Boletim do NPC

4 de agosto de 2017

Notícias do NPC

NPC participa de atividades do Cursinho Popular Vito Giannotti em São Paulo

[Por Eric Fenelon] A coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Claudia Santiago, participa hoje, sexta, dia 4 de agosto, da exposição “Oposições Sindicais no Brasil: Experiências de Organização entre os anos de 1962 a 1983”. A exposição, produzida pelo Cursinho Popular Vito Giannotti, acontece na Casa da Solidariedade (Rua Gravi, 60, Metrô Praça da Árvore, São Paulo), entre os dias 31 de julho e 04 de agosto. Quem visita a exposição, encontra os materiais produzidos pelas Oposições Sindicais, que fazem parte do acervo histórico do Centro de Pastoral Vergueiro (CPV). Hoje, os visitantes terão a oportunidade de participar do lançamento especial do livro "DA ORGANIZAÇÃO PELA BASE À INSTITUCIONALIZAÇÃO. Associações de Trabalhadores: o resgate de uma experiência classista dos anos 1970 e 80", da socióloga Giuseppina de Grazia, com prefácio de Vito Giannotti e apresentação de Ricardo Antunes (Unicamp) e Claudia Santiago (NPC). | Saiba mais.

Notícias do NPC

Espaço Gramsci recebe o jornalista Beto Almeida para papo sobre a Venezuela

Neste sábado, dia 5, às 13h30, o Espaço Gramsci recebe o jornalista Beto Almeida para um papo sobre a situação da Venezuela. Formado pela UNB, de onde foi expulso na ditadura e reintegrado na Anistia, Beto é presidente da TV Cidade Livre de Brasília, fundador do Jornal Brasil de Fato e da Telesur. | Acompanhe ao vivo pela página do Espaço Gramsci no Facebook.

NPC Informa

Catálogo ‘Intelectuais Negras Visíveis’ está disponível para download gratuito

Está disponível para download um catálogo organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da UFRJ. A publicação intitula-se "Intelectuais negras visíveis" e foi editada em parceria com a editora Malê. A pesquisa, coordenada por Giovana Xavier, foi feita por Amanda Sanches, Conceição Seixas, Janete Ribeiro e Núbia Oliveira. Os trabalhos das 120 profissionais negras listadas estão apresentados de acordo com as categorias literatura, música, artes visuais, cinema, dança, teatro, direitos humanos, afroempreendedorismo, direitos humanos e outras seções. O lema do livro é: “Você pode substituir mulheres negras como objetos de estudo por mulheres negras contando a sua própria história”.| Para baixar, clique aqui.

NPC Informa

PACS lança publicação sobre o legado das Olimpíadas

[Por Eric Fenelon] Outro material muito importante disponível para download é a publicação “Rio Olímpico: qual o legado um ano depois dos Jogos?”. Produzido pelo Instituto Pacs, o estudo foi lançado nesta segunda, dia 31 de julho, e contou com a presença de moradores atingidos pela Olimpíada. A ideia da publicação é pensar na cidade do Rio de Janeiro um ano após os Jogos Olímpicos. O material aborda uma série de temas relacionados ao legado, como os equipamentos esportivos, a mobilidade urbana, as remoções e a militarização. Além de artigos, entrevistas e fotos com quem viveu na pele os impactos dos jogos. | Clique aqui e baixe a publicação.

A Comunicação que queremos

Pesquisa avalia jornalismo digital independente da América Latina

A organização SembraMedia divulgou, este mês, o relatório fruto de uma pesquisa que analisou o financiamento, o impacto, a audiência, a vulnerabilidade e a composição das equipes de 100 organizações de jornalismo independente que atuam na internet. São 25 do Brasil, 25 do México, 25 da Colômbia e 25 da Argentina. Uma das principais descobertas é que os jornalistas que lideram estas iniciativas não são apenas produtores de notícias, mas interferem na mudança de leis, na defesa dos direitos humanos e lutam contra o abuso de poder. Quase a metade das organizações ouvidas declararam já ter sofrido ataques cibernéticos e 45% delas reportaram que membros já foram vítimas de ameaças ou ataques físicos devido ao trabalho. Outro dado interessante é que dos 100 casos estudados, 62% têm ao menos uma mulher dentre os seus fundadores, além de contarem com mulheres também nas equipes executivas e de gestão. Entre os sites brasileiros analisados estão o da Ponte Jornalismo, Jota, Repórter Brasil, AzMina e Voz das Comunidades. | Acesse o relatório completo.

Radiografia da Comunicação Sindical

Sindicato lança cartilha sobre saúde do trabalhador

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região lançou, no dia 21 de julho, a cartilha "É pela vida dos (das) trabalhadores (as)”. O material, elaborado pelo setorial de Saúde da CSP-Conlutas, se propõe a conscientizar diretores sindicais, cipeiros e demais ativistas sobre a importância da luta por um ambiente de trabalho saudável e livre de acidentes. Entres assuntos abordados, destacam-se os agentes de risco à saúde do trabalhador, os danos causados pelo assédio moral, além dos principais pontos da legislação que garante direitos aos lesionados. | Confira a cartilha sobre saúde do trabalhador.

De Olho Na Mídia

Do manual do ativista escaldado – Parte 6

[Por Regis Moraes] Quando você lê jornais sem verificar as datas fica surpreso de quantas cenas se repetem ou quantas coisas se esquecem. Agora pouco, quando Obama concluiu seu governo, vários jornais, do imperial New York Times à provincial Folha de São Paulo, fizeram a inevitável matéria sobre o “legado” do moço. E repicavam uma idéia esquisita: Sucesso de Obama, “a economia”; fracasso, desemprego, pobreza, desigualdade. Não é engraçado? Desemprego, pobreza e desigualdade não são “a economia”. O que é “a economia”? Indices Dow Jones, Nasdaq, lucro dos bancos e bônus dos seus executivos. O resto – os desempregados, os pobres, os “perdedores” ficam fora da foto. Daí... esse “resto” desistiu de votar na candidata do cara que recuperou “a economia”, através do sucateamento desses “restos”. Esse é um exemplo dos esquecimentos e dos nomes trocados. | Leia o texto completo.

Democratização da Comunicação

Após processos, políticos repassam propriedade de rádios para familiares

[Por Rafael Tatemoto, do Brasil de Fato] Após ações judiciais do Ministério Público Federal (MPF) em parceria com o Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), deputados federais e senadores sócios ou proprietários de canais de TV e estações de rádio passaram a transferir suas cotas empresariais a familiares e aliados políticos. Os processos se iniciaram em 2015, embasados na Constituição Federal, que veda a concessão pública de canais a autoridades eleitas. Mais de 40 políticos foram alvo das ações. Após a manobra, a Justiça tem se dividido sobre o resultado dos procedimentos instaurados pelo MPF, que afirma que o mecanismo utilizado por deputados e senadores "burla à lei". Os acusados defendem que ao abrirem mão da propriedade formal, as ações perdem seu objeto, já que estariam se adequando à legislação. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), por exemplo, passou sua cota na Rádio Clube do Pará a sua filha Giovana Barbalho. Em junho deste ano, um juiz federal de primeira instância suspendeu as transmissões, argumentando que a mudança no quadro de sócios inclui "outros membros da família" do político. Em Minas Gerais, por outro lado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região entendeu que a transferência das ações, ocorrida em 2016, na rádio Arco Íris de Aécio Neves para sua irmã, Andréa Neves, eliminou a irregularidade. O MPF recorreu da decisão. | Continue lendo.

Proposta de Pauta

Qual é o papel da mídia na naturalização da violência contra a mulher?

[Por Marco Zero] O papel da mídia na naturalização da violência contra a mulher foi tema de um cinedebate realizado ontem (24) no Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), no centro do Recife. O evento começou com a exibição do documentário Quem Matou Eloá?, dirigido por Livia Perez, que mostra o circo de horrores montado pela imprensa em outubro de 2008, durante o cativeiro de Eloá Cristina Pereira Pimentel e Nayara Silva, ambas com 15 anos, mantidas reféns por cinco dias pelo ex-namorado de Eloá, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo. O episódio lamentável para o jornalismo brasileiro serviu como ponto de partida para o debate sobre o feminicídio, qualificação que deveria ser utilizada para o crime cometido contra Eloá, e não “crime passional”, como grande parte da mídia costuma chamar a violência de homens contra mulheres, cuja motivação é a condição feminina da vítima e o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre elas. O assassinato é o último ato da violência doméstica, que geralmente começa com manifestações de um relacionamento abusivo, que escala para agressões físicas e psicológicas e pode terminar com a morte de uma média de 13 mulheres por dia vítimas da violência doméstica no Brasil, segundo dados do Mapa da Violência divulgado em 2015. | Saiba mais.

De Olho Na Vida

MPT-DF notifica EBC por assédio moral

O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal recomendou à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que combata o assédio moral. A medida ocorreu após uma reunião de membros do MPT-DF com representantes da EBC. Um caso de assédio moral já foi confirmado e dezenas de outros têm sido denunciados nos últimos meses. Segundo o documento, a empresa terá que editar uma norma interna designando um setor específico para averiguar práticas de assédio moral, estabelecendo procedimento idôneo e sigiloso. Também deverá promover iniciativas de conscientização sobre o tema e de prevenção. Além da notificação, a procuradora Renata Coelho, responsável pelo caso, propôs a assinatura de um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), para que a empresa se comprometa formalmente a não permitir, tolerar ou submeter seus empregados a situações que evidenciem o assédio moral. O TAC prevê canal de comunicação interno para orientar, receber e investigar denúncias, garantindo que a vítima não vá sofrer retaliações. A EBC deve manifestar se concorda ou não com o TAC até o dia 14 de agosto. A partir da assinatura do TAC, a EBC poderá pagar multa de R$ 10 mil caso descumpra alguma cláusula. [Com informações do MPT-DF]

De olho no mundo

Em defesa da Venezuela

[Por Boaventura de Sousa Santos] A Venezuela vive um dos momentos mais críticos da sua história. Acompanho crítica e solidariamente a revolução bolivariana desde o início. As conquistas sociais das últimas duas décadas são indiscutíveis. Para o provar basta consultar o relatório da ONU de 2016 sobre a evolução do índice de desenvolvimento humano. (...) A morte prematura de Hugo Chavez em 2013 e a queda do preço do petróleo em 2014 causou um abalo profundo nos processos de transformação social então em curso. A liderança carismática de Chavez não tinha sucessor, a vitória de Nicolas Maduro nas eleições que se seguiram foi por escassa margem, o novo presidente não estava preparado para tão complexas tarefas de governo e a oposição (internamente muito dividida) sentiu que o seu momento tinha chegado, no que foi, mais uma vez, apoiada pelos EUA, sobretudo quando em 2015 e de novo em 2017 o Presidente Obama considerou a Venezuela como uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”, uma declaração que muita gente considerou exagerada, se não mesmo ridícula, mas que, como explico adiante, tinha toda a lógica (do ponto de vista dos EUA, claro). (...) Para compreendermos por que provavelmente não haverá saída não violenta para a crise da Venezuela temos de saber o que está em causa no plano geoestratégico global. O que está em causa são as maiores reservas de petróleo do mundo, existentes na Venezuela. Para os EUA é crucial para o seu domínio global manter o controle das reservas de petróleo do mundo. | Leia o texto completo.

Memória

Argentina: juízes são condenados à prisão perpétua por cumplicidade com a ditadura

Quatro juízes federais foram condenados à prisão perpétua por terem sido cúmplices da ditadura militar na Argentina. A sentença, ocorrida no dia 26 de julho, na província de Mendoza, foi transmitida ao vivo por rádios comunitárias e pela internet no site da Farco – Agência de Notícias do Fórum Argentino de Rádios Comunitárias. Rolando Evaristo Carrizo, Guillermo Petra Recabarren, Luis Miret y Otilio Roque Romano foram condenados por garantir que dezenas torturas, sequestros e assassinatos passassem impunes durante ditadura. Os juízes atuaram até 2011, o que expõe a dificuldade de condenação de civis que participaram ativamente da repressão. O processo durou mais de três anos e terminou, também, com a condenação, com diferentes penas, de outros funcionários do Estado, entre policiais, carcereiros e membros de forças armadas que participaram da repressão. Em entrevista às rádios comunitárias, concedida no Tribunal Federal, o fiscal Dante Veja apontou que a condenação foi histórica por constatar a responsabilidade dos diversos setores que faziam parte do aparelho de repressão estatal, não apenas dos militares. “Além disso, abarca um período que vai desde antes da ditadura, passa pelo período autoritário e chega, inclusive, à etapa democrática. Significa dizer que houve terrorismo de Estado antes e depois do golpe, como vínhamos afirmando”, disse. [Com informações da Associação Latinoamericana de Educação Radiofônica – ALER]

Entrevistas

Ocupações apontam relação entre golpe, corrupção e latifúndio, diz dirigente do MST

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou, no dia 25 de julho, uma série de ocupações de terra em todas as regiões do país, como parte da Jornada Nacional de Lutas. A Jornada aconteceu nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Piauí e Maranhão. Na Bahia e em Sergipe, os trabalhadores ocuparam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e também realizaram marchas. Em entrevista ao jornalista João Eduardo Bernardes, do Brasil de Fato, Kelly Maffort, da direção nacional do Movimento, conta que, sob o lema “Corruptos Devolvam Nossas Terras”, as “ações diretas” denunciam “à sociedade a relação entre o golpe, a corrupção e latifundiários”. | Confira a entrevista completa.

Artigos

Globo E CIA: Unidos pelo Brazil, contra o Brasil

[Por Renata Mielli, na Mídia Ninja] Aldir Blanc e Maurício Tapajós compuseram a música Querelas do Brasil, em 1978. A canção, imortalizada na voz de Elis Regina, denuncia a colonização predatória dos Estados Unidos, que saqueia as riquezas naturais do nosso país, impõe um padrão de consumo e comportamento totalmente em desacordo com a cultura nacional e as condições sócio-econômicas da maioria esmagadora da população, tudo com o aval e patrocínio da elite do país. Aliás, o único elo de ligação entre essa elite e o Brasil é o fato dela ter nascido em território brasileiro. De resto, ela nada tem de nacional: não tem projeto político e econômico para o desenvolvimento do país; acorda, almoça, janta e dorme sonhando ser norte-americana e quer transformar o Brasil no quintal ou anexo dos Estados Unidos. Para isso, vale tudo! | Leia o artigo completo.

Dicas

Algumas dicas de escritores e escritoras presentes na última FLIP

[Por Sheila Jacob] A última Festa Literária de Paraty (FLIP), realizada entre os dias 26 e 30 de julho, já está sendo considerada a “FLIP da diversidade”. Com a corajosa curadoria de Josélia Aguiar, foi a edição com o maior número de mulheres entre os convidados. Outra inovação foi o artista homenageado: Lima Barreto, escritor que não teve o merecido reconhecimento em seu tempo por ser negro, alcoólatra e de periferia. A denúncia da perpetuação das desigualdades e das exclusões esteve presente em praticamente todas as mesas. Muitos que lá estavam se emocionaram, assim como Lázaro Ramos, com o depoimento de Diva Guimarães. Essa professora, negra, enfrentou a timidez, pegou o microfone e contou sobre o preconceito que sofreu na infância, tornando-se a sensação da festa. O clima foi tão interessante que resolvemos escolher alguns livros para indicar. | Clique aqui e confira as dicas de escritores e escritora!

Pérolas

Por Conceição Evaristo

“Por que todos leem Clarice Lispector e conseguem perceber que ela fala de uma dúvida existencial, das angústias humanas, e não percebem isso na Carolina Maria de Jesus?”

Pérolas

Por Adelaide Ivánova

“Mulheres são mortas por estarem grávidas, por serem lésbicas demais, negras demais, trans demais, pobres demais... por ser serem mulheres.”

Pérolas

Por Lázaro Ramos

"Lima Barreto, se aqui estivesse [na FLIP], também estaria gritando "Fora, Temer".”

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Edição 344

Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

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Equipe
Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915)

Equipe NPC: Aneci Palheta (RJ), Eric Fenelon (RJ), Katia Marko (RS), Lidiane Mosry (RJ), Luisa Santiago (RJ), Marina Schneider (RJ), Mario Camargo (SP), Najla Passos (MG), Sergio Domingues (RJ), Sheila Jacob (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Rosangela Ribeiro Gil (SP).

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