Nesta terceira edição do Fórum Social Mundial, na qual o número de jornalistas (5.098) superou o de delegados da primeira edição (4.702), um dos cinco eixos que nortearam as discussões foi “mídia, cultura e alternativas à mercantilização e homogeinização”. Nos nove encontros, duas conferências, diversos seminários, e mais de 40 oficinas, durante os seis dias do Fórum, falou-se de opções à homogeinização cultural difundida através dos meios de comunicação, das conseqüências da oligopolização da mídia, de experiências com meios alternativos, da democratização dos meios tradicionais e do direito à informação, entre outros temas.

A organização do evento estima em 100 mil o número de participantes, entre delegados, observadores, jornalistas e ativistas. Em meio a um encontro desta magnitude e que é abertamente contra o neoliberalismo e à dominação do mundo pelo capital ou por qualquer forma de imperialismo, o debate sobre os meios de comunicação dá uma idéia do papel estratégico que o tema adquiriu. Sem meios de comunicação independentes fica muito mais difícil para qualquer causa, luta ou ideal se opor ao “status quo” vigente. O caso da Venezuela – onde as empresas de comunicação fazer oposição aberta ao governo Chaves – foi citado à exaustão.

Experiências com rádios livres, tvs comunitárias, internet e jornais foram relatadas, bem como os impedimentos a que se concretize uma democratização dos meios de comunicação. Todas estes relatos e experiências trazem resultados teóricos e práticos, de acordo com o jornalista Daniel Herz, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e membro do Conselho de Comunicação Social. O resultado teórico é “aumentar o grau de consciência e aprofundar a percepção da realidade numa escala mundial”. O resultado prático seria obtido a partir da troca de experiências concretas, bem ou mal sucedidas, e que podem orientar trabalhos novos ou em andamento.

(Por Sílvio da Costa Pereira)