gaza

Charge de Carlos Latuff 

[Por Vito Giannotti] A disputa com a sociedade burguesa dominante é concreta e deve se dar no dia-a-dia. Nossos jornais, revistas e boletins não podem não tratar de um tema que é central em toda a mídia empresarial: a invasão por Israel da terra palestina de Gaza. É um caso de genocídio, de extermínio repudiado pela esquerda mundial. De Madrid a Paris, do Rio a São Paulo manifestações se repetem em todos os continentes.  

Os jornais sindicais, comunitários, de toda a esquerda estão colocando este assunto em pauta. A mídia empresarial está na dela quando defende a ação de Israel. Israel é peça central no projeto do capitalismo mundial no Oriente Médio. É o país que deve manter todos aqueles países árabes sob o domínio da globalização neoliberal. Por isso, entre uma lagriminha de jacaré e outra, toda a mídia empresarial vai defender o capital. Vai defender Israel. Toda esta mídia vai jogar a culpa do massacre nos palestinos que são os provocadores com seus foguetes e seus atentados. Israel seria a vítima, historicamente coitadinha, que estaria revidando. Se defendendo.  

Nos nossos jornais é preciso dar destaque a este tema. Fazer uma recuperação histórica da expulsão dos árabes de suas terras, mostrar gráficos, boxes explicativos, enfim, contextualizar o que a mídia deles quer esconder. A batalha é grande. É preciso mostrar o que a Globo, a Veja e quase toda a mídia patronal quer fazer esquecer.  

Abaixo vai uma poesia de Mahmoud Darwish (1941-2008) – Poeta palestino, testemunhou a destruição de sua aldeia, Al Birweh, durante a implantação do Estado de Israel em 1948. É uma aula sobre as causas reais do atual massacre em Gaza: 

Confissão de um terrorista!

Mahmoud Darwich 

Ocuparam minha pátria

Expulsaram meu povo

Anularam minha identidade

E me chamaram de terrorista

 

Confiscaram minha propriedade

Arrancaram meu pomar

Demoliram minha casa

E me chamaram de terrorista 

Legislaram leis fascistas

Praticaram odiada apartheid

Destruíram, dividiram, humilharam

E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,

Seqüestraram minhas esperanças,

Algemaram meus sonhos,

Quando recusei todas as barbáries

Eles… mataram um terrorista!