Boletim do NPC

19 de março de 2018

Notícias do NPC

Antes de tudo: QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

[Por Claudia Giannotti/NPC] Há quase 40 anos cruzo a avenida Rio Branco em algum protesto. Começou na Ditadura. Início dos anos 1980. Reuniões clandestinas. Logo a atravessei exigindo Direstas Já. Protestei contra o Sarney na presidência. O plano cruzado. Por Chico Mendes. Em homenagem aos mortos de Carajás. Contra a chacina da Candelária. Tantas chacinas de pobres. Nos 8 de Março. Pelo meio ambiente. Contra as privatizações. Tantos planos econômicos. Em junho de 2013. Já a atravessei dançando, fotografando, escrevendo, berrando. Mas sempre sorrindo que eu não sei fazer diferente. Hoje (terça, 20/03) eu cruzei a Rio Branco só e calada. Queria que fosse assim. Eu estava ali porque minha amiga Marielle foi executada. Estivera com ela pela última vez no velório de Theotônio dos Santos. Que bom que não perdemos a oportunidade de nos abraçar. Sempre pode ser a última vez. A Rio Branco estava lotada. Agora a Cinelândia pulsa. A força das mulheres é algo imensurável. Se há esperança é aí que ela está. Nessas jovens mulheres, como Marielle Franco, que desafiam a ordem. Porque escolheram Marielle entre os parlamentares de esquerda para matar? A Rio Branco é de vocês, queridas meninas. A Rio Branco é nossa. Nós exigimos. Nós temos o direito de saber. QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

Notícias do NPC

Está lançada a Teia de Comunicação Popular do Brasil  

No último dia 15 de março, durante o Fórum Social Mundial de Salvador (BA), foi lançada a Teia de Comunicação Popular do Brasil. Trata-se de uma proposta do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), em sintonia com projetos de mídia alternativa, organizações populares, sindicatos e pesquisadores. A ideia da constituição dessa Teia é mapear e aproximar diferentes experiências de comunicação popular no Brasil, criando uma rede de solidariedade e colaborando para tirar do isolamento diferentes processos de resistência e insurgência, que ocorrem nas periferias das cidades e também em comunidades camponesas, incluindo povos e comunidades tradicionais. O lançamento da Teia se deu em uma roda de conversa, ocorrida no Fórum e promovida pelo NPC. Neste evento, além de várias falas, houve a exibição de um filme, lançamento de livros, declamação de poesia, cantos quilombolas e a leitura final de um manifesto. O investimento em formação é ponto fundamental para a consolidação e avanço do projeto. E a experiência do NPC nessa área foi ressaltada em várias falas durante a roda de conversa. | Saiba mais e leia o manifesto!

Notícias do NPC

Preencha o formulário, espalhe e nos ajude a tecer a Teia de Comunicação  

Para começarmos a construir a Teia de Comunicação Popular do Brasil, elaboramos um questionário. Ele tem o objetivo de investigar a atuação dos participantes no mundo da comunicação popular, alternativa e comunitária. O formulário já está disponível online. A ideia é que seja preenchido pelos representantes das entidades, grupos e movimentos que tiverem interesse em participar da Teia. Também podem colaborar conosco aqueles que conhecem alguma iniciativa de comunicação popular que se encaixe em nossa proposta. Para acessar o questionário, basta clicar em https://goo.gl/forms/qqyzgEQR0PCSikXp1

Notícias do NPC

Livro sobre o revolucionário Érico Sachs será lançado no Espaço Gramsci

Na quinta-feira, dia 22 de março, às 19h, ocorrerá mais uma Quinta Resistente no Espaço Gramsci. Neste dia, receberemos amigas e amigos para um bate-papo sobre a vida e as ideias de Érico Sachs, um dos mais influentes líderes da organização "Política Operária". Na ocasião, será lançado o livro “Érico Sachs/ Ernesto Martins: um militante revolucionário entre a Europa e o Brasil”. Contaremos com a presença de Sérgio Paiva, organizador da coletânea, e Eduardo Stotz, um dos autores do livro. Ele, inclusive, escreveu sobre a atuação de Érico Sachs como periodista internacional no Correio da Manhã (1949-1951). Em um momento tão difícil, essa será uma oportunidade para estarmos juntos e nos inspirarmos com exemplos e histórias de militância que atravessaram o mundo. O Espaço Gramsci fica na Rua Alcindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia.

NPC Informa

Fórum Alternativo Mundial da Água  

Acontece desde o dia 17, em Brasília, o Fórum Alternativo Mundial da Água. A partir da segunda-feira, dia 19, a programação do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA 2018 passou a ser desenvolvidas no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. O evento vai até o dia 22 de março e conta com a presença de 170 países, representantes de diversas organizações dos 5 Continentes. Ao final do evento a organização espera receber mais de 7 mil pessoas. Os dois primeiros dias de atividade do FAMA, 17 e 18, foram realizados na Universidade de Brasília (UnB) com mais de 400 atividades entre debates, oficinas, seminários, rodas de conversa, sessões de cinema e mostras culturais. Todos os debates são sobre a água como um direito e não mercadoria. | Acesse e saiba mais.

Artigos

Marcha de abertura do Fórum Social Mundial traz para Salvador diversidade e rebeldia

[Por Claudia Giannotti] A Marcha de Abertura do Fórum Social Mundial é sempre um momento de grandes emoções. Sindicalistas. Indígenas. Quilombolas. Ecologistas. Pessoas que lutam pela igualdade entre os homens e mulheres, pelo direito de viver livremente a sexualidade e a religião. E muita juventude. Estão todos lá. Os cabecitas blancas também. Eles se recusam a sair das ruas e deixar de brigar por suas utopias. Elas e eles chegam da Suíça, da França, da Alemanha. São operários argentinos, cubanos, italianos. Católicos, muçulmanos, protestantes. Palestinos. E muitos brasileiros. De todos os cantos, mas, principalmente, baianos. Vestem-se de forma simples. Roupas largas e alegres, cabelos soltos e sapatos baixos. | Continue lendo.

A Comunicação que queremos

Militantes criam site “A verdade sobre Marielle”  

No dia 14 de março, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, foi assassinada a tiros junto com Anderson Gomes, seu motorista, quando voltava de um evento com jovens negras. A dor da sua morte e de tudo o que ela simbolizava desencadeou homenagens emocionadas em redes sociais e grandes manifestações nas ruas pelo Brasil e no mundo. Mas também gerou uma série de acusações falsas sobre a sua história e sua atuação que estão sendo espalhadas principalmente pela internet. Para rebater a essas histórias falsas, foi criado o site “A verdade sobre Marielle”. Acesse e compartilhe: https://www.mariellefranco.com.br/averdade.

De Olho Na Mídia

O dia em que a Globo falou a verdade

[Por Emílio Azevedo/NPC-MA] Marielle Franco veio ao mundo para fazer história. Ontem, dia 18 de março de 2018, um domingo, a TV Globo, através do programa Fantástico, falou a verdade sobre a vereadora de esquerda assassinada quatro dias antes. Estamos falando da mesma Globo que é filha do fascismo, que foi criada com o apoio total da ditadura anticomunista instalada no Brasil a partir de 1964, que é porta voz do famigerado neoliberalismo, que é avalista do recente golpe ocorrido no país, incluindo todas as reformas que tiram direitos dos trabalhadores. É a Globo, o império de comunicação dos Marinho, conhecida por seu total engajamento à direita e pela omissão e manipulação de informações. Mas, nesse domingo especificamente, 18 de março de 2018, com o país chocado com o crime ocorrido no centro do Rio de Janeiro e com milhares de pessoas cada vez mais apaixonadas pelo inesgotável carisma e autenticidade de Marielle, a Globo optou por falar a verdade. E fez isso, entre outras coisas, por conta da absoluta autoridade moral da vereadora assassinada, além da profunda identidade que essa mesma vereadora tem com a maioria do povo brasileiro. | Continue lendo.

De Olho Na Mídia

Estratégia leviana do jornal ‘O Globo’

[Por Leandro Uchoas/Publicado no Facebook] A capa do jornal “O Globo” de hoje (segunda, 19 de março) confirma a estratégia da maior corporação midiática brasileira de utilizar o atentado político contra Marielle e o PSOL para fazer propaganda da Intervenção. O jornal coloca, lado a lado, uma foto da manifestação por Marielle e um texto sobre o aumento de recursos para a Intervenção Militar. A estratégia é leviana principalmente porque Marielle e o PSOL foram contra a Intervenção desde o início. | Continue lendo.

Proposta de Pauta

Manipulam nossa percepção para controlar nosso comportamento

[Por Reginaldo Moraes-NPC] A rede Globo tenta fazer com a morte de Marielle Franco aquilo que fez, com sucesso, em 2013: capturar uma manifestação de esquerda, injetar energia de direita e redirecionar tudo para o roteiro que havia escolhido. Em 2013, foi muito bem sucedida. Uma semana de manifestações de esquerda viraram gigantescas manifestações ultraconservadoras, com direito a espancamento de gente de esquerda ou gente que simplesmente se enganou e saiu com uma camisa vermelha. Muitos de nós não viram isso na ocasião e, pior, alguns continuam não vendo. Pagamos o preço. Muitos também não viram ou não quiseram ver que havia um golpe em andamento. Negaram até o último momento, depois se "conformaram" com o fato aparente de se tratar "apenas" da retirada de uma presidenta. Agora temos esse assassinato. Para alguns causa revolta e para outros provoca terror. (...) Só nestes últimos meses foram assassinados quase trinta ativistas de movimentos sociais. Muitos, como Márcio do MST na Bahia, ou Marielle do PSOL, no Rio. E outros vinte e tantos. E o ano mal começou. Não é acaso, é parte do processo de "higienização" do golpe. E parte de sua estratégia de meter medo e acostumar ao silêncio. Se isso pega, começar a criar liga e confiança no direitismo difuso e desorganizado que hoje se manifesta em mensagens caluniosas atacando a reputação de Marielle. Mas amanhã pode ser transformar em grupo organizado para fazer pior. Se não enxergamos isso, vamos ser engolidos, fatia por fatia, porque essa é a famosa estratégia hitlerista: cortar os inimigos feito salame. O assassinato de Marielle foi mais do que um atentado contra uma vereadora do Psol, uma militante negra, favelada e lésbica, tudo o que os conservadores odeiam. Foi tudo isso – e foi uma mensagem clara: calem a boca, vocês todos. | Leia o texto completo.

De Olho Na Vida

Crivella visita a Rocinha e se diz preocupado com a ‘imagem’ da favela

[Por Michel Silva/Publicado no Facebook] Hoje (segunda, 19/03) Crivella visitou a Rocinha e disse que irá pintar as fachadas das casas na entrada da favela. Quem passa pela autoestrada Lagoa Barra não pode ver as casas daquele jeito e nem o emaranhado de fios de eletricidade. Não sei o quer dizer. Sério.

De Olho Na Vida

Sobre a Marcha na Maré

[Por Maré Vive/Facebook] O ato ainda ecoa. Pessoas de diversas partes do Rio e do Grande Rio estiveram presentes e as favelas foram muito bem representadas pelo Complexo do Alemão, da Penha, Juramento, Borel, Rocinha, CDD, Prazeres, Manguinhos, Jacaré, Acari, Antares, Vila Kennedy e muitas, muitas outras. Não foi lindo. Foi luta! Não teve heineken e nem cracudinha. Foi seco, tipo uma marcha no deserto de concreto. Renascemos. Cão pra trás. Nenhum passo atrás. Mãos pro alto! Punho cerrado, cara fechada. Marielle esteve presente a cada passo, cada abraço, cada lágrima. Dentro de cada um de nós... Se a cidade fosse nossa, a Marielle tava viva! Essa frase rasgou a multidão em um momento de silêncio seguida do arrepiante "Respeitem a nossa dor! Respeitem a nossa dor!" vindos do carro de som, conduzido por mulheres negras e faveladas, que tavam lá atrás peitando os condutores e seus veículos que queriam passar por cima (literalmente) dos manifestantes. | Continue lendo.

De Olho Na Vida

Doria: lixo da história

[Por Rosângela Ribeiro Gil] Covardia de governantes que não são governantes, muito menos pessoas que devem ser honradas ou admiradas. Lixo. São apenas lixo da história. São apenas lixo da raça humana. É assim que podemos classificar o prefeito João Doria e o governador Alckmin, ambos do PSDB, quando “patrocinaram” um massacre contra servidores públicos municipais de São Paulo, na tarde de quarta-feira (14/03). Professores em um movimento pacífico, em frente à Câmara Municipal, foram barbaramente reprimidos por batalhão do Choque da Polícia Militar; as agressões começaram pela Guarda Civil Municipal. Dezenas de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e de pimenta, além de investirem de cassetetes contra homens e mulheres. | Continue lendo.

De olho no mundo

Campanha de Trump usou dados de 50 milhões de usuários do Facebook

[Por Canaltech] O Facebook, mais uma vez, se vê em meio a uma polêmica relacionada à manipulação de opinião pública durante a eleição presidencial americana de 2016. No final de semana, a rede social anunciou a suspensão de contas relacionadas a uma firma de análise de dados chamada Cambridge Analytica, que teria usado, sem autorização, os dados de 50 milhões de usuários em campanhas de publicidade. No centro da questão está Christopher Wylie, marqueteiro americano que criou o que chamou de uma verdadeira ferramenta de “guerra psicológica”, voltada para o uso de dados e da força das redes sociais para manipular a opinião pública. Seus dois maiores cases de sucesso foram a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e a campanha para que o Reino Unido deixasse a União Europeia, decidida por referendo realizado no mesmo ano.

Memória

Documentário ‘Soldados do Araguaia’ chega aos cinemas

Na próxima quinta-feira, 22 de março, estreia, nos cinemas do país, o documentário “Soldados do Araguaia”. Esse é o novo filme de Belisário Franca, o mesmo diretor de “Menino 23”. Soldados do Araguaia é um documentário que se propõe a dar voz às memórias e traumas de recrutas de baixa patente do Exército Brasileiro que combateram na Guerrilha do Araguaia. Da convocação junto às comunidades ribeirinhas e rurais até a dispensa após o extermínio da guerrilha comunista, os relatos dos ex-soldados compõem uma narrativa em que recrutas e guerrilheiros se confundem debaixo da opressão militar. Clique aqui e confira o trailer.

Dicas

“Dominação e resistência”, novo livro de Luis Felipe Miguel

A obra, lançada pela editora Boitempo, apresenta uma discussão sobre o sentido da democracia e sua relação com os padrões de dominação presentes na sociedade. A ordem democrática liberal não pode ser entendida como a efetiva realização dos valores que promete. Isso porque a igualdade entre os cidadãos, a possibilidade de influenciar as decisões coletivas e a capacidade de desfrutar de direitos são sensíveis às múltiplas desigualdades e diferenças que existem na sociedade. Porém, tampouco pode ser lida segundo a crítica convencional às “liberdades formais” e à “democracia burguesa”, que a apresenta como mera fachada desprovida de qualquer sentido real. Assim, a democracia não é um ponto de chegada. É um momento de conflito entre aqueles que desejam domá-la, tornando-a compatível com uma reprodução das diferenças sociais, e quem, ao contrário, pretende usá-la para avançar no combate às desigualdades. Portanto, o conflito na democracia é um conflito também sobre o sentido da democracia. Isto é, sobre o quanto ela pode se realizar no mundo real como projeto emancipatório e o quanto as instituições vigentes contribuem para promovê-la ou para refreá-la.

Pérolas

Por Angela Davis

"Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.”

Pérolas

Por Conceição Evaristo

“Por isso, na solidão desse banzo antigo / rememorador de todas e de todos, / os que de nós já se foram / é no espaço de nossa dor / que desenhamos / a sua luz-mulher – Marielle Franco – / E as pontas de sua estrela / enfeitarão os dias / que ainda nos aguardam / e cruzarão com as pontas / das pontas de outras estrelas, / habitantes que nos guiam, / iluminando-nos e nos fortalecendo / na constelação de nossas saudades"

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Edição 359

Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

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Equipe
Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915)

Equipe NPC: Aneci Palheta (RJ), Cristina Braga (RJ), Eric Fenelon (RJ), Gustavo Barreto (RJ), Josué Medeiros (RJ), Juan Leal (RJ), Katia Marko (RS), Lidiane Mosry (RJ), Luisa Santiago (RJ), Marina Schneider (RJ), Mario Camargo (SP), Najla Passos (MG), Sergio Domingues (RJ), Sheila Jacob (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Rosangela Ribeiro Gil (SP).

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