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21 a 27 de junho de 2013
Seção extra
- Motivos não faltam para protestar, por Claudia Santiago
- Trabalhadores querem ônibus e muito mais, por Vito Giannotti
- A multidão nas ruas: construir a saída de esquerda para a crise política, antes que a reação imprima sua direção, por Marcelo Badaró Mattos
- A juventude e a retomada das lutas sociais – Editorial Brasil de Fato
- PT e Governo precisam de uma faxina, por Breno Altman
- A quem interessar possa: ninguém invadiu a ALERJ, por Henrique Acker
- Essa luta não tem preço!, por Celso Vicenzi
- Brasil em convulsão: politizar as manifestações e unir a vanguarda, por Milton Pinheiro
Notícias do NPC
O coordenador do NPC, Vito Giannotti, esteve em Rio Branco, no Acre, nos dias 21 e 22 de junho para ministrar o curso “Concepção e Prática Sindical”. Este é um novo curso, criado pelo NPC este ano. No programa estão temas como a origem e o papel histórico dos sindicatos, as centrais sindicais e o papel dos sindicatos frente à reestruturação produtiva. Entre em nossa página e saiba mais sobre este e vários outros cursos que o NPC dá para sindicatos Brasil afora.
[Por Sheila Jacob-NPC] Na última sexta-feira (14/6), o Brasil de Fato foi homenageado pelo mandato do vereador Renato Cinco por seus dez anos de existência e atuação em defesa dos interesses da classe trabalhadora. Além do jornal, diversos veículos de comunicação alternativa receberam menções honrosas por estarem próximos às lutas do povo e por denunciarem as condições de vida das classes populares. Participaram da cerimônia de entrega parlamentares, militantes sociais e comunicadores alternativos e populares, como a jornalista Claudia Santiago, coordenadora do NPC. Ela lembrou um depoimento do diretor do MST João Pedro Stédile no filme Heróis da Resistência, quando disse que revolução é a transformação das estruturas econômicas, sociais e culturais. “Ele já dizia em 1999 que revolução era a mudança na estrutura da terra, do capital, e também mudar a Rede Globo e revolucionar a cultura. Quatro anos depois ajudou a lançar o Brasil de Fato, jornal importantíssimo para efetuar essas mudanças que ele tanto defende”, destacou. Leia a cobertura completa.
O NPC vai realizar, nas quintas-feiras de julho e agosto, na Livraria Antonio Gramsci, as “Quintas Resistentes”, uma série de depoimentos seguidos de entrevista coletiva sobre a resistência à ditadura civil-militar no Brasil. O primeiro convidado, no dia 4 de julho, será Vladimir Palmeira, que teve uma importante liderança na área estudantil e foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador americano, Charles Elbrick, em 1969. Convidaremos para ficar na plateia e entrevistar os militantes, jornalistas e comunicadores da mídia contra-hegemônica, outros militantes que participaram da resistência à ditadura e estudantes. As “Quintas Resistentes” serão transmitidas ao vivo pela internet, sempre a partir das 19h. Os outros convidados já confirmados são o professor Ivan Proença, que foi capitão do Regimento Presidencial de João Goulart (11/07), o jornalista Cid Benjamin, que militou no MR8 (dia 18/07) e o também professor Washington Costa, que militou no movimento operário (25/07).
Charge de Semana
Entrevistas
[Por Boletim NPC] Em entrevista ao Boletim NPC, Mano Teko, presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk fala do processo de construção constante da organização e dos questionamentos e respostas que tem encontrado nesses quase cinco anos de existência da organização. Segundo ele, a relação com a comunicação popular abre uma nova perspectiva para quem é da favela e do funk e que sempre questionou as manchetes dos veículos comerciais que criminalizam o movimento. Ele vê o Sarau da Apafunk como um instrumento de reflexão sobre a negritude e diversos outros temas, como a mulher no funk. “A gente precisa debater essas questões. E o sarau está proporcionando essa troca. Reforçando a questão na negritude, de ocupar as ruas, que é um espaço nosso, e trazendo mais uma vez um debate que até então era só um ponto de interrogação”, explica. Leia a entrevista completa.
Artigos
[Por Gilberto Calil] A muito custo pessoal, tenho encarado o desagradável de assistir o máximo possível as transmissões da Globo News e da Rede Globo sobre as manifestações.[1] Por mais que embrulhe o estômago, penso que é uma tarefa urgente e fundamental compreender como a grande mídia tem atuado no sentido de manipular e condicionar os movimentos. Seguem alguns pontos de uma reflexão ainda em aberto: Até a quinta-feira 13/6, vimos a velha Rede Globo em seu tradicional e conhecido discurso antipopular, diabolizador dos movimentos sociais e justificador da repressão. E, mais do que isto, a tentativa de, simultaneamente, justificar e ocultar a violência policial até o momento em isto tornou-se totalmente impossível ou contraproducente. Leia mais.
A Comunicação que queremos
[Por Sheila Jacob - NPC] Em junho deste ano, foi lançado um jornal todo feito por 42 aprendizes do Instituto Locus, instituição sem fins lucrativos responsável por formar e capacitar jovens para o mercado de trabalho. São jovens, moradores de diferentes regiões do Rio de Janeiro, que resolveram abordar diversos aspectos de seu cotidiano. Foram eles que escolheram os temas, apuraram e escreveram os textos. Os assuntos abordados no Folha Locus são vários: transporte, cultura, educação, saúde, trabalho, meio-ambiente, preconceito, segurança e outros. Tem, por exemplo, textos sobre a implementação das UPPs em diversas comunidades da cidade; sobre a péssima situação dos meios de transporte; a situação de hospitais e de escolas dos sistemas público e particular; a preparação da cidade para a realização de megaeventos; as dificuldades de se conseguir o primeiro emprego etc. Cultura também entrou na pauta: o grupo de teatro “Queimados Encena”, que tem um trabalho muito bacana na Baixada Fluminense, é um dos destaques da publicação.
Radiografia da Comunicação Sindical
O livro “Revoluções e regimes marxistas: rupturas, experiências e impacto internacional”, organizado por Paulo Fagundes Visentini, é fruto de um curso sobre o pensamento marxista clássico e atualizado, realizado para delegados do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 2010. O curso e a edição do livro foram aconteceram por meio da parceria do SindBancários com o Núcleo de Estudos de Relações Internacionais da UFRGS, que acontece desde 2007 através do projeto Diálogos para Ação. No curso daquele ano, um grande grupo se mostrou interessado em conhecer as experiências socialistas do século 20, das quais "não se ouve mais falar". Isso ocorre porque, há mais de duas décadas, o pensamento neoliberal e pós-moderno tornou dominante um discurso historiográfico que desqualifica as conquistas sociais do marxismo do século 20 e estabelece que apenas o mercado e as iniciativas individualistas teriam sentido. Este livro vem preencher essa lacuna e mostra experiências e conquistas variadas ocorridas na URSS, Cuba, Nicarágua, Vietnã, China, Moçambique, Angola, Iugoslávia e outros países.
De Olho Na Mídia
[Por Vito Giannotti-NPC] Por que será que a “Globo” teve que se esconder nas grandes manifestações desta semana nas ruas e praças do País? Vimos, em São Paulo, até o repórter Caco Barcellos, jornalista respeitado inclusive nos meios alternativos, tendo que se esconder por causa da empresa na qual trabalha. No Rio era inútil procurar o globinho daquela rede nos microfones dos repórteres. Tiraram tudo o que podia lembrar o símbolo da rede do Jardim Botânico. Isso mostra que, como se dizia antigamente, “O povo não é bobo, Fora a Rede Globo”. A “Globo” teve que perceber que, mesmo com toda a alienação que ela promove desde o dia em que foi criada pelo Dr.Roberto Marinho e pelos militares com sua Ditadura, foi mais prudente disfarçar seus repórteres de manifestantes do que se arriscar a levar umas bordoadas. Realmente, o povo nas ruas começou a mostrar que mesmo com todo “Salve Jorge” e toda “Zorra Total” ainda consegue pensar, analisar e querer decidir seu destino.
NPC Informa
Novas regras para televisão, internet banda larga, radiodifusão e projeto de lei das comunicações serão os principais temas abordados durante os debates que serão realizados nos dias 27, 28 e 29 de junho, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, no Rio de Janeiro. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet. Na quinta-feira, dia 27, às 18h30, o debate será “Canal da Cidadania: mais pluralidade e diversidade ou mais uma miragem na TV digital?”. Na sexta, 28, também às 18h30, o debate tratará dos desafios para a garantia da internet de qualidade para todos. No sábado, dia 29, acontece um minicurso sobre radiodifusão no Brasil. Pela manhã, a professora Suzy dos Santos (ECO/UFRJ) vai ministrar a aula “Poder e mídia: economia e política da legislação da radiodifusão no Brasil”. À tarde, Jonas Valente fala sobre a campanha “Para expressar a liberdade”, um movimento pelo direito à comunicação e o projeto de lei de mídia eletrônica. As atividades são uma realização do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, em parceria com o grupo de pesquisa Políticas e Economia Política da Informação e da Comunicação (PEIC) da ECO/UFRJ. Leia mais.
A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) realiza, nos dias 24 e 25 de junho, seu 2° Seminário de Comunicação. O tema do encontro será “Por uma Lei da Mídia Democrática”. O editor do jornal Brasil de Fato, Nilton Viana, será um dos debatedores do tem “A luta pela liberdade de expressão e a democratização da comunicação”. Haverá, também, oficina de uso da internet como instrumento de luta. O evento acontece na sede da entidade, em Campo Grande. Confira a programação completa.
Proposta de Pauta
[Por Claudia Santiago] O sistema capitalista, na sua face mais cruel, o neoliberalismo, pode estar sendo questionado nas ruas. Estamos querendo demais? Uma boa saída para a esquerda é pensar, se repensar, rever seus métodos, suas práticas e sua relação com os trabalhadores. E nessa reflexão entender por que não é ela a liderar esta rebelião.
De Olho Na Vida
[Por Marina Schneider] Algumas prisões realizadas na segunda-feira à noite, durante e após as manifestações do Centro do Rio tinham o claro intuito de tentar intimidar os manifestantes. Um casal foi detido acusado de furto qualificado. Segundo a PM, eles roubaram produtos de uma loja na rua São José. “Houve saques e o que foi apresentado pelos policiais estava nas ruas”, argumenta o advogado que cuida deste e de outros casos ocorridos na segunda-feira, Carlos Eduardo Nascimento, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos. Segundo ele, um morador de rua que dormia embaixo do viaduto da Praça XV também foi preso naquela noite acusado de formação de quadrilha. Um ex-agente penitenciário, aposentado por invalidez por ser esquizofrênico, também foi acusado de formação de quadrilha. Outro caso absurdo foi o de um estudante de comunicação da UFF detido por fotografar a manifestação sem identificação profissional, como se só tivesse autorização para registrar os atos alguém contratado por um veículo empresarial. “Foram prisões de natureza autoritária e cunho arbitrário e que refletem a visão política de quem quer calar os movimentos sociais”, avalia Carlos Eduardo.
Memória
Data planejada para o Levante de Escravos liderado por Estêvão Pimenta, em Vassouras/RJ.
De olho no mundo
[Por Rosângela Ribeiro Gil] Belíssima a reportagem assinada por Hugo Torres, no jornal “Público”, de Portugal, intitulada “Estão a dever-me as horas extraordinárias dos últimos 20 anos”. Ele acompanhou, no dia 15 de junho último, uma manifestação de educadores, na Avenida da Liberdade, na capital Lisboa, e fez o “favor” aos seus leitores de não apenas transcrever declarações, mas de descrever o jeito e a ação das pessoas que ali protestavam contra o que a professora Maria Clara Brito tão bem sintetizou: “A escola pública está em risco.” Leia Mais.
Democratização da Comunicação
A radiodifusão comunitária foi o principal assunto da audiência pública que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) organizou para debater a digitalização do rádio no Brasil. A grande polêmica do processo é a viabilidade dos padrões apresentamos para as rádios comunitárias. Os testes realizados com os padrões DRM (europeu) e HD radio/IBOC (Estados Unidos) não foram suficientes, pois apenas avaliaram questões técnicas. Para a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil), o problema maior está na lei de rádios comunitárias, criada no governo Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de criminalizar a comunicação popular. Como a potência dessas emissoras já é muito baixa, com a digitalização qualquer ruído urbano seria capaz para calar a voz das comunidades. Já o Movimento Nacional de Rádios Comunitárias (MNRC) lançou a campanha 'Fora Paulo Bernardo' que pede a saída do ministro das Comunicações. O deputado estadual Paulo Ramos (PDT), que convocou a audiência pública, lembrou que já foi criminalizado quando fez parte de uma rádio comunitária e defendeu a valorização dessas emissoras.
Fotos
[Por Ana Lúcia Vaz] “O segundo da fila, sem camisa, é meu sobrinho de 17 anos. Estava na manifestação quase por acaso. Foi algemado, enfiado num camburão, levado pra delegacia, depôs e em seguida foi liberado. Segundo ele, "os cara até foram educados". Mas, como assim, sendo menor de idade é algemado, fotografado... Só porque assim moreno, sem camisa, de chinelo?”
Pérolas
“Normalmente sobra para a gente. Mas as balas aqui não vão ser de borracha”.
"Temos uma ótima oportunidade de unificar algumas de nossas pautas. Não podemos perder o foco para a direita mais reacionária".
“Essa metáfora do gigante (acordou mesmo?) vem bem a calhar: gigantes nas fábulas, contos e mitologias nunca foram conhecidos por sua inteligência, mas como brutamontes bobos e incontroláveis.”
Dicas
São imperdíveis as obras e textos escolhidos da revolucionária Rosa Luxemburgo, organizadas por Isabel Loureiro. Rosa Luxemburgo – Vol. 1 – Textos Escolhidos (R$ 64,00) reúne textos escritos entre 1899 a 1914, entre eles os clássicos “Reforma social ou revolução?” e “Greve de massas, partido e sindicatos”, além de outros inéditos em português. Já em Rosa Luxemburgo – Vol. 2 - Textos Escolhidos (RS 62,00) estão textos que datam de 1914 a 1919, dentre eles “A Revolução Russa”, além de artigos publicados no jornal alemão Die Rote Fahne dias antes de seu assassinato. Rosa Luxemburgo – Vol. 3 – Cartas (R$ 62,00) traz cartas inéditas em português, que discutem desde política, história e literatura até música, botânica e geologia. Este livro ajuda o leitor a conhecer também os anseios particulares de Rosa Luxemburgo.
O Projeto “Olhar Brasileiro – Interações Culturais” inaugura no dia 29 de junho, em Pernambuco, a mostra de fotos Do Sertão de Virgulino ao Berço de Canaima, resultado das oficinas de capacitação que atenderam comunidades rurais de Pernambuco e assentamentos e comunidades indígenas em Roraima. O lançamento será no Museu do Cangaço em Serra Talhada (PE), terra natal do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Em 25 de julho, a mostra final segue para Roraima, com as exposições em cada comunidade roraimense capacitada. Saiba mais na página da Funarte.
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Edição 239
Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
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Equipe Coordenação: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915) Redação: Arthur William, Marina Schneider e Sheila Jacob. Colaboraram nesta edição: Mauro Satayana, Naldinho Lourenço, Rosângela Ribeiro Gil e Sérgio Domingues
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