Boletim do NPC

19º Anual terá mesa sobre regulamentação das comunicações

Tema sempre presente nos cursos anuais do NPC, a regulamentação das comunicações será debatida neste curso anual por Laurindo Leal Filho (professor da USP e apresentador do programa Ver TV), Altamiro Borges (jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé) e Bia Barbosa (jornalista e membro da coordenação executiva do Intervozes). Laurindo Leal vai traçar um panorama da regulação deste setor na Europa, Altamiro Borges vai destacar as experiências da América Latina e Bia Barbosa fala sobre a situação brasileira. A mediação será feita pelo jornalista do NPC, Arthur William. O curso será realizado no Rio de Janeiro de 20 a 24 de novembro, e tem como tema central “Mídia e poder no Brasil e no mundo hoje”. Sugerimos que os interessados em se inscrever façam logo suas inscrições, principalmente aqueles que vêm de outros estados e precisarão de hospedagem no Rio. Temos um número limitado de vagas nos hotéis. Para saber mais, acesse o site do curso.

de 17 a 24 outubro de 2013

Notícias do NPC

Claudia Santiago fala sobre cobertura dos protestos em debate na UFF

A jornalista Claudia Santiago, coordenadora do NPC, participa, no dia 22, do debate “Protestos de rua em 2013: dimensões e perspectivas”. Ela vai falar sobre a cobertura que a mídia tem feito das grandes manifestações que acontecem desde junho. A mesa-redonda acontece na Universidade Federal Fluminense (UFF), às 16h, e é organizada pelo programa PET-Geografia da UFF. Também participam o professor Marcelo Badaró (História-UFF) e Bruno Marinoni (Intervozes).

Notícias do NPC

NPC participa do II Curso de Comunicação Popular do Paraná

Os coordenadores do NPC, Claudia Santiago e Vito Giannotti, participam, nos dias 25 e 26 de outubro do II Curso de Comunicação Popular do Paraná. Na abertura do encontro, dia 25, às 10h, Claudia vai falar sobre o cenário da mídia no Brasil em tempos de mobilizações. Na manhã de sábado (26/10), Vito dá uma palestra sobre a experiência do jornal Brasil de Fato gratuito do Rio de Janeiro. À tarde ele dá uma oficina de Linguagem e Texto. O curso é organizado por diversas entidades e acontece na APP Sindicato, em Curitiba. As inscrições custam R$ 15 e podem ser feitas até o dia 21/10. Confira a programação completa do curso e saiba como se inscrever!

Notícias do NPC

Diretor de Comunicação da CUT-RJ recomenda Curso Anual do NPC

O diretor de Comunicação da CUT-RJ e coordenador da Fale Rio, Edison Munhoz, diz que o Curso do NPC é essencial para entender a importância da democratização da mídia. Em sua opinião, o Curso ajuda na luta por uma mídia aberta e livre, além de proporcionar um avanço no conhecimento da área. Assista.

Artigos

Gravidade e Terra Firme: a humanidade entre a grandeza e a mesquinharia

Dois filmes de gêneros muito diferentes estrearam no cinema este mês. Em um, a pouca gravidade coloca seus personagens à deriva no espaço sideral. No outro, o peso de uma globalização racista e excludente arrasta centenas de pessoas para o abismo das águas. “Gravidade” é um filme de Alfonso Cuarón com Sandra Bullock e George Clooney. A bela produção tem efeitos especiais que aproveitam a tecnologia 3D de forma madura. Mas ganha interesse ainda maior se comparada a outro grande filme. Em "Terra Firme", Emanuele Crialese mostra uma comunidade tradicional da Sicília. O modo de vida baseado na pesca está em rápida extinção. Vai dando lugar à indústria do turismo. Complicando as duas atividades, uma legislação que proíbe acolher imigrantes clandestinos vindos, principalmente, da África. | Continue lendo | Por Sérgio Domingues.

Entrevistas

La Rue: “A liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais para toda a rede de direitos humanos e especialmente para a democracia”

Em entrevista concedida especialmente para a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação ao Fórum Mundial dos Direitos Humanos (FMDH), Frank de La Rue deu o tom sobre as preocupações relacionadas à comunicação e à liberdade de expressão no Brasil e no mundo. Para ele, sem o direito humano à comunicação - que consiste em ter acesso à informação e o poder de disseminar e difundir ideias, opiniões e informação – não há a democracia. | Confira a entrevista | Por Raquel de Lima, do FNDC.

A Comunicação que queremos

Independentes, ninjas, alternativos, comunistas. Os jornalistas que não abandonam a notícia

Nossos herois. As manifestações de rua que vêm ocorrendo no Brasil desde junho do ano passado relevaram dois tipos de herois e heroínas. São os advogados e os jornalistas que se colocaram ao lado dos manifestantes e em defesa do direito de livre organização e manifestação política. No Rio de Janeiro têm sido incansáveis os membros do IDDH (Instituto de Defesa de Direitos Humanos) e coletivos de jornalistas como o Rio na Rua e o Mídia Ninja. Com pouquíssima estrutura, sem remuneração e com muita coragem eles estão onde as manifestações estão. Eles não são os únicos. Chegaram para juntar-se aos jovens das revistas Vírus Planetário e Fazendo Media, que também dedicam-se a contar a história cotidiana a partir do ponto de vista dos que lutam para mudar o mundo. Juntam-se ao jornal Nova Democracia e seu repórter cinematográfico Patrick Granja, que bem antes de junho de 2013 já reportava fatos relacionados com a vida do povo carioca e ocultados pela grande mídia. Veja aqui um vídeo produzido pelo jornal a Nova Democracia sobre os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro.

Radiografia da Comunicação Sindical

Fisenge produz livro sobre os 20 anos da entidade

A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e o NPC vão produzir um livro contando os 20 anos de história da entidade. O objetivo é documentar a história da Federação e a participação da engenharia e dos engenheiros nas principais transformações da sociedade brasileira desde a década de 30 do século passado. Resgatar a história da Fisenge é contar uma parte importante da história de lutas e mobilizações no país no período recenete. Serão produzidos mil exemplares, com distribuição em todo o Brasil entre as principais entidades e organizações ligadas à engenharia, universidades, ministérios, imprensa e outros.

De Olho Na Mídia

Revista Vírus Planetário pergunta: Precisa comentar alguma coisa sobre a capa do Globo?

A equipe da revista responde: Temos amigos e amigas presos, temos companheiros de luta presos. Pensem no que sentimos ao ver esta capa. Por isso lutamos!

De Olho Na Mídia

O Globo julga e condena

O Globo, em sua manchete de capa de hoje, assume ares de tribunal de exceção. Sem que haja qualquer indício ou prova, sem que tenha havido nenhum julgamento (com direito à defesa e a contraditório), o jornal taxa como vândalos os 70 manifestantes detidos nas escadarias da Câmara de Vereadores na noite da última segunda-feira. Vários relatos indicam que a polícia prendeu indiscriminadamente pessoas que estavam sentadas na escadaria, sem que houvesse nenhum flagrante de delito ou ordem judicial para tanto. Estão presas e responderão absurdamente pelo crime de formação de quadrilha, entre outros. Isso é gravíssimo em uma democracia. Mas O Globo não se preocupa com isso. Em exercício de péssimo jornalismo e editorialização moralista e sensacionalista da notícia, decreta que eram todos vândalos. Como decretou em seu editorial de 2 de abril de 1964 que o golpe militar da véspera viera para salvar a democracia. Esta capa de hoje entra para a história do jornalismo pela porta dos fundos. Vira exemplo negativo dos abusos da grande imprensa, como o já clássico caso da Escola Base em São Paulo, na década de 90 (quem não conhece ou não se lembra do caso, é só jogar no Google). | Por Diogo Coelho.

Proposta de Pauta

O que é Libra?

Se uma pesquisa de opinião fosse feita, a nível nacional, com uma única pergunta: “O que o senhor (ou senhora) acha do leilão de Libra que ocorrerá no dia 21 de outubro?”, certamente, uns 95% dos pesquisados responderiam: “O que é Libra?” (...) Libra é um campo de petróleo com cerca de dez bilhões de barris. Pode chegar a 15 bilhões. Fica em alto mar, a cerca de 180 km da costa, na chamada bacia de Santos. (...) Este tesouro vai a leilão no próximo dia 21. A Petrobrás fica com uma parcela obrigatória de 30%. As petrolíferas estrangeiras ficam com a maior parte./ Paulo Metri – Conselheiro da Petrobrás.

Democratização da Comunicação

Família Marinho tem participação em 12 emissoras de TV, além da Globo

O Decreto-Lei 236, de 1967, em seu artigo 12, define que “cada entidade” só poderá ter, no máximo, 5 concessões de geradoras de radiodifusão de sons e imagens (TV aberta) em VHF (canais 2 a 13). A empresa Globo Comunicação e Participações S.A., de propriedade dos três filhos de Roberto Marinho, possui suas cinco concessões no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife. Mas vários netos de Roberto Marinho também são acionistas de outras geradoras, todas afiliadas à Globo. | Continue lendo | Por Gustavo Gindre, no Blog do Gindre.

De Olho Na Vida

O Rio sob Estado de sítio?

Está na hora das universidades se posicionarem contra a criminalização de movimentos sociais e de manifestantes. A questão não é apoiar ou não black blocs ou outros movimentos. A questão é se posicionar diante dos ataques à constituição e das suspensões de direitos que essas prisões em massa representam. Semana que vem a cidade estará sitiada por causa do leilão de Libra. Ano que vem a Copa pode ser mais uma desculpa para vivermos um estado de sítio. Até que estejamos todos sitiados e cerceados em nossas liberdades básicas. Ou nos posicionamos agora contra isso ou ficará cada vez mais difícil reagirmos. Por Adriana Facina (professora do Museu Nacional)

De olho no mundo

Brasileiro fala sobre black blocs à rádio da Universidade Nacional de Colômbia

Os nossos black blocs ultrapassam a fronteira do País e já são objeto de interesse em outros países da América Latina. A rádio daUniversidade Nacional de Colômbia entrevistou, nesta semana, Felippe Ramos, diretor doInstituto Surear, sobre o movimento que surgiu no Brasil com as manifestações de rua de junho último. Ele faz uma avaliação sociológica sobre os jovens que estão nas ruas, com os rostos cobertos (ou protegidos), protestando contra a violência policial, segundo Ramos. O especialista em Relações Internacionais e mestre em Sociologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), explica que os black blocs surgiram, no mundo, como uma tática de confrontação contra os agentes da ordem, no caso, a Polícia. Eles não são um movimento organizado com objetivos muito claros. No caso do Brasil, nos atos de junho último, a polícia usou de violência contra os manifestantes pacíficos. Em consequência, por meio das redes sociais, grupos juvenis se organizaram para ir às ruas para enfrentar a repressão. “É uma resposta à violência policial que aconteceu no país”, observa. Ramos fala, ainda, sobre a inclinação política dos integrantes do movimento, dos Ninjas (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) e também do vácuo político deixado por partidos brasileiros que se institucionalizaram e deixaram a organização orgânica dos movimentos sociais e populares. A entrevista tem pouco mais de 10 minutos e está fácil de ser entendida mesmo que na língua espanhola. Ouça aqui. Por Rosângela Ribeiro Gil.

NPC Informa

Mostra de filmes O negro no cinema homenageia Joel Zito Araújo

De 19 a 23 de novembro, em Cuiabá, será realizada a 3ª edição da Mostra de filmes O NEGRO NO CINEMA. Este ano cineasta homenageado é Joel Zito Araujo. No primeiro dia (19/11) haverá estreia do mais novo filme do diretor, Raça, na sala 3 do Cine Pantanal, a partir das 19h. De 20 a 23 de novembro haverá sessões no Sesc Arsenal a partir das 19h.

Memória

Fotos retratam desaparecimento de militantes durante ditaduras latino-americanas

O fotógrafo argentino Gustavo Germano retrata famílias amputadas pelas ditaduras civil-militares do Brasil e da Argentina. Fotos daquele tempo são confrontadas com registros dos dias atuais, marcados pela dor da perda. O nome da exposição é “Ausências” e já esteve em vários países. Pode ser acessada também pela internet. Confira!

A Comunicação que queremos

Carta Maior lança novo site

A Carta Maior reformulou seu site, dando mais leveza e nova roupagem aos conteúdos do "portal da esquerda". Ao acessar www.cartamaior.com.br, você encontra textos de colunistas como Gilberto Maringoni e blogs como o de Emir Sader. Em funcionamento desde 2001 para divulgar as ideias do Fórum Social Mundial, o site da Carta Maior é um dos principais meios de informação da esquerda brasileira. Saiba mais.

Dicas

FILME A doutrina do choque

No seu livro A doutrina do choque, a canadense Naomi Klein sustenta que o capital internacional aproveita, quando não promove, o caos e a catástrofe para implementar políticas de mercado e aprofundar o modelo neoliberal em diversos países. Alguns dos exemplos citados por ela são o golpe contra Allende no Chile; a invasão do Iraque e o ataque ao World Trade Center, que justificou todos os excessos nas políticas interna e externa do Bush. Neste vídeo, de pouco mais de uma hora, são apresentados os argumentos do livro, com materiais de arquivo e entrevistas com várias testemunhas desse processo. Imperdível para quem quer entender o mundo de hoje.

Dicas

LIVRO Pedrinhas miudinhas

O historiador Luiz Antonio Simas lançou recentemente o livro Pedrinhas miudinhas, que reúne 41 ensaios do autor. Alguns textos são inéditos, mas o volume contém textos publicados por Simas no jornal O Globo e também em seu blog. O fio condutor da obra está naqueles que o autor identifica como espaços fundamentais para sua formação: a rua, terreiros, botequins e rodas de samba. Os temas dos ensaios passam por esses locais e por diversas questões da cultura brasileira. Já no início do livro, o historiador identifica que o que lhe interessa são foliões anônimos, bêbados líricos, jogadores de futebol de várzea, retirantes, feirantes, devotos, pretos velhos, violeiros etc. As raízes da cultura sacro-africana, mais do que herança, aqui se apresentam como “fonte inesgotável de saber e encantamento”, conforme destaca Nei Lopes no prefácio. Para o jornalista Álvaro da Costa e Silva, que assina a orelha, o livro é “uma aula inesquecível”. O livro está à venda na Livraria Antonio Gramsci e outras livrarias.

Pérolas

Por Luiz Ruffato

"O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. [...] Sucumbimos à solidão e ao egoísmo e nos negamos a nós mesmos. Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora”. Trecho do discurso na abertura da Feira do Livro de Frankfurt.

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Edição 254

Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

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Coordenação: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915)
Redação: Arthur William, Marina Schneider e Sheila Jacob. Colaboraram nesta edição: Sérgio Domingues (RJ), Tatiana Lima (RJ), Vinícius Oliveira (SE)

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