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Desde sexta-feira, quando recebi, através da Katia Marko, a notícia da partida do Vito Giannotti, queria escrever alguma coisa. Alguma homenagem ao amigo tão querido. Mas sei lá, sentei algumas vezes e tudo parecia tão pequeno. Vito é daquelas pessoas que não passam impune na nossa vida. Alguma coisa a gente aprende. Pode aprender a escrever de forma que os outros entendam. Aprende a fazer um jornal bonito. Aprende que jornal tem que ter infográfico. Aprende a falar palavrão. Aprende a cantar a Internacional. Aprende que a comunicação tem lado. Aprende qual é o teu lado. Mas, principalmente, aprende a ter carinho com o próximo, aprende a ser generoso, aprende que ser revolucionário é, antes de mais nada, ter um coração enorme que acredita que o ser-humano tem jeito sim.

Lembro de uma vez em sua casa, no Rio de Janeiro, o Vito falar que na cabeça ele era comunista, mas lá no fundo o seu coração era anarquista. Esse era o Vito Giannotti, um tipo de gente que está cada vez mais difícil de aparecer. Como se diz aqui no Sul, vinho de outra pipa.

Pensar que não vou mais ouvir aquela vozeirão falando “E aí magrão? Como é que vai?” e logo depois começar um papo sobre o momento da política, dói. Mas sei que como tempo essa dor vai dar lugar a gratidão de ter convivido por quase vinte anos com uma pessoa tão especial.

Talvez a coisa mais importante que eu aprendi com esse italiano seja que, quando ele falava “A luta continua, porra!”, era a mesma coisa de falar “a vida continua, porra!”. Pois para ele vida e luta sempre foi uma coisa só. Valeu Vitão!!