[Por Vito Giannotti] Dezembro de 1901. Já naquela época, Lênin, em artigo chamado “Por onde começar” para o jornal do Partido Social Democrata Russo, não tinha dúvidas. Em seu texto ele afirmava que o primeiro passo a ser dado, para construir a revolução, era a “criação de um jornal para toda a Rússia”.
Era a afirmação da centralidade e da necessidade da comunicação para fazer a revolução. Ou seja, para conquistar sua hegemonia, o partido da classe trabalhadora deveria começar por criar um jornal que unificasse e organizasse a luta.
Óbvio que Lênin sabia, melhor do que ninguém, que apenas com um ou mil jornais não se chegaria a lugar algum. Mas também sabia que, sem um jornal, a revolução não chegaria nunca. Como os milhões de operários, soldados e camponeses seriam convencidos da sua necessidade? Como teriam informação e formação suficiente para abraçar a ação revolucionária, sem um jornal?
O século XX nos trouxe um arsenal de meios de comunicação. O que era a simples imprensa virou mídia. Do velho jornal e dos raros livros chegou-se ao cinema, ao rádio e depois à televisão. Depois, finalmente, à Internet e toda a mídia eletrônica. Mudaram e se ampliaram enormemente as ferramentas.
Se Lênin tivesse escrito seu texto hoje, não falaria só do jornal, mas de todas as armas da mídia atuais, do boletim eletrônico à cartilha, do rádio à TV. Tudo enfim.