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Para prevenir situações de violência, o Grupo de Mulheres Cidadania Feminina distribui apitos entre os moradores do bairro Córrego de Euclides, em Recife. Quando alguma mulher se sente ameaçada, seja na rua ou em casa, começa a apitar e outras seguem o exemplo. O apitaço intimida o agressor e amplia as chances de se evitar a agressão. São iniciativas como esta o foco da série + Direitos + Humanos, realização da TV Brasil, com produção com a TV dos Trabalhadores (TVT).

A série dirigida por Max Alvim e Kiko Goifman é apresentada pelo cineasta ­Jeferson De (diretor de Bróder) e pela atriz Sílvia Lourenço (de Contra Todos, Bicho de Sete Cabeças e O Cheiro do Ralo). São 13 programas, com uma hora de duração cada, que tratam sobre cidadania, diversidade e democracia a partir de experiências singulares de grupos de jovens de todas as regiões do país que atuam na defesa dos direitos humanos.

Não importa se do meio urbano ou rural, do centro ou da periferia, a iniciativa pretende dar voz a todos: mulheres indígenas, negros, travestis, prostitutas, surdos, idosos, imigrantes… A intenção é fazer com que o espectador percorra caminhos inusitados e conheça propostas originais e ousadas que são pouco conhecidas. Para tanto, os jovens abrem um diá­logo criativo entre as diferentes iniciativas e conversam em um ambiente em que todos – entrevistados, plateia e grupos musicais – são convidados a participar.

O tema do primeiro programa da série é “governos do corpo”. Participam a Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, responsável por um projeto de realocação de travestis no cárcere, a Casa Ângela, de São Paulo, que atua no resgate do parto humanizado, e a banda Mustache e Os Apaches.

No episódio seguinte, a discussão é “comunicação e migração”, com o grupo Oficina de Imagens, que combate o trabalho infantil e atua na promoção dos direitos da criança e do adolescente por meio da linguagem fotográfica e videográfica, e o Adus, Instituto de Reintegração de Refugiados no Brasil.

Com o tema “as esquinas e as feiras”, o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará conta, no terceiro programa, sobre sua atuação na defesa dos direitos humanos das trabalhadoras do sexo. A entidade reivindica a legalização do ­ofício e promove ações, eventos e debates. Já o Disco Xepa, de São Paulo, apresenta o projeto criado por jovens para combater o desperdício de alimentos e que, em parceria com o Coletivo Gastromotiva, promove a inclusão social por meio da gastronomia.

O quarto episódio aborda “adolescentes nas aldeias e periferias” e conta com o programa Jovens Facilitadores, de São Paulo, e a Associação de Jovens Indígenas, de Dourados (MS), que usa o teatro para defender os direitos indígenas. Na mesma edição do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina, a Frente de Esculacho mostra aos espectadores as ações que fazem para constranger aqueles que cometeram crimes de tortura e desaparecimento de vítimas da ditadura sem nunca terem sido punidos.

Já as outras edições abordam os seguintes temas: exploração sexual e abandono; intervenção urbana e ação no campo; mulheres indígenas e diversidades; educação e redes de cidadania; periferia e participação popular; mediação de conflitos e resistência no campo; identidades e territórios; e família e inclusão. Todas trazem histórias de pessoas e grupos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, sem esperar que a mudança bata na porta.

Fonte: Redação Rede Brasil Atual