Documentário indicado ao Oscar foca a segregação racial nos EUA

Documentário indicado ao Oscar foca a segregação racial nos EUA

Filme é baseado em manuscrito de James Baldwin e cita a trajetória de ativistas que lutaram contra o racismo.
Por Thor Weglinski * / Blasting News

Encontro entre Martin Luther King Jr. e Malcom X (fonte: Wkipedia)

Encontro entre Martin Luther King Jr. e Malcom X (fonte: Wkipedia)

Dirigido pelo cineasta e ativista haitiano Raoul Peck, o documentário “Eu não sou seu negro” reúne memórias e pensamentos sobre a segregação racial nos EUA e sobre como é ser negro na terra do Tio Sam. O filme estreou no Brasil nesta quinta-feira (16) e é baseado em um livro iniciado em 1979 que não foi concluído, “Remember This House”, do escritor James Baldwin.

Indicado ao Oscar 2017 de Melhor Documentário, “Eu não sou seu negro” apresenta pensamentos e questionamentos sobre o #Racismo no país norte-americano: a falta de espaço para negros na televisão e no cinema e o fato de que os melhores empregos são ocupados por brancos. Além disso, lembra que os brancos nunca se colocaram na pele dos negros para saber as dificuldades de se viver em uma nação onde ainda há #Segregação e preconceito.

Livro mostrava a relação de Baldwin com ativistas

Baldwin, que faleceu em 1987, escreveu o livro baseado em seu contato com três personagens: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Junior, todos ativistas contra o racismo nos EUA e assassinados na década de 60. O escritor conta sobre seu vínculo com os três e, um dos momentos mais marcantes do filme, de como lidou com a morte de cada um.

Narrado pelo ator Samuel L. Jackson, o documentário exibe imagens antigas de passeatas contra e a favor dos direitos dos negros e de recentes mobilizações contra o racismo em Ferguson e Baltimore. Apresenta também entrevistas de Baldwin e trechos de antigos comerciais, musicais e filmes que mostram a dura exclusão social que permanece até hoje na terra de Donald Trump.

Documentário contesta ideais padrões sobre os EUA

Impactante e instigadora, esta produção em cartaz também questiona a ideia dos EUA como “terra da liberdade”, e substitui esse termo chamando-os de “terra da violência”. No entanto, há também referências a conquistas importantes como a previsão de Robert Kennedy, em 1968, de que os norte-americanos teriam um presidente negro, que foi confirmada 40 anos depois com a eleição de Barack Obama.

No #Oscar 2017, também concorrem ao prêmio os documentários “Fogo no Mar”, “Life, Animated”, “O.J.: Made in America” e “13ª Emenda”, sendo que os dois últimos também abordam questões ligadas ao racismo nos EUA. A cerimônia será realizada no dia 26 de fevereiro em Los Angeles e será conduzida pelo apresentador de TV Jimmy Kimmel.

* Thor Weglinski é jornalista e aluno do Curso Vito Giannotti de Comunicação Popular do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC)

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