Entre 18 e 22 de novembro será realizado, no Centro do Rio, o 21º Curso Anual do NPC, que neste ano tem como tema geral A MÍDIA DE ESQUERDA NO COMBATE AO CONSERVADORISMO NO BRASIL. As mesas procurarão refletir sobre temas como os ecos da ditadura 50 anos depois do golpe; a conjuntura política nacional e internacional; as motivações para esse aumento do conservadorismo; o conservadorismo da mídia hegemônica e o papel da mídia alternativa; arte e cultura na periferia; TV no Brasil hoje; programas policiais; democratização da comunicação; gentrificação; as jornadas de junho de 2013; e outros. A ideia é propor diferentes debates que permitam pensar e entender o avanço do conservadorismo e sua relação com as diversas questões presentes na sociedade brasileira hoje e não como um fenômeno isolado. No sábado, haverá oficinas práticas de mídias digitais, redação, linguagem e programação visual. Na quinta-feira à noite faremos uma grande homenagem ao nosso saudoso coordenador Vito Giannotti, que faleceu recentemente e deixou um grande legado no campo da comunicação popular e sindical. Dentre os participantes confirmados para o curso estão Milton Pinheiro (UNEB), Cecília Coimbra (GTNM-RJ), Ricardo Antunes (Unicamp), José Arbex Jr. (PUC-SP), Márcia Tiburi (Mackenzie), Beto Almeida (Telesur), Claudia Costa (Conlutas), Breno Altman (Opera Mundi), Luiz Antonio Simas (historiador do RJ), Laurindo Leal Filho (TV Brasil), Renata Mieli (FNDC e Barão de Itararé), Guilherme Boulos (MTST), Breno Bringel (IESP), entre outros. Para acessar ao folder e saber como se inscrever, basta clicar aqui.
21 de agosto de 2015
Curso Anual do NPC
Mais de 50 anos depois do Golpe de 1964, ainda vemos nas ruas os ecos do difícil período inaugurado naquele ano. Há, inclusive, aqueles que vão para às ruas pedir o retorno da ditadura militar... Por isso a primeira mesa do 21º Curso Anual do NPC será dedicada à resistência e à memória. Dela participarão Milton Pinheiro, sociólogo e cientista político, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e autor do livro “Ditadura: o que resta da transição” (Boitempo, 2014); Cecília Coimbra, militante que foi presa e tortudada e membro da diretoria do grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro; e Sebastião Neto do IIEP – Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas e militante da Oposição Metalúrgica de São Paulo.
Ainda no primeiro dia, refletiremos sobre a atualidade política e econômica no Brasil e no mundo. Para esse debate, convidamos o sociólogo e professor da Unicamp Ricardo Antunes, referência na avaliação das condições atuais da classe trabalhadora e das consequências da terceirização. Além dele, estará na mesa o advogado Eloá dos Santos Cruz, que acompanhou o processo de leilões da Vale e vai falar sobre as privatizações no Brasil. Também convidamos o físico e professor da UFRJ Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e referência no debate dos ataques à soberania nacional. Celso Amorim, ex-ministro da defesa e das relações exteriores do Brasil, foi convidado, mas sua participação ainda não foi confirmada.
O crescimento do pensamento de direita no Brasil tem assustado muitos trabalhadores e militantes sociais comprometidos com a defesa dos direitos humanos. Isso ficou claro nas manifestações do dia 16 de agosto, quando faixas e cartazes pediam tortura, morte e até o retorno da ditadura militar. Nesse curso, queremos refletir sobre o papel dos meios de comunicação hegemônicos na perpetuação desse discurso de ódio, além de valores como o machismo, a homofobia e o racismo. Para pensarmos essas questões, convidamos o professor Francisco Fonseca, jornalista e autor do livro Consenso forjado; o jornalista José Arbex Jr., da Caros Amigos; a filósofa Márcia Tiburi; e o filósofo e professor da USP Vladimir Safatle, que ainda não confirmou a presença.
Nosso coordenador e um dos criadores do NPC, Vito Giannotti, sempre dizia que os trabalhadores não devem esperar nada dos meios de comunicação empresariais, comprometidos com os interesses do capital. Cabe à classe trabalhadora e aos militantes construírem seus próprios veículos de informação, por meio dos quais podem defender seus direitos, denunciar os ataques e valorizar suas formas de vida. Os palestrantes confirmados para pensar sobre esse papel da mídia alternativa, seus avanços e suas principais dificuldades são os jornalistas Beto Almeida (Telesur e TV Comunitária de Brasília); Claudia Costa (Conlutas-SP); e Breno Altman (Opera Mundi).
Ainda na quinta-feira, debateremos o papel da arte e da cultura na comunicação das classes populares e da periferia. Música, dança, identidade e memória local serão alguns dos temas abordados. Dessa mesa participarão Tiaraju Pablo, músico e pesquisador sobre cultura e sujeitos periféricos; Raphael Calazans, MC e membro do coletivo Papo Reto, do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro; e Luiz Antonio Simas, historiador e autor de, entre outros livros, “Pedrinhas Miudinhas: ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros”.
Quinta-feira à noite será um momento especial de homenagem ao nosso coordenador Vito Giannotti, que partiu no dia 24 de julho, mas deixou um legado sem dimensões no campo da comunicação popular e dos trabalhadores. Não haveria espaço melhor para homenageá-lo do que uma mesa sobre a comunicação sindical, uma de suas obsessões e à qual dedicou grande parte de sua militância e de sua produção teórica. É praticamente impossível falar sobre esse tema sem pensar nele. Por esse motivo, alguns dirigentes foram convidados para apresentar os veículos desenvolvidos em seus sindicatos, como Carlos (STIU-DF); Clóvis Nasicmento (Fisenge); e a jornalista Claudia Santiago, companheira de vida e de atuação de Vito Giannotti, também referência na área. Alguns amigos do Brasil inteiro também foram convidados a dar depoimentos e prestar sua homenagem a Vito Giannotti, o homem que virou semente e teima em continuar berrando em nossos ouvidos: “A luta continua, porra!”.
Mesmo com a internet, sabemos que a televisão no Brasil ainda tem um grande poder de formação e transmissão de informações. Que valores ela vem defendendo? Houve alguma mudança significativa na sua programação nos últimos anos? Como ela tem abordado a imagem da mulher? E da população negra? Essas são algumas questões que serão debatidas por Natana Magalhães, historiadora e militante do movimento negro; André Gavazza, animador e aluno do curso de comunicação popular do NPC; e do deputado federal pelo PSOL, jornalista e professor de comunicação, Jean Wyllys.
Dannilo Duarte, professor da UESB, Kleber Mendonça, professor da UFF, e Cecília Oliveira, jornalista e coordenadora de comunicação da LEAP-Brasil (Agentes da Lei contra a Proibição) abordarão um tema bastante caro aos moradores de periferia: a criminalização da pobreza pela mídia hegemônica. Eles refletirão sobre os discursos produzidos a partir da cobertura de crimes e de ações policiais no rádio, na TV e nos jornais. Por que algumas mortes geram mais indignação que outras? Por que o pouco destaque dado à chacina de Osasco e Barueri? Como se produz a banalização e a naturalização de certas mortes, de acordo com sua classe social? Essas são algumas questões a ser abordadas.
Em que as leis podem ajudar em uma maior pluralidade e diversidade de vozes veiculadas pelos meios de comunicação? Os canais de TV aberta, por exemplo, são concessões públicas, o que significa que a Globo, o SBT, a Band e outros devem servir aos interesses da maioria da sociedade, e não aos dos grupos empresariais. O que vemos, no entanto, é o contrário disso. Programas preconceituosos, novelas que incentivam a violência, ou seja, uma programação que não obedece a função informativa e educativa prevista pela Constituição Brasileira. Como fazer valer os artigos destinados ao campo da comunicação? De que maneira uma alteração no marco legal pode alterar esse quadro? Que avanços tivemos desde a realização da Conferência Nacional de Comunicação, em 2009? O que é a Lei de Mídia Democrática e como podemos saber mais sobre ela? Essas são algumas perguntas que serão respondidas pelos palestrantes de sexta-feira à tarde. Eles são: Renata Mieli, do FNDC e do Barão de Itararé; Laurindo (Lalo) Leal Filho, apresentador de TV e professor; e Alessandro Molon, deputado federal pelo PT.
As cidades brasileiras têm passado por um processo cada vez mais intenso de gentrificação. Aumento do custo de vida, especulação imobiliária e hipervalorização das regiões centrais com a consequente expulsão dos mais pobres são alguns dos fenômenos que podem ser observados em quase todas as grandes cidades. A mídia tem um papel importante nesse processo tanto ao estimulá-lo quanto ao denunciá-lo, como tem feito principalmente a imprensa alternativa. Para debater esse tema, contaremos com a jornalista do Repórter Brasil, Sabrina Duran; com Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto); e do deputado estadual pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo.
OFICINAS
Das 15h às 16h30 - Streaming (trasmissão ao vivo pela internet). Das 16h30 às 18h - Desenvolvimento de aplicativo para smartphone.
Das 15h às 18h - Aplicação das mídias digitais na comunicação sindical.
Das 15h às 18h - Como escrever para Trabalhadores
Das 15h às 16h30 - Linguagem. Das 16h30 às 18h - Programação Visual.
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Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
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