“Uma nação em que a classe dominante é de filhos ou descendentes de senhor de escravo leva na alma o pendor, o calejamento do senhor de escravo. Quem é o senhor de escravo? É aquele que compra um homem e o negócio dele é tirar desse homem com chicote a renda que ele pode dar. Enquanto o escravo está condenado a lutar por sua liberdade e ir para o quilombo, o senhor de escravo ao contrário: está condicionado a usar o escravo como carvão que se queima para produção, para ter mais lucro. Não [se deve] jogar toda a culpa [da ditadura] sobre os militares. Eles foram instrumentos de uma classe dominante infecunda. É preciso olhar, apontar e acusar essa classe. É isso que tenho feito”.