Há cinco anos (já!) a ideia de Claudia Santiago Giannotti se concretizava: uma livraria para divulgar obras de esquerda, dos clássicos de Marx e Gramsci, às pesquisas recentes de vários intelectuais militantes que não não têm espaço nas prateleiras das livrarias tradicionais.
15 de junho de 2016
Notícias do NPC
A jornalista, historiadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação, Claudia Santiago, concedeu, nas últimas semanas, uma entrevista para a jornalista Helenice Viana do Sindicato dos Empregados no Comércio e Serviços de Ipatinga (SECI). Mídia, imprensa e liberdade de imprensa foram alguns dos temas dessa conversa. Leia a entrevista.
[Por Mônica Santos Francisco] No último sábado (11), aconteceu o lançamento do livro intitulado "Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro,Ontem e Hoje: Uma História de resistência nas favelas cariocas". A iniciativa do Núcleo Piratininga de Comunicação Popular(NPC) teve a coordenação da jornalista Cláudia Santiago Giannotti. O livro traz uma série de reflexões e relatos sobre experiências em Comunicação Popular em diversas favelas cariocas, a partir da atuação do próprio NPC, como é carinhosamente conhecido. O evento aconteceu na sede do Instituto Trabalho e Cidadania, no Morro da Formiga, uma das favelas presentes nos relatos apresentados pelo livro. Além da Formiga, favelas como Borel, Maré, Alemão, Rocinha, Indiana e iniciativas de diversos coletivos que vêm ocupando a cena urbana e viabilizando cada vez mais o acesso à informação. Leia o texto completo!
Charge de Semana
1942-2016
Artigos
[Folha de São Paulo - 12/06/2016] De um presidente sem votos, chefe de um partido especializado na realidade das relações de força do Congresso, e não na da sociedade, dificilmente se poderia esperar outra coisa: sem fazer a menor ideia de onde pisava, extinguiu logo o Ministério da Cultura –aquele antro de petistas mamadores da Lei Rouanet– e acabou por se deparar com o mais barulhento foco de resistência a seu governo em suas semanas iniciais. Primeiro, o setor cultural inteiro se manifestou contra o remake do fim do MinC (a versão original foi obra de Fernando Collor). O novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, já na chegada teve que encarar um protesto humilhante dos servidores. Em um primeiro recuo, Temer anunciou que a Secretaria de Cultura sairia da Educação e seria ligada à Presidência. Procurando o que para ele seria unir o inútil ao desagradável, buscou uma mulher para o cargo. Bateu de frente com a recusa pública de ao menos cinco delas. Forçado a retornar ao ponto de partida, decretou a volta do MinC e nomeou um novo ministro, mas as sedes do ministério em todas as capitais do país permaneceram ocupadas, e diversas associações, como a Frente Nacional do Teatro, além de diversos artistas, mais e menos conhecidos, declararam não reconhecer o novo MinC. Para essa parte do setor, não há qualquer diálogo possível com o novo ministério. A reivindicação é única e posta nos mesmos termos do vício de origem de todo esse processo: #foratemer. Leia o artigo completo.
Entrevistas
[Por Carta Capital] Ganhador de um Prêmio Pulitzer, o escritor e jornalista americano Glenn Greenwald aderiu à tese do golpe à brasileira depois de ler as gravações da conversa do ex-ministro de Temer, Romero Jucá, com Sérgio Machado, da Transpetro, ambos investigados pela Operação Lava Jato. “Entendi que o impeachment foi desfechado para impedir a Lava Jato. Mas, em última instância, ele visa a aniquilar o PT e mudar totalmente os rumos do País, impondo políticas que nunca seriam aceitas pela população, pelo voto”, afirmou. Suas matérias, publicadas no site The Intercept e lidas no mundo inteiro, vêm mudando o olhar da imprensa estrangeira sobre o golpe de Estado disfarçado de impeachment. “De maneira pouco velada, os principais meios de comunicação incitaram o público a ajudar na derrubada da presidenta Dilma Rousseff. Os jornalistas desses grupos estão claramente sujeitos à influência de interesses privados e partidários, e esse permanente conflito de interesses prejudica fortemente a qualidade de suas reportagens”, diz. Comentando o fato, Glenn diz: “Imagino que isso deve ter causado muita vergonha no Estadão, Folha, Globo, Veja e IstoÉ”. | Leia a entrevista completa.
A Comunicação que queremos
A palestina Janna Jihad, de apenas dez anos, está fazendo sucesso na internet. Depois de forças de ocupação israelenses assassinarem um amigo, ela começou a divulgar, com o Iphone da mãe, o que ocorria em sua região, pois achava que as violências praticadas por Israel na Palestina não estavam sendo suficientemente divulgadas. “Eu sempre gostei de jornalismo desde a minha infância. Comecei a participar das manifestações com o celular da minha mãe e a comentar o que eu estava filmando, mostrando os ataques israelenses contra os participantes de manifestações. Com ajuda da minha mãe eu consegui publicar esses vídeos em redes sociais, o que me inspirou a continuar”, disse, em entrevista à agência Sputnik. | Leia a entrevista completa.
NPC Informa
No dia 13 de junho, foi realizada, na PUC-SP, uma homenagem ao professor Perseu Abramo. Neste dia, também foi relançado o livro “Padrões de Manipulação na Grande Imprensa”, editado pela fundação que leva o seu nome. No debate, estavam presentes colegas de redação e de militância, além de jovens que não o conheceram, mas o têm como referência. No livro, Perseu Abramo escreve que é possível distinguir pelo menos quatro "padrões gerais" de manipulação para toda a imprensa: ocultação, fragmentação, inversão (com várias modalidades) e indução. Há ainda um quinto padrão, específico para televisão e rádio. Um livro fundamental, mais atual do que nunca.
[Por Comunique-se] A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou a realização de consultas públicas e reuniões com especialistas para ouvir a opinião da sociedade sobre a franquia de dados da banda larga fixa de internet. A ação será realizada durante os próximos 60 dias. A medida atende solicitações feitas por diversas entidades, entre elas o Comitê de Defesa dos Usuários dos Serviços de Telecomunicações (CDUST). Segundo a Anatel, enquanto não é definida a limitação ao pacote de dados da internet fixa, continua em vigor, por prazo indeterminado, a proibição para que prestadoras com mais de 50 mil assinantes reduzam a velocidade de transmissão de dados, suspendam o serviço e cobrem o tráfego excedente após o esgotamento da franquia. Isso mesmo se tais medidas constem do contrato ou do plano de serviço.
De Olho Na Mídia
Luna de Oliveira Sassara e João Feres Júnior analisaram sete capas do Estadão em artigo publicado no Manchetômetro. Eles mostram como a mídia brasileira é partidarizada e como o Estadão é escancaradamente tucano e anti-petista. Para ler, clique aqui.
De olho no mundo
A RTA (Radio y Televisión Argentina), empresa estatal argentina que administra os meios de comunicação no país, enviou na terça-feira da semana passada (7/6) uma notificação à sucursal argentina da emissora multiestatal Telesur, com sede na Venezuela. O documento anunciava que iria retirar em 15 dias o sinal do canal da televisão aberta da Argentina. Na quarta-feira (08/06), a presidente da Telesur, Patricia Villegas, criticou a medida por meio de seus perfis nas redes sociais. “Enquanto pensamos em avançar e crescer, somar e multiplicar, nunca em subtrair ou dividir, o governo de Mauricio Macri pretende que nós desapareçamos”, disse Villegas. Na publicação, Villegas utilizou as hashtags “#NoNosCallarán” (“Não irão nos calar”) e “#TelesurConArgentina”. Leia a matéria completa.
Proposta de Pauta
O relatório final da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens apresentado em Brasília mostra o seguinte: todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos. A CPI toma por base os números do Mapa da Violência, realizado desde 1998 pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O último Mapa é de 2014 e contabiliza os homicídios de 2012: cerca de 30 mil jovens de 15 a 29 anos são assassinados por ano no Brasil, e 77% são negros (soma de pretos e pardos). Em entrevista por e-mail à BBC, o relator, senador Lindbergh Farias, diz que "o principal destaque da CPI foi reconhecer aquilo que os movimentos negros, sobretudo de jovens, vêm dizendo há muito tempo: um verdadeiro genocídio da nossa juventude negra". "A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Isso equivale à queda de mais de 150 jatos, cheios de jovens negros, todos os anos. Genocídio da população negra é a expressão que melhor se enquadra à realidade atual do Brasil", afirma.
De Olho Na Vida
O atentado à boate LGBT de Orlando, na madrugada de sábado para domingo, deixou 50 mortos e 53 feridos. Entre as explicações que surgem para esse triste episódio, um ponto é inquestionável: a motivação pelo ódio. Uma realidade não só dos EUA, mas também daqui. É o que vemos, por exemplo, em alguns comentários feitos nas notícias sobre o atentado (ver imagem). E isso nos mostra que a luta ainda é longa - lá e aqui… O número de mortos por homofobia em 2015, no Brasil, é de 318. E esse número não muda muito de ano para ano. Ou seja, por ano, aqui, temos mortes por homofobia equivalentes à 6 atentados como o de alguns dias atrás. Um número altíssimo que revela uma grave característica da nossa sociedade, marcada não só pelo ódio, mas também pela intolerância e violência.
[Por Fernando Brito - Tijolaço] Prepare-se, porque a coisa é feia: aumento do fator previdenciário de 85/95 (soma da idade e do tempo de contribuição) para 105 anos (tanto para homens quanto para mulheres). Pensão por morte, desvinculada do mínimo, de 60% e mais 10% por dependentes. Por invalidez, 65%, acrescendo-se um ano por ano de contribuição. O benefício para idosos e pessoas com deficiência grave que nunca trabalharam será reduzido de um salário para meio salário mínimo. E isso não é tudo. Max Leone, na Coluna do Aposentado do jornal O Dia, dá detalhes sobre uma megaproposta de reforma previdenciária que estaria sendo preparada, com o aval de Michel Temer, por consultores da Câmara dos Deputados e do Senado. Confira!
Denúncias recentes revelam que funcionários de algumas empresas multinacionais são obrigados a usar fralda geriátrica no trabalho para evitar as idas ao banheiro e a consequente pausa na produção que isso acarreta. É o caso japonesa Nissan. A montadora vem sendo acusada pela United Auto Works Union (UAW), sindicato dos trabalhadores do setor automotivo e maior entidade sindical dos EUA, de obrigar as funcionárias da fábrica de Mississipi a usar fraldas. Além da Nissan, empresas do setor avícola também estão nessa história. É o que mostra a Organização Oxfam América. A afirmação é de que a maior parte dos 250 mil funcionários do setor é forçada a usar fralda no ambiente de trabalho. Outras empresas que foram alvos de denúncias similares são a rede de supermercado Walmart, na Tailândia, e a sul-coreana Lear, em sua fábrica em Honduras, na América Central.
Democratização da Comunicação
[Por Breno Altman - publicado na Folha de S. Paulo] A Secretaria de Comunicação Social do governo interino de Michel Temer resolveu, no final de maio, cancelar verbas publicitárias para sites e blogs considerados simpáticos ao Partido dos Trabalhadores. Não foram os únicos procedimentos destinados à degola dos setores de imprensa confrontados com o novo bloco de poder. A demissão ilegal do presidente EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), suspensa liminarmente pelo STF, também integra o portfólio de providências para minar veículos de informação críticos ao impeachment. | Continue lendo.
[Por FNDC] Apesar de operar concessão pública, a mídia comercial não discute sua atuação, por isso você não vê programas como o Observatório da Imprensa, no ar há 17 anos, nas emissoras privadas. Apresentado pelo jornalista Alberto Dines, o programa analisa de forma crítica o desempenho da mídia a partir de assuntos que estão em destaque na imprensa, e ia ao ar pela TV Brasil toda quinta-feira. A despeito de sua relevância, foi cancelado da grade da emissora, junto com outras atrações como Brasilianas, Espaço Público, Palavras Cruzadas, Papo de Mãe e Abz do Ziraldo. A EBC é do povo brasileiro e suas emissoras não deveriam estar submetidas aos ditames do governo de plantão. Democracia, diversidade e pluralidade são algumas das características da comunicação pública, que no Brasil começou a ser construída a partir da criação da EBC, num processo continuo de aprendizado interrompido pelo desmonte que o governo substituto tem promovido. Ameaçada até de extinção, a EBC precisa ser mantida nos marcos legais em que foi criada. Mantê-la forte e independente de vontades políticas de plantão é o objetivo da nossa luta.
Memória
Faleceu, no dia 4 de junho, Muhammad Ali, que lutava contra o Mal de Parkinson há cerca de 30 anos e uniu, como poucos, esporte e política. Nascido Cassius Clay, tornou-se referência mundial dentro dos ringues de boxe e nos protestos contra a opressão dos negros de todo o mundo. Converteu-se ao Islã, fez de Malcom X sua referência política e recusou-se a lutar na Guerra do Vietnã, pois, como dizia, seu inimigo não era nenhum vietcongue, mas sim o preconceito e a exclusão. “Minha consciência não deixa que eu atire em um irmão, ou em gente escura, ou em qualquer pessoa pobre e faminta vivendo na lama, pela grande e poderosa América. E atirar neles por quê? Eles nunca me chamaram de ‘crioulo’. Eles nunca me lincharam, ou soltaram cães em mim, nem roubaram minha nacionalidade… Nunca estupraram e mataram minha mãe ou meu pai. Atirar neles por quê? Como vou atirar neles, bebês e crianças e mulheres pobres e negras? É melhor que me mandem pra prisão”, chegou a dizer.
Imagens da Vida
Trabalhadores do Porto de Le Havre.
Dicas
Considerado um dos documentos fundadores do feminismo, o livro, de Mary Wollstonecraft, denuncia a exclusão das mulheres do acesso a direitos básicos no século 18, especialmente à educação formal. Escrito em um período histórico marcado pelas transformações que o capitalismo industrial traria para o mundo, o texto discute a condição da mulher na sociedade inglesa de então, dialogando com filósofos como Rousseau. Libertária, Mary Wollstonecraft fez de sua própria vida uma defesa da emancipação feminina: envolveu-se na Revolução Francesa e foi uma precursora do amor livre. Extremamente revolucionário para a época, Reivindicação dos direitos da mulher foi traduzido para vários idiomas, se tornou uma referência teórica para as precursoras do feminismo contemporâneo, como Simone de Beauvoir, e uma leitura essencial para as discussões de gênero. O livro “resulta tanto de uma trajetória de lutas militantes de Mary como de seus enfrentamentos contra a moral sexista e conservadora da época", diz Maria Lygia Quartim de Moraes, que assina o prefácio.
Quem é do Rio não pode perder duas exposições que estão ocorrendo, simultaneamente, no Museu Histórico Nacional, que fica no centro da cidade. Uma se chama "Diálogo no escuro". Guiados por cegos em salas totalmente escuras, os visitantes são estimulados a desenvolver os outros sentidos, já que a visão fica completamente comprometida. Além disso, o circuito permite que as pessoas se coloquem no lugar das outras e desenvolvam empatia para com os deficientes, em especial os visuais. É uma experiência verdadeiramente transformadora e impactante. Fica em cartaz até 30 de outubro de 2016. Outra exposição, em cartaz no mesmo local, se chama "As meninas do quarto 28". Conta a história de um gueto na Tchecoslováquia que funcionou durante a 2ª Guerra Mundial. Nele, judias de 12 a 14 anos tiveram a oportunidade de conviver com artistas e intelectuais, que lhes proporcionaram aulas de artes como uma forma de incentivá-las a superar os momentos de terror e ameaça por que passavam. Algumas das pinturas e desenhos foram resgatados e réplicas podem ser vistas nessa exposição sobre os terrores do Holocausto. Esta exposição pode ser visitada até 17 de julho de 2016.
Pérolas
“Cheguei aos 37, era tudo que o sistema não previa…”
"Todo mundo fala do Zumbi, mas não da Dandara"
“Vito Giannotti, comunicador do povo/ Criou um novo jornalismo para um projeto novo”
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Edição 313
Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
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Equipe Coordenação: Claudia Giannotti Edição: Claudia Giannotti (MTB 14.915) Redação: Claudia Giannotti, Sheila Jacob e Luisa Santiago
Colaboraram nesta edição: Eric Fenelon (RJ), Gizele Martins (RJ), Marina Schneider (RJ).
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