradia ocupou um prédio do INSS abandonado há mais de dez anos e que, inicialmente, deveria servir como moradia popular. Sabe como foi batizado o espaço?! OCUPAÇÃO VITO GIANNOTTI! 15 de janeiro é o dia do aniversário de Vito.

Essa história também é contada em vídeos, como este, por exemplo, que mostra o dia em que ocorreu a ocupação. Desde então, várias lutas têm sido travadas, paralelamente, no cotidiano e na justiça, para que os moradores conquistem de vez o direito à moradia. A ocupação está localizada na Rua Sara, nº 85 – Morro do Pinto, Santo Cristo, Zona Portuária do Rio.

Ocupação Vito Giannotti

Vito Vive! Morador da Ocupação Vito Giannotti faz uma pintura em homenagem a Vito.

 

Em junho de 2016, foi a vez dos alunos da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) homenagearem o Vito. A escola realizou o curso nacional de formação política para dirigentes do MST, com pessoas de todo Brasil. Divididos em grupos, os alunos formaram núcleos de base para pesquisa e um deles ganhou o nome de Vito Giannotti.

O GRUPO DE FORMAÇÃO VITO GIANNOTTI tinha como objetivo pesquisar a história do personagem que dava nome ao grupo e apresentá-la à turma. “Foi uma experiência interessante, que trouxe o legado do Vito para as bases do movimento e ainda ficou um registro do histórico do curso da escola”, conta Pablo Vergara, aluno da ENFF e militante do MST.

ENFF

Escola Nacional Florestan Fernandes – ENFF.

Um mês depois, o legado de Vito continuaria a crescer, dessa vez no sul do Brasil. Em 4 de agosto de 2016, jornalistas de Santa Catarina criaram o COLETIVO DE JORNALISTAS SINDICAIS VITO GIANNOTTI. Desde 2013, o grupo já organizava seminários unificados da imprensa sindical. E a partir da criação de um espaço autônomo tinha em mente aprofundar o debate teórico, técnico e político sobre o jornalismo sindical e seus desdobramentos específicos no cotidiano da categoria.

Coletivo Vitto Giannotti de jornalistas sindicais

Convite de lançamento do coletivo de Jornalistas Sindicais Vito Giannotti.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em dezembro de 2016, os companheiros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica de Triunfo (Sindipolo) inauguraram o ESPAÇO VITO GIANNOTTI. A sala de formação onde Vito deu várias aulas hoje conta com biblioteca, cinemateca e um espaço de trabalho para os profissionais da comunicação.

Vito

Luísa Santiago, enteada de Vito, e integrantes do Sindipolo no dia de inauguração do Espaço Vito Giannotti.

 

No momento, está em fase de produção o DOCUMENTÁRIO VERMELHO VITO, uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, em parceria com a produtora Quem TV. Assista o teaser aqui!

Vermelho Vito

Arte do documentário Vermelho Vito, iniciado em 2015.

Vito Giannotti partiu em 24 de JULHO de 2015. Por iniciativa do mandato de Renato Cinco, vereador do PSOL, nesta data comemora-se DIA DA COMUNICAÇÃO POPULAR! Em 1º de junho deste ano, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro incluiu a data no calendário oficial da cidade.

Vito Giannotti

Vito Giannotti ao distribuir o jornal Vozes das Comunidades nas ruas do Rio!