9 a 15 de agosto de 2013
Notícias
Jornalistas, dirigentes sindicais e demais interessados já podem se inscrever no 19º Curso Anual de Comunicação do NPC. Este ano o curso acontece de 20 a 24 de novembro, no Rio e Janeiro, com o tema “MÍDIA E PODER NO BRASIL E O MUNDO HOJE". A mesa de abertura, na tarde do dia 20, será com o Joel Rufino dos Santos e Ignacio Ramonet, que debaterão "A Comunicação e a Resistência das classes populares no século XXI”. As inscrições custam R$ 610 (sem estadia) e R$ 1220 para os que precisarem de estadia no Rio de Janeiro. Todas as inscrições dão direito a almoço nos dias 21, 22 e 23/11, lanches e apostilas. Estudantes de comunicação têm desconto de 50% em inscrições sem estadia. Confira a programação completa e saiba como se inscrever. Informações pelo e-mail npiratininga@piratininga.org.br ou pelo telefone (21) 2220-4895.
Notícias do NPC
O coordenador do NPC, Vito Giannotti, esteve na última quinta-feira (07.08), em Nova Friburgo, região serrana do Rio, onde ministrou o curso CONCEPÇÃO E PRÁTICA SINDICAL no Sindicato dos Bancários do município e região. As grandes questões abordadas neste curso são o papel histórico dos sindicatos, o surgimento das centrais, como os sindicatos ficam frente à reestruturação produtiva e o debate sobre qual prática adotar hoje. No dia 14.08, o coordenador do NPC dá um curso de COMUNICAÇÃO SINDICAL na Associação Campograndense de Professores, no Mato Grosso do Sul. Já nos dias 16 e 17, final da semana que vem, Vito Giannotti ministra o curso de HISTÓRIA DOS TRABALHADORES NO MUNDO para os filiados do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública no Espírito Santo.
A jornalista Claudia Santiago, coordenadora do NPC, participa, na terça-feira, 13.08, da mesa “A ditadura do discurso único”, às 14h, na Associação Brasileira de Imprensa. A mesa faz parte do seminário “Democratização da Mídia”, promovido pela Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI. Outras duas mesas ocorrerão em seguida: “Comunicadores populares, livres e independentes”, às 16h, e “PLIP pela democratização da mídia”, às 18h. O evento acontece no auditório da ABI (Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9º andar, Centro do Rio). No mesmo dia, às 18h, Claudia Santiago participa de um debate sobre “O papel político das mídias sociais”. A mesa acontece durante o lançamento do site do vereador Reimont (PT-RJ) e acontece no auditório do Sindicato dos Administradores, que fica na Rua Treze de Maio, 13, 8º andar, também no Centro do Rio.
Radiografia da Comunicação Sindical
Júnior Eler é uma referência em Comunicação para o Movimento Sindical Capixaba. Ele concedeu uma entrevista ao jornalista e professor Bruno Taitson, do Centro Universitário IESB, de Brasília. Suas ideias tornaram-se matéria-prima do professor para as aulas de Mídia & Cidadania, no curso de Jornalismo. “O importante é que o jornal sindical é uma poderosa ferramenta para denúncias, reivindicações e por aí vai. E, quer saber? Muitos jornais são feitos exclusivamente para os patrões lerem. Coisa de guerrilha informativa mesmo”, afirmou durante a entrevista. Ele explicou que sua experiência na comunicação sindical começou no Sintinorte-ES. Na época, ele editava um jornal bimensal e foi participando de cursos de formação e trocando experiências com jornalistas e sindicatos do Brasil afora. Citou, como referência, as aulas do NPC oferecidas por Vito Giannotti e Claudia Santiago. | Confira a entrevista.
De Olho Na Mídia
Minha timeline de hoje derrete-se em elogios a uma capa “irônica” da TPM. A revista lançou uma capa “falsa” em que reproduz as chamadas mais cliches das revistas femininas: aquele tipo de promessa e de cobertura do jornalismo “feminino” que a revista se propõe a evitar. Ao lado da capa “falsa”, vemos a capa “verdadeira”, com uma chamada clean questionando por que se mente tanto para as mulheres. Nas duas opções de capa vemos a mesma atriz, Alice Braga, linda, magra feito um palito, com ossos aparentes e tudo. A moça não tem um pelo, uma marca de espinha, uma ponta dupla. Talvez ela seja assim mesmo, sem Photoshop nem nada, mas esse não é o caso de praticamente nenhuma mulher e certamente não é o caso de nenhuma mulher sem dinheiro. O padrão de beleza atual não é passível de ser conquistado apenas com dons genéticos e hábitos de vida razoavelmente saudáveis. É preciso um investimento de tempo e dinheiro cada vez maior já que o objetivo desse padrão não é apenas te fazer chorar no chuveiro, mas essencialmente te fazer encher esse chuveiro de produtos de beleza. | Por Juliana Cunha, no blog Já Matei Por Menos e Escrevi Por Mais, em 07.08.13.
A Comunicação que queremos
Os coletivos Mídia Ninja e Rio na Rua lançaram cartilhas com dicas para quem deseja fazer sua própria transmissão de manifestações. Os Ninjas criaram um manual prático para uso do Twitcasting, ferramenta que o grupo utiliza para as coberturas ao vivo. Já os comunicadores do Rio na Rua abordam outros aplicativos como Ustream, Bambuser e Livestream, além de sugerir como o jornalista deve se relacionar com a polícia e lidar com situações como conflito entre forças militares e manifestantes.
Democratização da Comunicação
Foi lançada, no dia 6 de agosto, na Câmara dos Deputados, a campanha #QueroMeVerNaTV, em defesa da regionalização da produção artística, cultural e jornalística e da produção local e independente nas emissoras de rádio e TV. O objetivo é estimular o debate sobre o tema e mobilizar os atores envolvidos para que encampem a defesa de uma regionalização plural e democrática que dê espaço para a diversidade cultural brasileira aparecer na TV aberta. No artigo 221 da Constituição Federal – que ainda não foi regulamentado -, o conteúdo regional e independente na radiodifusão está previsto. Apesar da existência, desde 1991, de um projeto de lei da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) sobre o tema, uma comissão mista aprovou um relatório que altera a redação do PL, e deixa de atender seus objetivos. A campanha #QueroMeVerNaTV pretende pressionar os deputados para que alterem novamente o texto para garantir espaço para produção local, regional e independente nas programações.
Artigos
A atuação do coletivo Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) está no centro dos debates sobre jornalismo alternativo. Seus integrantes se destacaram no acompanhamento das manifestações populares que começaram em junho passado. A cobertura do coletivo foi fundamental na denúncia da violência policial e na divulgação das principais pautas dos movimentos. Furou o bloqueio dos monopólios da comunicação e mostrou compromisso com a informação e com as causas das manifestações. Mas somente aos poucos vai ficando clara qual é a proposta dos ninjas. A presença de dois de seus membros no programa Roda Viva de 05/08, na TV Cultura, ajudou a esclarecer alguns pontos. Diante de jornalistas da grande imprensa, Bruno Torturra e Pablo Capilé deram uma demonstração de segurança quanto ao que fazem e no que acreditam. Enfrentaram com tranquilidade uma bancada que, em grande sua maioria, vacilava entre a hostilidade ignorante e a ignorância hostil. | Continue lendo | Por Sérgio Domingues.
De Olho Na Vida
No dia 4 de agosto, o jornal fluminense "O Dia" publicou uma reportagem intitulada “À procura de outros Amarildos”. Um dos entrevistados é o sociólogo Fábio Araújo, autor da tese de mestrado (UFRJ) “Das consequências da arte macabra de fazer desaparecer pessoas”. Araújo revela ao repórter Francisco Alves Filho que mais de 90 mil pessoas desapareçam no estado nos últimos 23 anos. Diz, ainda, que “a queda do número de homicídios em alguns anos do governo Sérgio Cabral coincide com o aumento do número de sumiços em território fluminense”. Segundo ele, “um indício de que os agentes da violência — traficantes e maus policiais — estariam usando outro método de extermínio”. | Por Claudia Santiago.
Proposta de Pauta
O PL 4.330/04 que amplia as terceirizações deve ser colocado em pauta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na Câmara dos Deputados no dia 14. Os contratos em regime de terceirização permitem às empresas e aos órgãos públicos tratar de forma diferente pessoas que exercem a mesma função. Direitos adquiridos em acordos coletivos de uma categoria profissional não são garantidos aos terceirizados. De acordo com pesquisa Dieese, o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, cumpre três horas a mais em sua jornada semanal e ganha 27% menos que os demais. O projeto de lei acaba com a “responsabilidade solidária”, que transfere à empresa contratante a obrigação de cumprir com deveres trabalhistas desrespeitados pela contratada.
NPC Informa
Uma audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados debateu, na última quarta (07.08), a proposta de Marco Civil da Internet. Organizações da sociedade civil defenderam o princípio de neutralidade da rede, resguardado no Projeto de Lei original (PL 2.126, de 2011), de autoria do deputado Alessandro Molon (PT/RJ). O texto do PL determina que seja dado “tratamento isonômico para quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviços, terminal ou aplicativo”. Em carta entregue aos deputados, várias organizações, dentre as quais o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor afirmam que o texto original do Marco Civil “é uma peça de legislação moderna e progressista, com as garantias gerais satisfatórias para a proteção da liberdade de expressão e o direito à privacidade na Internet”.
Memória
A doutrina Doutrina Monroe, de 1823, que tinha como tese central “A América para os americanos” na prática significava a América para os Estados Unidos. Um caso típico de aplicação da doutrina é o da multinacional norte-americana, United Fruit Company (1899-1970), grande produtora e comerciante de frutas tropicais na América Central e no Caribe que atuava politicamente na nossa região participando da implantação de ditadura e derrubada de regimes democráticos. Em 1928, trabalhadores agrícolas foram assassinados a mando da companhia, na Colômbia ao exigirem melhores condições de trabalho. Em 1954, na Guatemala, participou do golpe contra Jacobo Arbenz Guzmán. O advogado da United Fruit Company era diretor da CIA. Em 2007, já com o nome de Chiquita Brands foi a julgamento nos EUA pelo envolvimento em assassinato de sindicalistas e camponeses. I Por Claudia Santiago, com informações da Agenda NPC-2014.
De olho no mundo
Uruguai sai na frente mais uma vez. Agora com a abertura, no dia 31 de julho último, de discussão pública sobre novas outorgas de televisão aberta. Como está no site do governo daquele país, “pela primeira vez na história da televisão uruguaia, o governo recorreu a esta instância de discussão e intercâmbio no marco do processo de assinatura de canais de TV digital terrestre”. Participaram representantes do Estado, da sociedade civil, empresários e jornalistas, num clima de seriedade e respeito. Todos com igual direito e tempo para se pronunciar. Leia aqui as propostas e saiba mais. | Por Rosângela Ribeiro Gil.
Fotos
A fotógrafa Lisa Kristine documentou a escravidão moderna na série ModernDaySlavery. Saiba no site do Pragmatismo Político.
Dicas
O documentário Que bom te ver viva aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. Trata-se de uma perspectiva feminina da violência daquele período, apresentando relatos de abusos sexuais, partos realizados nas celas, abortos etc. O filme é de 1989 e se constrói a partir da mescla entre ficção e realidade: as histórias são contadas por uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações que gostariam de esquecer, mas não conseguem e não podem. O filme é dirigido pela cineasta Lúcia Murat, que também foi presa e vítima de torturas.
Símbolo de coragem e paz para toda a humanidade, Nelson Mandela liderou a resistência contra décadas de apartheid na África do Sul e é amado e admirado no mundo inteiro. Depois de 27 anos na prisão, reconquistou enfim a liberdade e, em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro de seu país. Esta edição da Zahar, voltada para crianças, é um belo e colorido resgate da história de um homem e de sua nação na luta contra a discriminação e opressão. O texto é assinado pelo francês Alain Serres e as ilustrações, do também francês Zaü, mostram como a luta a favor da união dos povos de todas as cores é fonte permanente de inspiração. O livro conta ainda com a seção “Para compreender melhor”, com um material de pesquisa que inclui palavras-chave, fotos, um mapa e uma cronologia da vida de Mandela.
Pérolas
“Amarildo era trabalhador, dizem todos. Não merecia sofrer nas mãos da polícia. Esta é a lógica da banalidade do mal de que falava Hanna Arendt. Alguém que não seja “trabalhador” é uma “não pessoa” para nossa secular máquina repressiva. No seu caso, tortura, sequestro, execução estão autorizados”.
“Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. (...) (...) Não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que cobram do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base, e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra. Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue? Trecho do discurso do presidente da Bolívia, Evo Morales, no dia 23.07, ante a reunião de Chefes de Estado da Comunidade Europeia
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Equipe Coordenação: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915) Redação: Arthur William, Marina Schneider e Sheila Jacob. Colaboraram nesta edição: Rosângela Ribeiro Gil e Sérgio Domingues
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