Entre os dias 20 e 24 de novembro realizamos, no Centro do Rio, a 19ª edição do Curso Anual do NPC. Foram cinco dias de intensos debates sobre a comunicação hegemônica e a dos trabalhadores, resistência das classes populares, a importância da regulação dos meios de comunicação, o discurso do medo como controle social, a internet e as mobilizações da juventude, experiências de comunicação sindical, grandes reportagens e outros temas. Ao final, foi exibido o documentário "1964: um golpe contra o Brasil". Dirigido por Alípio Freire, o filme foi feito para ser exibido no próximo ano, quando se completam 50 anos do golpe. Veja a cobertura completa!
6 de dezembro de 2013
Notícias do NPC
A semana seguinte ao 19º Curso Anual foi intensa de atividades promovidas pelo NPC no Sul do país, a convite de sindicatos interessados em melhorar sua comunicação e sua atuação. Veja mais!
Um aplicativo, criado pelo jornalista multimídia do NPC, Arthur William, permite ouvir pelo celular rádios comunitárias e livres de todo o mundo. O App RadCom tem versões para Web, iPhone, Android e pode ser baixado no site http://rebaixada.org/radcom. Arthur também orienta sindicatos a produzirem aplicativos e jogos durantes os cursos que dá pelo NPC em todo o país. Em 2013, as aulas de Novas Mídias do Núcleo Piratininga de Comunicação foram realizadas em Porto Alegre-RS, Brasília-DF, Campo Grande-MS, Rio de Janeiro-RJ, Belo Horizonte-MG e São Paulo-SP para diversos grupos.
A Comunicação que queremos
Nos últimos meses, um programa de rádio ligado aos movimentos sociais começou a ser divulgado na internet, principalmente via Facebook. É o Central Autônoma, criado após as manifestações de junho. Naquele momento de protestos e lutas diversas que tomaram as ruas, ativistas populares de São Paulo perceberam que precisavam construir sua própria comunicação. Se dependessem dos grandes meios, não teriam suas vozes ouvidas. “O programa Central Autônoma surgiu através do amigo jornalista e colaborador da rádio Central3, Paulo Silva Junior, logo após a manifestação do dia 13 de junho”, conta o radialista Xico Malta, referindo-se ao ato em que vários manifestantes e jornalistas foram violentamente agredidos ou detidos pela polícia. Um deles, o fotógrafo Sergio Silva, ficou cego do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha. Neste mesmo dia, editoriais dos jornais empresariais exigiram a repressão; 24 horas depois, e com alguns repórteres feridos, os mesmos jornais mudaram completamente de direção, lavaram suas mãos sujas de sangue e passaram a tentar pautar o movimento. / Por Gabriel Brito, especial para o BoletimNPC / Continue lendo
Radiografia da Comunicação Sindical
A TV dos Trabalhadores (TVT) é resultado de 23 anos de luta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Sua estreia foi em 23 de agosto de 2010. Recentemente a Anatel autorizou a TVT a colocar antenas na Av. Paulista, ampliando o alcance da emissora. “É um primeiro passo, uma gota no oceano da democratização da comunicação no Brasil”, afirma Valter Sanches, presidente da Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, entidade à qual a emissora está vinculada. O objetivo da TVT é ampliar a voz dos movimentos sociais e das mobilizações dos trabalhadores. Para conhecer melhor, basta acessar.
Democratização da Comunicação
A Lei da Mídia Democrática e o Marco Civil da Internet estão entre as diretrizes aprovadas por representantes do poder público e pela sociedade civil na 3ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em Brasília. Os projetos de lei foram debatidos no eixo “Produção Simbólica e Diversidade Cultural”, no subtema “Democratização e Cultura Digital”. Além do projeto de Lei da Mídia Democrática, o documento aponta a necessidade da aprovação do Marco Regulatório das Comunicações no Brasil e o fortalecimento da comunicação pública e comunitária. Diz o texto: “Incluir mais canais de rádio e TVs públicas, comunitárias, educativas, universitárias, culturais e de cidadania, no espectro eletromagnético e digital do Brasil, disponibilizando recursos públicos para viabilizar a sustentabilidade dessas emissoras, assim como para aquisição e renovação de infraestrutura tecnológica”. / Obs. do Direito à Comunicação / Continue lendo.
De Olho Na Vida
Na noite de terça-feira, 3 de dezembro, foi anunciado o resultado do “Urban Age Award”, um concurso internacional que avaliou 170 projetos da Região Metropolitana do Rio. O prêmio é de 80 mil dólares. O projeto vencedor foi o Plano Popular da Vila Autódromo, elaborado por moradores com a assessoria técnica de especialistas da UFRJ e da UFF. O plano prevê a permanência da comunidade, ameaçada de remoção pela Prefeitura do Rio. Também propõe a urbanização e a melhoria das condições de vida dos moradores. A premiação é concedida pelo Detusche Bank (Banco Alemão) e pela London School Economics. Desde 2007 são premiadas iniciativas que contribuem para uma melhoria na vida das cidades e preveem melhor qualidade ambiental e de vida para a população. O júri é composto por especialistas internacionais e do país onde estão sendo avaliados os projetos. / Por Sheila Jacob / Continue lendo.
De olho no mundo
# Foi graças ao envio de 40 MIL GUERRILHEIROS CUBANOS, sobretudo em Angola, financiados em grande parte pela Líbia de Moummar Kadhafi , que a África do Sul foi libertada do apartheid apoiado pelo imperialismo americano-sionista. # Não se deve esquecer que o primeiro chefe de estado recebido por Mandela na África do Sul foi Fidel Castro e que ao contrário, Mandela recebeu friamente a visita de Obama representante do imperialismo. [Informações enviadas pelo francês Jean Pierre Page, dirigente comunista]
[Por Beto Almeida/ Telesur] Mesmo na morte de um gigante da humanidade como o revolucionário Nelson Mandela, o imperialismo não deixa de exibir sua baixeza ao buscar manipular a imagem deste líder para mostrá-lo como um conciliador abstrato. A revista Veja , que tem como acionistas empresários sul-africanos apoiadores do apartheid, o apresenta como “o guerreiro da paz”, a quem prenderam e torturaram. Seria o segundo sequestro de Mandela,depois de 27 anos de prisão: o da sua imagem, para que não se saiba tratar-se de um dirigente comunista, revolucionário, que apoiou a luta armada contra o regime racista da África do Sul e a revolução no mundo./ Continue lendo.
De Olho Na Mídia
Atualmente e não tão recentemente, têm havido eleições em várias partes do mundo e chama a atenção como os meios de comunicação tratam a cobertura desses eventos, seja no aspecto mídia-espetáculo, seja no aspecto conceitual, o que é muito mais importante. O que mais salta à vista é o diversionismo ideológico explícito no enfoque desses diferentes processos eleitorais. Palavras como democracia, ditadura, popular, populismo, opressão, liberdade de imprensa, censura, perdem totalmente seus significados etimológicos e são manipulados para confundir as mentes e impor uma visão unilateral dos fatos. Um ato de guerra contra uma população desarmada, por exemplo, é terrorismo, contudo, na mídia os terroristas são as vítimas da agressão imperial. Fica no ar a dúvida: o que é uma democracia? A de Atenas ou de Roma? A do Reino Unido ou da Itália? A dos Estados Unidos ou de Cuba? / Por Paulo Cannabrava Filho / Continue lendo.
Proposta de Pauta
Não custa nada lembrar que se tratava de um sorteio será na Bahia, o Estado mais negro do país, segundo o IBGE de 2010. O fato também tem provocado diversos debates sobre a própria representação dos negros nos meios de comunicação. “O ano todo a gente vê o negro e a negra sempre de porteiro, empregada ou atrás das grades. Quase sempre desclassificados. É assim nos canais comerciais da TV brasileira. O negro não tem vez”, afirmou o coordenador do NPC, Vito Giannotti, em artigo publicado no Brasil de Fato. / Continue lendo.
NPC Informa
Teve início, na semana passada, a 8ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Ocorrerão sessões em todas as capitais brasileiras até o dia 22 de dezembro. O objetivo da mostra é promover um contato com produções audiovisuais do continente que valorize a diversidade e garanta o respeito aos Direitos Humanos. Assim como aconteceu nos anos anteriores, a programação contempla produções de diversos países da região que trabalham uma pluralidade de temas relacionados à temática dos Direitos Humanos, valorizando a diversidade e tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos. A programação completa em cada cidade e mais informações podem ser conferidas no site da Mostra.
O premiado fotógrafo João Roberto Ripper estará na UFF no dia 12 de dezembro das 16h30 às 20h. Na ocasião, ele apresentará e comentará seu trabalho como parte da programação da disciplina Fotojornalismo Brasileiro. A atividade está aberta a interessados em saber mais sobre seu trabalho. Será no Núcleo de Fotografia: Rua Lara Vilela, 126, Ingá, Niterói - sala C 205.
Entrevistas
Com a usual camisa vermelha, o sorriso miúdo e uma calma que contrasta com sua densa teoria crítica, o geógrafo britânico marxista David Harvey se preparava para uma palestra que lotaria no sábado (23/11) o Teatro Rival, no Centro do Rio de Janeiro. Considerado um dos maiores pensadores da atualidade, ele recebeu o Canal Ibase uma hora antes do início de sua fala e não deixou pergunta alguma sem resposta. Harvey, que está no Brasil para o lançamento do livro “Os limites do capital” em português, pela Boitempo, desafia o coro dos contentes sem qualquer bravata. Age assim porque vê um mundo com cada vez menos gente satisfeita com os rumos do capitalismo. Sem palavras de ordem e dispensando clichês, o geógrafo diz que há uma atmosfera para se criar um grande movimento anticapitalista. Ele vislumbra uma convergência entre os protestos no Brasil, a revolta da Praça Tahrir (no Egito) e outras manifestações internacionais : “Atualmente, quando um presidente diz ‘o país está indo muito bem’, ele quer dizer que o capital está indo bem, mas as pessoas estão indo mal.” Nesta entrevista, Harvey explica o porquê de tanta insatisfação. / Por Camila Nobrega e Rogério Daflon/ Leia o texto completo.
Memória
No dia 30 de novembro fomos surpreendidos pela notícia da morte de Dom Waldyr Calheiros, símbolo de resistência e dedicação às causas sociais no Brasil. Era grande defensor dos princípios da Teologia da Libertação e incentivador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), de movimentos populares e das pastorais sociais. Ex-bispo católico brasileiro e bispo emérito da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, ficou conhecido por seu engajamento no período da ditadura civil-militar brasileira, quando deu abrigo e auxiliou perseguidos políticos. Também apoiou lutas sociais e movimentos de trabalhadores. Em 1988, quando houve a greve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), adotou posição favorável aos operários e abrigou líderes do movimento. Também celebrou uma missa de velório de Walmir, Barroso e William, os três trabalhadores mortos pela repressão. / Continue lendo.
Julio de Grammont não foi só jornalista sindical. Ele é o típico representante de uma leva de jornalistas que durante a Ditadura fizeram um jornalismo militante clandestino de esquerda e com o avanço das lutas populares/sindicais passaram a ser jornalistas sindicais. Na PUC/ SP foi homenageado no dia 9 de dezembro em um evento da CUT por sua condição de editor do ABCD Jornal, da Ala Vermelha. Durante a greve dos metalúrgicos de São Bernardo, em 79/80, o jornal passou a ser o canal de informação diária da categoria em greve. Nos anos 80 será um baluarte da imprensa sindical, que foi a grande ferramenta de mobilização de milhares de greves na década recorde de greves na história do Brasil.
Imagens da Vida
Mais de mil índios, de diversas etnias, estão em Brasília em uma manifestação contra o que consideram uma ameaça para a garantia dos direitos dos povos indígenas. A causa dos protestos foi a minuta de uma portaria que as lideranças indígenas tiveram acesso e que, na sua opinião, estabelece mudanças nos procedimentos legais necessários ao reconhecimento e à demarcação de terras indígenas. “O governo federal e o Congresso Nacional estão aliados para atacar e diminuir os direitos indígenas, principalmente os territoriais, favorecendo o agronegócio e o latifúndio”, explicou Sônia Guajajara à Agência Brasil.
Dicas
No ano passado foram lançadas duas músicas em homenagem ao revolucionário Carlos Marighella. Uma delas é Um comunista, de Caetano Veloso, na qual se ouve: “Vida sem utopia/ Não entendo que exista/ Assim fala um comunista”. A canção foi apresentada no 19º Curso Anual do NPC, na voz de Tomaz Miranda e violão de Maurício Massunaga. A outra música, Mil faces de um homem leal, é do grupo de rap paulistano Racionais Mc’s. Clique para ouvir as músicas.
A Casa da Cultura da América Latina (CAL), da Universidade de Brasília (UNB), estreou no dia 28 de novembro a exposição "¡Mira! – Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas". Apresenta pinturas, desenhos, cerâmicas, vídeos e fotografias dos povos originários da América do Sul, principalmente Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. A exposição fica nas Galerias Acervo, CAL e de Bolso da CAL (SCS Quadra 4, Edifício Anápolis). Pode ser visitada todos os dias, das 9h às 18h, até o dia 2 de fevereiro. A entrada é gratuita.
Pérolas
“É curioso mas acredito que muita gente não compreende o quanto a noção de felicidade é importante para os socialistas, como ela está no coração mesmo do pensamento de Marx. É ela, afinal, o grande objetivo final de nossa luta, a felicidade – não como simples busca do prazer individual – mas como auto-realização do ser humano. O direito que cada indivíduo tem de poder expressar e realizar suas capacidades, realizar-se, colocando sua humanidade no que faz, seja o que for: um objetivo, uma lavoura, uma obra de arte. Que todos possam ser felizes, efetivando suas capacidades e fazendo parte de uma coletividade, um grupo que os reconhece como seus. Muitas pessoas nem sempre associam o “livre desenvolvimento de cada um como condição para o livre desenvolvimento de todos” à noção de felicidade do indivíduo. Não entendem que esse “livre desenvolvimento” de cada um é, justamente, a condição para que se possa ser feliz. Ou pensam que isso é coisa do futuro e deve ser deixada para o futuro. Não se dão conta de que ser feliz é algo para ser buscado no presente; que não deve ser uma utopia, mas algo necessário, agora, algo para ser tentado desde já, algo que nos faz melhores como pessoas e, portanto, mais capazes de enfrentar a longa luta. Não creio que seja um exagero quando penso que a beleza da vida, a alegria de viver é o que deve nos guiar e é o que nos pode dar alguma força. Que a revolução significa não apenas a busca da vida e da liberdade, mas a busca da felicidade.” (Eleanor Marx, Carta à Olive Schreiner, 1897. Do livro )
“A presença da polícia nas praias também é uma questão interessante. É uma longa relação da praia carioca com a polícia. A notícia de que vão revistar ônibus vindos da Zona Norte, por exemplo, caberia perfeitamente nos jornais que pesquisei em 1922. É a “taioba”. Os suburbanos podem ir à praia? Podem, mas são malvistos, maltratados” Trecho da entrevista concedida ao jornal O Globo, na qual afirma que “praia democrática é mito”.
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Equipe Coordenação: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915) Redação: Arthur William, Marina Schneider e Sheila Jacob. Colaboraram nesta edição: Gabriela Gomes (RJ), Keila Machado (RJ), Rosilene Ricardo (RJ), Tatiana Lima (RJ).
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