Boletim do NPC

Irmão do Morro

Depois das sessões de lançamento, o documentário “Irmão do Morro” já está disponível no youtube. O filme é uma produção dos alunos do Curso de Comunicação Popular do NPC, que foram investigar a importância do padre Frank para o Morro São José Operário, na Praça Seca, zona oeste do Rio. Confira!

01 de junho de 2016

Notícias do NPC

Claudia Santiago apresenta livro sobre comunicação popular na PUC-RJ

O ciclo de palestras “Manhã de Mídias Locais” ocorrerá no dia 3 de junho, das 7h às 13h, na sala 102-K, da PUC-RJ. Serão três palestras: às 7h da manhã, com Michel Silva e Michele Silva, integrantes do “Jornal Fala Roça”, da Rocinha, e criadores do portal “Viva Rocinha”. Às 9h com Gizele Martins, jornalista e comunicadora da Maré. E às 11h, com Claudia Santiago Giannotti, jornalista e coordenadora do Curso de Comunicação Popular do NPC.

Artigos

O papel da mídia empresarial e a corrosão dos valores democráticos

[Por Gaudêncio Frigotto] Um dos temas mais cruciais hoje para a vida democrática no Brasil é a necessidade inadiável de assumir o debate sobre as corporações empresariais que detêm o monopólio da informação. Não por acaso, um tema que, de imediato, essas próprias corporações esgrimam em suas redes de TV, rádio e seus jornais, no esforço de convencer mentes e corações que a censura voltou e se está cometendo o maior atentado contra a democracia. Democracia por elas entendida como defesa do mundo privado. | Continue lendo.

Entrevistas

Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar, diz Dilma

[Por Mônica Bergamo/ Folha de S.Paulo] Os garçons do Palácio da Alvorada ainda servem café quente para a presidente afastada Dilma Rousseff. Na quinta-feira passada (26), ela recebeu a Folha para uma entrevista e pediu que servissem também "alguma comidinha". Foi prontamente atendida, mas reclamou: "Não tem pão de queijo?". Dilma, segundo assessores, segue mais Dilma do que nunca. Acorda cedo, despacha, dá bronca, exige pontualidade e se apega a detalhes. Aparenta estar forte e até algo aliviada longe da rotina do Palácio do Planalto, de onde foi afastada depois que o Senado votou pela abertura do impeachment, há 18 dias. Diz que não sente falta de nada. "Eu trabalho o mesmo tanto. Só que agora faço outras coisas", afirma. Recebe senadores, deputados, ex-ministros. Com eles, participa de discussões em redes sociais. "Temos que defender o nosso legado. E com pouco recurso. Atualmente nós temos um blog. Ele nos consome", afirma. Na semana passada, acompanhou cada detalhe da divulgação, pela Folha, de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e com José Sarney. "As razões do impeachment estão ficando cada vez mais claras", afirma, sorrindo. As conversas revelam tentativas de interferir na Operação Lava Jato e a opinião de que, se Dilma saísse do governo, as investigações poderiam arrefecer. Dilma não poupa críticas ao governo interino de Michel Temer e diz que ele terá que "se ajoelhar" para Eduardo Cunha, com quem "não há negociação possível". Leia os principais trechos da conversa.

A Comunicação que queremos

Minimanual do Jornalismo Humanizado – Pt. I: Violência Contra a Mulher

A Ong Think Olga lançou um manual online muito interessante, com algumas orientações básicas para evitar erros clássicos na abordagem de notícias relacionadas às mulheres. Dividido em quatro partes (Violência contra a mulher, racismo, transfobia e estereótipos nocivos), o “Minimanual do Jornalismo Humanizado” traz exemplos práticos e diretos para jornalistas e veículos de comunicação que não desejam colaborar com a cultura de violência contra a mulher. Algumas orientações são, por exemplo, não romantizar os atos de estupro e nem tratá-los como “sexo”. Para conferir essa primeira parte, basta acessar aqui.

NPC Informa

ONU Brasil lança concurso de vídeos de 1 minuto em defesa da igualdade de gênero

A campanha “O Valente Não é Violento”, voltada para estudantes do Ensino Médio e profissionais de audiovisual, está com inscrições abertas. A proposta é responder em um minuto, em qualquer formato audiovisual, a questão: “Como seria o mundo sem as imposições sociais em relação ao que é esperado de homens e mulheres?” As e os vencedores do concurso terão seu vídeo exibido por canais da ONU Brasil durante os “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, celebrados mundialmente de 25 de novembro a 10 de dezembro. Saiba mais.

NPC Informa

Saiu a 1ª convocatória do Encontro de tecnologias de rádio para mídias comunitárias e livres em Macapá

O primeiro encontro do projeto Mídia dos Povos será realizado entre os dias 2 e 7 de agosto a 12km da capital do Amapá, Macapá, no quilombo do Curiaú. A temática do encontro será a apropriação de tecnologias para rádios livres e comunitárias. Além de debater estratégias para a comunicação dos povos tradicionais, vão ser criados espaços para diferentes oficinas, como construção de minitransmissores de rádio. Além disso, todos os participantes terão espaço para oferecer oficinas e/ou rodas de conversa sobre algum conhecimento que queiram compartilhar com todos. Nesse primeiro encontro serão destinados, por meio da convocatória, quatro vagas para interessados de toda a região amazônica, brasileira e não brasileira e 2 vagas para interessados de outras regiões do Brasil. Para se inscrever basta preencher o formulário.

De Olho Na Mídia

Página no facebook “corrige” notícias

A página do facebook Caneta Desmanipuladora “corrige” notícias publicadas em veículos tais como Folha de São Paulo, Estadão, Globo e Veja, entre outros. O objetivo é ir contra a manipulação adotada pela linha editorial desses veículos. Na manchete “Filho de 7 anos de Temer tem R$2 milhões em imóveis”, publicada no dia 30 de maio no Estadão, a página adicionou “ao TSE Temer declarou que imóveis valeriam 190 mil”. Em outra, do jornal O Globo, do dia 28 de maio, que diz “STF põe fim a processos ocultos”, a página adiciona uma palavra e transforma em “STF põe fim seletivo a processos ocultos”. Veja mais.

De Olho Na Mídia

Estadão ataca jornalista Greenwald em editorial

[Com informações do texto de Kiko Nogueira/ Blog do Miro] No último domingo (29), o Estadão publicou um editorial intitulado “O jogo sujo da desinformação”. Além de defender o governo interino de Temer, demonstra o quanto incomoda a denúncia do golpe lá fora. “O Brasil, sua democracia e suas instituições estão sendo enxovalhados no exterior por uma campanha de difusão de falsidades cujo objetivo é denunciar a ‘ilegitimidade’ do presidente em exercício Michel Temer”, começa o texto. “Diante da ousadia desses delinquentes a serviço da causa lulopetista, não basta ao Itamaraty limitar-se a orientar suas missões no exterior sobre como responder a essa onda de desinformação”. Depois, finalmente o jornal escancara uma das figuras que o incomodam: o americano Glenn Greenwald. Segundo o editorial, o jornalista “chegou ao cúmulo de publicar reportagem na qual diz que Temer não poderia assumir a Presidência porque ‘está por oito anos impedido de se candidatar a qualquer cargo público’.” Chega, inclusive, a chamar Greenwald de “ativista”, como uma forma de desqualificá-lo. Basta lembrar que ele é ganhador de um Pulitzer pelo furo do esquema de espionagem da NSA. | Leia o editorial do Estadão.

De olho no mundo

El Salvador aprova reformas na Lei de Telecomunicações

[Por José Roberto Rugamas Morán/Observacom] Recentemente, no início de 2016, foi aprovada uma reforma da Lei de Telecomunicações de El Salvador, que devolve o caráter público ao espectro, estabelecendo que os serviços de radiodifusão de rádio e TV aberta são serviços públicos essenciais. Conceitos como “transparência”, publicidade”, “livre participação”, “igualdade dos usuários”, entre outros, são uma verdadeira novidade trazida pela reforma recentemente aprovada, que modifica uma lei de 1997, que havia sido aprovada em um contexto que orientava a privatização dos serviços públicos e impunha limites ao controle do Estado. A nova lei estabeleceu, por exemplo, um artigo (2 A), que incorpora 16 princípios para a permissão do uso do espectro, tais como igualdade, equidade, não à discriminação, convergência, neutralidade tecnológica e liberdade de expressão, Todos esses critérios substituíram o único que havia anteriormente, que era a obtenção de maior lucro com a exploração do espectro. Outra novidade é que o artigo 6 incorpora definições como a de “Meios comunitários e outros operadores sem fins lucrativos”, definidos não pelo seu tamanho ou localização geográfica, mas sim por sua natureza sem interesse pelo lucro e sua razão social, assim como pela titularidade do meio e sua dedicação a temas de desenvolvimento social, direitos humanos, minorias vulneráveis, pelo qual cumprem uma função social em nome do Estado. | Saiba mais.

Proposta de Pauta

Rico é menos taxado no Brasil do que na maioria do G-20

[Por Mariana Schreiber-BBC] Uma comparação internacional mostra que a parcela mais abastada da população não paga tantos tributos assim. Estudos indicam que são justamente os mais pobres que mais contribuem para custear os serviços públicos no país. Levantamento da PricewaterhouseCoopers (PWC) feito com exclusividade para a BBC Brasil revela que o imposto de renda cobrado da classe média alta e dos ricos no Brasil é menor que o praticado na grande maioria dos países do G20 – grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo mais a União Europeia. A consultoria comparou três faixas de renda anual: 70 mil libras, 150 mil libras e 250 mil libras – renda média mensal de cerca de R$ 23 mil, R$ 50 mil e R$ 83 mil, respectivamente, valores que incorporam mensalmente o 13º salário, no caso dos que o recebem. Nas três comparações, os brasileiros pagam menos imposto de renda do que a maioria dos contribuintes dos 19 países do G20.

De Olho Na Vida

Escravo, nem pensar! Aplicativo gratuito sobre trabalho escravo para educadores

Para ampliar o trabalho de prevenção ao trabalho escravo, o programa de educação “Escravo, nem pensar!”, da ONG Repórter Brasil, lança o aplicativo ENP!. O app traz dicas de atividades para a sala de aula e disponibiliza materiais produzidos pelo programa. Trabalho escravo, tráfico de pessoas, trabalho infantil e ocupação da Amazônia são alguns dos temas abordados. Destinado a educadores e pessoas interessadas em desenvolver ações pedagógicas, o app está dividido em duas seções – “Atividades” e “Biblioteca”. O app está disponível para os sistemas Android e iOS gratuitamente. Confira!

Democratização da Comunicação

Os riscos do apartheid digital

[Por Daniel Flores, Marcos Urupá e Fernando Paulino / Obs. da Imprensa] Nos últimos dias, os usuários de internet no Brasil foram surpreendidos com o anúncio da Vivo de que contratos feitos a partir de 5 de fevereiro trariam em seu escopo novas regras de franquia de dados para a banda larga fixa. A medida já é praticada pela Oi e pela Net, com base em resolução da Anatel que regulamenta o serviço de comunicação multimídia. Isso quer dizer que a internet banda larga brasileira via redes fixas, uma das mais caras do mundo, poderia passar a adotar um sistema parecido com o utilizado na conexão via celulares: após alcançar limite de dados estabelecido por contrato, o acesso poderia ter velocidade reduzida ou até mesmo ser cortado. No cenário atual, no qual a internet se tornou uma fonte de exercício de direitos, aprendizado e entretenimento, a limitação seria negativa para milhares de usuários e afetaria decisivamente nossa relação com a internet, algo essencial para a sociedade de hoje. | Continue lendo.

Memória

Golpes, mídia, cultura e dominação 

[Por Nilson Lage] Para se entender o capítulo “mídia” das conspirações que levaram aos golpes de 1964 e 2016, é preciso recuar uns 70 anos. No pós-guerra, montados em dinheiro num volume jamais visto aqui, os americanos vieram às compras. Inicialmente, associaram-se a Assis Chateaubriand, que lhes pareceu versão latina e engraçada do self-made-man de sua mitologia empresarial: deram-lhe o suporte tecnológico necessário à implantação da televisão e conviveram por bom tempo com a loucura administrativa dos Diários Associados. A ocupação de espaços culturais teve lances sutis e outros violentos. O mais agressivo destes foi o estrangulamento da nascente indústria cinematográfica paulista, montada em grandes estúdios (Vera Cruz, em São Bernardo do Campo; Maristela, no bairro paulistano de Jaçanã) com o aproveitamento de pessoal técnico deslocado pela guerra em países da Europa, notadamente a Itália: as distribuidoras americanas retiveram a distribuição internacional dos filmes, área que monopolizavam. O avanço sobre as agências de publicidade resultou quase automaticamente da invasão de marcas americanas em setores que mais programam publicidade: indústrias alimentícias, produtos de higiene, cosméticos e eletroeletrônicos. Em 1964, a maioria das agências já pertencia a empresas americanas ou a grupos locais a eles associados. | Continue lendo

Dicas

Que horas ela volta? está disponível no youtube

O filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, já está disponível no youtube. O longa é sobre as desigualdades sociais no Brasil e a permanência de relações escravocratas, principalmente entre patroas e empregadas. A vida de Val muda com a chegada de sua filha Jéssica, que questiona a submissão e a opressão da mãe. Assista!

Dicas

A potência da vida

[Por Camila Marins] Truman é um filme sobre a potência da vida, e não sobre morte. Julian, ator argentino que convive com um câncer em metástase decide interromper o tratamento e se empoderar da própria vida com suas escolhas. Truman nos traz a potência e a lealdade dos afetos. Não é um filme sobre cachorros, mas sobre aquilo que permeia as relações. O movimento da vida. A cumplicidade. A generosidade. O companheirismo. É, acima de tudo, um filme sobre empoderamento e como afetamos as pessoas. Truman alimenta a esperança dos micro afetos. Dos afetos que estão ou não ao nosso lado. Truman é a possibilidade de gerar amor em nossas narrativas e tocar corações. Incrivelmente belo e singelo.

Dicas

Exposição no Rio apresenta cartas de Augusto Boal

A exposição "Meus caros amigos - Augusto Boal: cartas do exílio" reúne cartas trocadas, em geral recebidas, pelo criador do Teatro do Oprimido durante os anos de seu exílio político, de 1971 a 1986. Entre as centenas de correspondências preservadas no acervo, o curador Eucanaã Ferraz decidiu privilegiar aquela que tratam da solidão do exílio. Entre elas, estão as de dona Albertina, mãe de Boal, e de caros amigos como Chico Buarque, Ferreira Gullar, Fernando Peixoto e Fernanda Montenegro. Algumas das cartas foram lidas por seus autores e gravadas em vídeo especialmente para a mostra. A exposição fica em cartaz, no Rio de Janeiro, de 4 de junho a 21 de agosto de 2016, na Pequena Galeria do Instituto Moreira Salles: Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea.

Pérolas

Por David Harvey, geógrafo britânico

“Brasil, eu gostaria de dizer que precisamos ter grande solidariedade contra o golpe que está acontecendo no país e precisamos encontrar uma forma de revertê-lo e restaurar a democracia o mais rápido possível.”

Pérolas

Por Yasmin Thayná, diretora, roteirista e criadora do Afroflix

“A imagem é muito poderosa. É o que faz você acreditar nas coisas, dita o seu gosto. Então, é muito importante produzir narrativas alternativas àquelas que colocam o negro o tempo todo como bandido ou empregada doméstica”

Pérolas

Por Paulo Werneck, curador da Flip

“Faltam negros no palco da Flip, mas também na plateia”

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Edição 312

Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

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Equipe
Coordenação: Claudia Giannotti
Edição: Claudia Giannotti (MTB 14.915)
Redação: Claudia Giannotti, Sheila Jacob e Luisa Santiago

Colaboraram nesta edição: Eric Fenelon (RJ), Gizele Martins (RJ), Marina Schneider (RJ).

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