Boletim do NPC

10 de maio de 2023

Notícias do NPC

Comunicação com cajuína cristalina em Teresina

Estão abertas as inscrições para o Seminário de Comunicação Sindical que o Núcleo Piratininga de Comunicação realiza em Teresina nos dias 19 e 20 de maio, com o apoio do Sinte-PI, CUT-PI e Fundação Rosa Luxemburgo.  Vamos juntos conversar sobre as experiências e o papel da comunicação sindical para as trabalhadoras e os trabalhadores do Piauí e pensar o que podemos fazer para avançar na disputa da hegemonia? Acesse aqui, confira a programação completa e saiba como se inscrever.

Artigos

Comunicação Popular na cidade do Rio de Janeiro

Daniela Araujo nos fala de como a experiência da comunicação popular lhe abriu as portas para trazer de volta a verdadeira história da cidade do Rio de Janeiro. “Foi num rolê com mais de trinta comunicadores populares, como eu, promovido pelo Núcleo Piratininga de Comunicação que me fez viajar no tempo a partir desse espaço da cidade”, conta a comunicadora. Ela nos convida a revisitar a cidade evocando a memória de todos aqueles que a construíram e a ocuparam, mas que foram soterrados pela história oficial. Do Morro da Conceição aos Jardins Suspensos do Valongo, da casa da Tia Ciata ao Cais do Valongo, Daniela nos guia por esses espaços-testemunhos da resistência ao apagamento das memórias fundadoras desta terra: “Talhamos pedras mantendo vivas as memórias de lutas e resistência do povo negro, talhamos ao buscarmos vestígios dos povos originários, (...) quando, através da comunicação popular, negamos a narrativa única dos grandes meios de comunicações e dos historiadores eurocentrados que teimam em criminalizar nossos encantos e mandigas…” | Leia o artigo completo.

Entrevistas

“As nossas filhas não podem ser mais trabalhadoras domésticas”, Ana Leone

O Fórum Grita Baixada entrevistou mês passado Ana Leone, ativista dos Direitos Humanos, que fala de resistência, racismo, políticas públicas e um futuro mais democrático para a negritude. Ana Maria Leone de Jesus, nasceu em 1968, na cidade de Governador Mangabeira, no Recôncavo Baiano, onde viveu até os 12 anos, quando migrou para o Rio de Janeiro, passando a morar na casa de uma tia, trabalhadora doméstica, no bairro da Saúde, região central da cidade. Apesar das dificuldades, conseguiu completar o ensino fundamental e o médio, além de ajudar na formação escolar dos filhos. Seguindo o conselho de um professor, iniciou a graduação em Serviço Social. Hoje Ana Leone integra o Fórum Municipal pelo Direito das Mulheres de Duque de Caxias, uma organização com mais de 22 anos de existência, além de coordenar a Unegro de Duque de Caxias. Há quatro anos, ela é apresentadora do programa Antenada com Ana Leone, discutindo políticas públicas e sociais na rádio Ativa FM 98,7 FM. | Leia a entrevista completa.

A Comunicação que queremos

Edição especial do jornal “Mensageiro do Vidigal”

Saiu a edição especial do jornal “Mensageiro do Vidigal”. O jornal circulou entre as décadas de 1970 e 1990. Tinha como objetivo informar os moradores do Vidigal sobre os acontecimentos da favela, estimular a participação nas lutas encabeçadas pela Associação de Moradores do Vidigal contra a remoção e por melhorias locais. Em seu perfil em uma rede social, Bárbara Nascimento conta que o Núcleo de Memórias do Vidigal decidiu fazer uma edição especial do jornal para celebrar os 45 anos de resistência contra a remoção de moradores da área do 314, completados em 2022.  Ainda segundo Bárbara, o idealizador do jornal foi o saudoso Marcão do 14, homenageado na capa.

Comunicação Sindical

O discreto charme dos sindicatos na Internet

Um dos maiores desafios de nosso tempo tem sido as mudanças nas formas de nos comunicarmos. É tudo rápido demais. A quantidade de informações nos atordoa e adoece. É impossível lermos tudo o que recebemos nos grupos. Pessoas acreditam até que casca de limão cura câncer porque recebeu pelo zap. A extrema direita nada de braçada nas plataformas capitalistas. E nós? Muitos e muitas entre nós se debruçam sobre o tema. Dois deles são os jornalistas Arthur William e Gustavo Barreto, do Núcleo Piratininga de Comunicação. Cumprindo a missão de uma escola de Comunicação da classe trabalhadora, o Núcleo Piratininga de Comunicação coloca na praça um curso sobre o papel de cada ferramenta para a construção de uma comunicação que acompanhe o cotidiano das pessoas, unindo jornal, rádio, TV e internet. Acesse e confira o programa completo.

Democratização da Comunicação

Conferência de Comunicação Niterói se torna exemplo para o Brasil

[Via O Fluminense] A Comissão Organizadora da II Conferência de Comunicação de Niterói se reuniu com representantes do Ministério das Comunicações e da Prefeitura de Niterói para apresentação do Relatório das 41 propostas aprovadas na plenária realizada no dia 10 de março, na Câmara de Vereadores de Niterói. Os representantes do Ministério das Comunicações vieram a Niterói para conhecer como foi o formato e a realização da II Conferência de Comunicação de Niterói, ressaltando que o trabalho feito na cidade vai ser referência para a organização da Conferência Nacional. Na pauta da Comissão Organizadora estão o Conselho Municipal de Comunicação, o Canal da Cidadania e garantir espaços na TV Câmara para veiculações de iniciativas comunitárias e acadêmicas. | Continue lendo.

NPC Informa

Ainda sobre Fake News e as gigantes da tecnologia

[Por Mariana Sanches - BBC Brasil] Quando o governo de Justin Trudeau, o primeiro-ministro progressista do Canadá, criou o chamado “Ato de Notícias Online”, em junho de 2022, a divulgada intenção do projeto de lei era dar aos veículos de imprensa do país uma remuneração toda vez que alguém clicasse em algum link jornalístico indicado em um buscador, como o Google, ou em redes sociais. Mas, após a aprovação pela Câmara dos Deputados do país, em dezembro de 2022, o que aconteceu na internet canadense foi exatamente o oposto do que legisladores e o governo Trudeau esperavam. Embora o texto legislativo ainda dependa de chancela do Senado para entrar em vigor, em fevereiro deste ano, o Google se antecipou e implementou por cinco semanas um teste que limitou o acesso a notícias online de 3,3% dos usuários do buscador da big tech no Canadá. Na prática, o conteúdo jornalístico desapareceu dos resultados de busca de mais de um milhão de pessoas no país ao longo desse período. | Leia o texto completo.

NPC Informa

A automação substitui o trabalhador com plenos direitos pelo precariado

[Via Pílulas Diárias] Especialista em comunicação, o neozelandês Luke Munn acaba de lançar o livro “Automation is a Myth” (ainda sem tradução) em que ele explica que os sistemas “automatizados” não substituem qualquer trabalho humano, mas, sim, o trabalho trabalhado pleno, com pagamento integral, com plenos direitos, como férias, hora-extra, seguros, benefícios e outros. Falando ao portal DigiLabour, Munn afirma que os processos de automação são sustentados por imensas quantidades de trabalho humano e que os sistemas automatizados atuam menos sobre o trabalho em si e mais sobre a forma do trabalho, que é fatiado e transferido para “para o elo mais baixo”, ou seja, para o trabalhador precarizado, com o qual a empresa não tem qualquer responsabilidade. É o que vemos ocorrer em plataformas como Uber, Ifood, Rappi, cujo objetivo, diz o entrevistado, “não é usar mão de obra, mas extraí-la de forma parasita”, ou seja, ficam com o trabalho sem o trabalhador, desumanizando-o ainda mais. | Leia texto completo.

Proposta de Pauta

Por que o MST assusta tanto?

Neste texto, Frei Betto faz um balanço do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que, nascido em 1984, está próximo de completar 40 anos de existência. Obedecendo rigorosamente os princípios da Constituição Cidadã de 1988, o MST defende o uso social da terra, que deve ser produtiva, e o respeito ao meio ambiente. Lutando por um direito elementar, a reforma agrária, o movimento reúne 500 mil famílias assentadas e 100 mil acampadas.   Betto explica que ocupação não é invasão:  “Jamais o MST ocupa terras produtivas”, esclarece, acrescentando que o movimento é o maior produtor de arroz orgânico na América Latina. O MST defende uma Reforma Agrária Agroecológica, fazendo do acesso à terra um meio de produzir alimento saudável e sustentável para toda a sociedade brasileira. | Leia o artigo na íntegra.

De Olho Na Vida

Feira Nacional do MST visa mostrar função social da reforma agrária

[Por Gabriela Moncau - Brasil de Fato | São Paulo (SP)] Depois de cinco anos sem acontecer, a Feira Nacional da Reforma Agrária, o maior evento de interlocução entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a população das cidades começa nesta quinta-feira (11) e vai até domingo (14), no Parque da Água Branca, em São Paulo. De acordo com os organizadores, a Feira é uma forma de apresentar à sociedade não só o modelo de reforma agrária que o movimento defende, mas também aquele que ele produz, na prática. A vinda dos cerca de 1,2 mil feirantes para a capital paulista marca o início da comemoração de 40 anos do MST, cuja fundação foi em janeiro de 1984. | Continue lendo.

De olho no mundo

O ponto fraco da ultradireita latinoamericana

Assim como na Europa, ela cultua violência e anticomunismo. Mas sua referência é Trump. Por isso, seu nacionalismo é oco: ela não quer nem Estado forte, nem críticas ao neoliberalismo e aos EUA. Aí pode estar seu calcanhar-de-aquiles. | Leia o texto de Claudio Katz publicado na Jacobin Latinoamericana.

Memória

A Classe Trabalhadora e a CLT por Angela de Castro Gomes

[Via LEHMT-UFRJ] Promulgada por Getúlio Vargas no dia 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regula as relações de trabalho em nosso país nas últimas oito décadas. Articulando os direitos sociais com uma legislação trabalhista e sindical a CLT é, nestes tempos de precarização, combatida por aqueles que desejam eliminar direitos e garantias, e defendida pelos que consideram que justiça social e democracia vão de par com o direito do trabalhador a ter uma vida digna, justa remuneração e condições humanas de trabalho. Para refletir sobre o papel da CLT em nossa história, o portal LEHMT/UFRJ lançou a série de vídeos “A classe trabalhadora e a CLT: 80 anos”. No primeiro episódio, Angela de Castro Gomes (UFF/Unirio) fala sobre o contexto da promulgação da CLT e como ela foi peça fundamental, ao lado do salário mínimo e da Justiça do Trabalho, na construção de um projeto político que se configurava com a crise do regime autoritário do Estado Novo. | Assista.

Dicas

Propagação de desinformação na Amazônia

O Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social lançou, no final de abril, um relatório sobre os disseminadores de conteúdos enganosos na Amazônia. O estudo reúne os dados sobre 200 páginas e perfis que circulam pela região agrupadas em três grandes segmentos: organizações e ativistas de direita, figuras públicas de representação política e canais ou empresas jornalísticas. O estudo também revelou uma cadeia organizada de propagação da desinformação financiada por recursos de plataformas de marketing digital e também por recursos públicos. | Leia a matéria completa.

Pérolas

Paraíso do Tuiuti

"Não sou escravo de nenhum senhor / Meu Paraíso é meu bastião / Meu Tuiuti o quilombo da favela / É sentinela da libertação" (Paraíso do Tuiuti - Escola de Samba de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro - 2018)

Pérolas

Por Ana Leone

“Nós mulheres negras somos filhas, sobrinhas, netas, tataranetas dessas trabalhadoras domésticas. Porque quando lá atrás “termina” a escravidão, essas mulheres saíram da senzala pra ir a Casa Grande trabalhar em troca de comida, de um lugar para ficar e roupa. Quando a gente pensa que são 7 milhões de trabalhadoras domésticas em todo o Brasil, pretas, nordestinas, faveladas, causa arrepio só de pensar como tantas são submetidas a condições de trabalho análogas à escravidão. É conviver diariamente com uma cultura da subserviência” (Ana Maria Leone de Jesus em entrevista ao Fórum Grita Baixada, no Rio de Janeiro)

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Edição 439

Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

 

 

Livraria Antonio Gramsci

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Equipe
Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915)

Redação: Moises Ramalho

Equipe NPC: Ana Lucia Vaz (RJ), Aneci Palheta (RJ), Arthur William Santos (RJ), Cristina Braga (RJ), Douglas Heliodoro (RJ), Euro Mascarenhas (RJ), Eric Fenelon (RJ), Gabriela Gomes (RJ), Gustavo Barreto (RJ), Jessica Santos (RJ), Katia Marko (RS), Lidiane Mosry (RJ), Luisa Santiago (RJ), Marina Schneider (RJ), Mario Camargo (SP), Matheus Santiago (RJ), Najla Passos (MG), Rosangela Ribeiro Gil (SP), Sergio Domingues (RJ), Sheila Jacob (RJ), Tatiana Lima (RJ), Telma Gil (RJ).

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