Autor: Eric de Almeida

Qual é o papel da mídia na naturalização da violência contra a mulher?

[Por Marco Zero] O papel da mídia na naturalização da violência contra a mulher foi tema de um cinedebate realizado ontem (24) no Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), no centro do Recife. O evento começou com a exibição do documentário Quem Matou Eloá?, dirigido por Livia Perez, que mostra o circo de horrores montado pela imprensa em outubro de 2008, durante o cativeiro de Eloá Cristina Pereira Pimentel e Nayara Silva, ambas com 15 anos, mantidas reféns por cinco dias pelo ex-namorado de Eloá, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo.

O episódio lamentável para o jornalismo brasileiro serviu como ponto de partida para o debate sobre o feminicídio, qualificação que deveria ser utilizada para o crime cometido contra Eloá, e não “crime passional”, como grande parte da mídia costuma chamar a violência de homens contra mulheres, cuja motivação é a condição feminina da vítima e o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre elas. O assassinato é o último ato da violência doméstica, que geralmente começa com manifestações de um relacionamento abusivo, que escala para agressões físicas e psicológicas e pode terminar com a morte de uma média de 13 mulheres por dia vítimas da violência doméstica no Brasil, segundo dados do Mapa da Violência divulgado em 2015. | Saiba mais.

consulte Mais informação

MPT-DF notifica EBC por assédio moral

O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal recomendou à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que combata o assédio moral. A medida ocorreu após uma reunião de membros do MPT-DF com representantes da EBC. Um caso de assédio moral já foi confirmado e dezenas de outros têm sido denunciados nos últimos meses. Segundo o documento, a empresa terá que editar uma norma interna designando um setor específico para averiguar práticas de assédio moral, estabelecendo procedimento idôneo e sigiloso. Também deverá promover iniciativas de conscientização sobre o tema e de prevenção. Além da notificação, a procuradora Renata Coelho, responsável pelo caso, propôs a assinatura de um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), para que a empresa se comprometa formalmente a não permitir, tolerar ou submeter seus empregados a situações que evidenciem o assédio moral. O TAC prevê canal de comunicação interno para orientar, receber e investigar denúncias, garantindo que a vítima não vá sofrer retaliações. A EBC deve manifestar se concorda ou não com o TAC até o dia 14 de agosto. A partir da assinatura do TAC, a EBC poderá pagar multa de R$ 10 mil caso descumpra alguma cláusula. [Com informações do MPT-DF]

consulte Mais informação

Em defesa da Venezuela

[Por Boaventura de Sousa Santos] A Venezuela vive um dos momentos mais críticos da sua história. Acompanho crítica e solidariamente a revolução bolivariana desde o início. As conquistas sociais das últimas duas décadas são indiscutíveis. Para o provar basta consultar o relatório da ONU de 2016 sobre a evolução do índice de desenvolvimento humano. (…) A morte prematura de Hugo Chavez em 2013 e a queda do preço do petróleo em 2014 causou um abalo profundo nos processos de transformação social então em curso. A liderança carismática de Chavez não tinha sucessor, a vitória de Nicolas Maduro nas eleições que se seguiram foi por escassa margem, o novo presidente não estava preparado para tão complexas tarefas de governo e a oposição (internamente muito dividida) sentiu que o seu momento tinha chegado, no que foi, mais uma vez, apoiada pelos EUA, sobretudo quando em 2015 e de novo em 2017 o Presidente Obama considerou a Venezuela como uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”, uma declaração que muita gente considerou exagerada, se não mesmo ridícula, mas que, como explico adiante, tinha toda a lógica (do ponto de vista dos EUA, claro). (…) Para compreendermos por que provavelmente não haverá saída não violenta para a crise da Venezuela temos de saber o que está em causa no plano geoestratégico global. O que está em causa são as maiores reservas de petróleo do mundo, existentes na Venezuela. Para os EUA é crucial para o seu domínio global manter o controle das reservas de petróleo do mundo. | Leia o texto completo.

consulte Mais informação

Pin It on Pinterest