[Por Vito Giannotti] Nada de novo na mídia empresarial ou patronal ou comercial ou simplesmente mídia burguesa que reina absoluta no nosso país. Desde o primeiro instante do golpe em Honduras, ouvimos apresentadores, comentaristas, repórteres, especialistas,  e todo tipo de locutor usar palavrinhas doces e mentirosas sobre o caso. Nestas caras e bocas o que o tal de Micheletti fez não foi um golpe. No máximo foi um “golpinho”. O governo golpista não é chamado pelo seu nome, mas apelidado carinhosamente de “governo de fato”, “defensor da constituição”, ou outras palavras enganosas. 

Qual a explicação? Há duas, muito simples. A primeira é só lembrar onde estava a nossa mídia no Golpe Militar de 1964, aqui no Brasil. Até os primeiros dias do golpe, toda a mídia empresarial estava apoiando, defendendo, louvando e agradecendo a Deus pela graça recebida. Esta mesma mídia, logicamente, estará apoiando o golpe de Honduras. 

Vejamos o que diz o ombudsman da Folha de S. Paulo, sobre a cobertura do jornal na terça-feira, 20 de setembro: “no terreno da opinião, registrou-se na edição de terça incômoda unanimidade na página A2, em que todas as colunas e o editorial adotavam ponto de vista único sobre o papel do Brasil na crise (hondurenha). Em benefício do leitor e em nome da diversidade, outras posições precisam aparecer no jornal”.  

Vale a pena ler artigo sobre de Luiz Gonzaga Belluzzo, sobre este assunto, na Carta Capital desta semana. Veja o artigo na íntegra em nossa página.