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De 26 de setembro a 10 de outubro ocorre, na cidade do Rio, mais uma edição do Festival do Rio. São filmes produzidos em mais de 60 países e que tratam de temáticas variadas. Nós fizemos uma seleção de cerca de 20 filmes que debatem assuntos como a ditadura civil-militar no Brasil e no Chile e questões relacionadas à história do Brasil e do mundo, direitos humanos, África e América Latina.

 

FILMES BRASILEIROS

1) Serra Pelada: a lenda da montanha de ouro (Brasil / Dir. Victor Lopes). Documentário que conta a aventura da maior corrida do ouro do século 20. Brasil, década de 1980, 115 mil homens garimparam 100 toneladas de ouro no coração da floresta amazônica. Hoje, Serra Pelada se transformou num lago de 150 metros de profundidade, cercado por miséria, disputas e lendas. No festival também foi exibido o filme Serra Pelada, de Heitor Dhalia, uma ficção sobre o mesmo assunto.

Terça (1/10) – 20h – Ponto Cine

 

2) Mataram meu irmão (Brasil / Dir. Cristiano Burlan). O filme reconstitui a morte de Rafael Burlan, assassinado com sete tiros em 2001. A busca por contar a história do assassinato do irmão do diretor do documentário conduz ao coração de um círculo de violência em torno dos bairros da periferia de São Paulo, como o Capão Redondo. A trajetória de Rafael é contada a partir da memória de parentes e pessoas que conviveram com ele.

Terça (8/10) – 17h – Odeon Petrobras
Quinta (10/10) – 20h – Oi Futuro

 

3) Em busca de Iara (Brasil / Dir. Flavio Frederico). O filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg a partir da investigação pessoal da sobrinha da guerrilheira, Mariana. É a história de uma mulher culta e bela que optou engajar-se na luta armada contra a ditadura. Foi companheira do ex-capitão Carlos Lamarca e um dos alvos mais procurados pela repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime que atribuiu sua morte, em 1971, a um suicídio.

Terça (1/10) – 16h – Ponto Cine

 

4) Duas Histórias (Brasil / Dir. Angela Zoe). Documentário sobre a trajetória de dois militantes na luta contra a ditadura militar. A primeira história narra a fuga do Brasil para o Chile da militante Irles Carvalho, que vivia na clandestinidade com seu filho, Daniel. A segunda história é de Marco Antônio Meyer, militante estudantil, preso, torturado e depois trocado pelo embaixador alemão. O documentário contou com o apoio do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia.

Segunda (30/9) – 21h – Armazém da Utopia

 

5) Setenta (Brasil / Dir. Emilia Silveira) Na década de 70 no Brasil, em pleno regime militar, um grupo de 70 presos políticos de diferentes organizações é enviado ao Chile em troca da libertação do embaixador suíço. O documentário Setenta reencontra esses personagens 40 anos depois do banimento. Quem são eles? Como eles veem o passado? Que sonhos têm para o futuro? Como sobreviveram e como vivem?

Terça (1/10) – 17h – Estação Rio 1
Domingo (6/10) – 18h – Ponto Cine

 

FILMES ESTRANGEIROS
6) Amo todos vocês (Argentina / Luciano Quilici) Um grupo de amigos antigos se reúne para passar um dia fora da cidade. A tarde é tomada por conversas sobre como os ideais da juventude foram adiados por tempo indeterminado. A militância política, as discussões apaixonadas sobre cinema e literatura agora dão lugar a reuniões com ideologias moderadas. É a história de seis jovens na casa dos 30 que já carregam um certo desencanto sobre si mesmos em relação ao que queriam construir e ao que se transformaram.

Sábado (5/10) – 12h e 20h10 – Estação Rio 2
Segunda (7/10) – 15h50 e 21h30 – Estação Ipanema 1

 

7) A Eterna Noite das Doze Luas (Colômbia/ Priscila Padilla) Na região de La Guajira, na Colômbia, a tradição milenar do povo indígena Wayuu ainda vive. Quando uma menina tem a primeira menstruação, ela deve passar um ano numa cabana, praticamente isolada. A avó assume a responsabilidade de comandar esse rito de passagem, preparando a menina para o papel da mulher. Durante as doze luas, o filme convida o espectador a entender a profundidade do significado da cultura tradicional Wayuu.
Quarta (2/10) – 13h10 e 19h40 – Est. Vivo Gávea
Terça (8/10) – 15h30 e 21h15 – Estação Rio 3

 

8) Carne de Cão (Chile/ Fernando Guzzoni) Alejandro é um homem de 55 anos que carrega a culpa de um passado obscuro e busca uma nova identidade. Aos poucos descobrimos a razão do peso que o passado representa: Alejandro é um ex-torturador que cometeu atrocidades durante a ditadura de Pinochet. Décadas depois, ele busca redenção e tenta dar um novo sentido à própria vida.
Quarta (2/10) – 21h – Cine Santa
Quarta (9/10) – 13h20 e 22h (Estação Rio 3)

 

9) A imagem que falta (Camboja / Dir. RIthy Panh). A obra do cambojano Rithy Panh evoca em primeira pessoa um episódio recorrente em sua obra: o genocídio khmer, que dizimou sua família e transtornou sua infância. É uma oportunidade de o Ocidente saber mais sobre a história recente de um país que tão pouco conhecemos.

Quinta (3/10) – 13h20 e 20h – Estação Vivo Gávea 4
Sábado (5/10) – 15h40 – Estação Ipanema 1
Quinta (10/10) – 17h – Cine Santa

 

10) Meio sol amarelo (Nigéria / Biyi Bandele) O pano de fundo do filme, inspirado no romance de Chimamanda Adichie, é a guerra civil nigeriana. Olanna e Kainene são irmãs gêmeas de uma rica família nigeriana. Ao concluírem seus estudos na Inglaterra, as duas retornam ao seu país natal e seguem caminhos muito diferentes. Olanna entra em conflito com sua família quando vai viver ao lado de seu amante, o revolucionário Odenigbo; e Kainene se torna uma bem-sucedida empresária e se apaixona por Richard, um escritor inglês.

Segunda (7/10) – 14h e 21h30 – Roxy 3
Terça (8/10) – 16h30 e 21h30 – Cinepolis Lagoon 5
Quarta (9/10) – 14h e 17h50 – Estação Botafogo 1

 

11) A Batalha de Tabatô (Guiné Bissau / João Viana) Baio volta a Guiné-Bissau após 30 anos de exílio em Portugal. Lá, reencontrará sua filha Faju, que divide seu tempo entre aulas de história na universidade e os preparativos de seu casamento. A cerimônia acontecerá em Tabatô, uma aldeia tradicional habitada exclusivamente por músicos. Com a ajuda de tambores e marimbas, Baio tentará deixar pra trás as lembranças da guerra de independência que ainda o atormentam.

Terça (8/10) – 21h30 – Estação Botafogo

 

12) Libertem Angela (EUA / Shola Lynch) Angela Davis era uma jovem professora universitária, militante do Partido Comunista e dos Panteras Negras. Ao ser incriminada por uma tentativa de resgate de três detentos de uma prisão, ela entra na lista dos dez mais procurados do FBI. Caçada e presa, Angela chega a ser condenada, porém mobilizações no mundo inteiro, encabeçadas por personalidades como John Lenonn, Yoko Ono e Sartre, pedem sua libertação. No filme, Angela fala de como se viu transformada em símbolo da luta contra o racismo e a opressão policial.
Quinta (3/10) – 21h50 – Est. Vivo Gávea
Sábado (5/10) – 14h30 – C.C. Justiça Federal 2

 

13) Stuart Hall e os Estudos Culturais (Reino Unido/ Dir. John Akomfrah) A identidade cultural de uma pessoa é fluida e não depende apenas de suas raízes geográficas. Essa é uma das principais contribuições do sociólogo britânico Stuart Hall. Utilizando imagens de arquivo das participações de Hall na televisão e rádio, este ensaio documental faz um amplo retrato de sua vida e de seu pensamento e ativismo filosófico. A trilha sonora tem composições de Miles Davis, músico admirado por Hall.

Sábado (05/10) – 13:45 – Estação Botafogo 3
Quarta (9/10) – 14h30 – C.C. Justiça Federal 2

 

14) O Mordomo da Casa Branca (EUA/ Dir. Lee Daniels) História fictícia de um jovem negro do sul dos EUA que, em 1957, conseguiu um emprego como mordomo da Casa Branca. Ele é testemunha dos bastidores do poder de presidentes como John Kennedy, Richard Nixon e Ronald Reagan. Sua posição lhe causa problemas em casa principalmente com o filho Louis, jovem engajado contra o sistema. É o retorno do diretor às questões de igualdade racial e social.

Quinta (3/10) – 16h30 – Roxy 3
Domingo (6/10) – 16h30 e 21h30 – Leblon 2
15) Terra Prometida (EUA / Dir. Gus Van Sant) Steve Butler consegue um novo emprego em uma empresa especializada em extração de gás. Ele precisa convencer a população de uma pequena cidade no interior dos EUA que o danoso e agressivo método de extração da companhia que representa não é tão danoso quanto realmente é. Um filme bastante atual, sobre as agressões sociais e ambientais em nome de grandes empreendimentos.

Terça (1/10) – 14h e 19h – Roxy 3
Quarta (2/10) – 16h30 e 21h30 – São Luiz 3
Quinta (10/10) – 17h e 21h30 – Estação Rio 1

 

16) O espírito de 45 (Reino Unido/ Dir. Ken Loach) O novo filme desse grande cineasta trata de como se encontrava o Reino Unido em 1945, ano final da Segunda Guerra Mundial. O filme aborda e questiona um momento importante para a formação da Inglaterra moderna, com impactos que duram até hoje, como a criação do Estado de bem-estar social.

Quinta (3/10) – 19h20 – Est. Botafogo 1

 

17) Corredor da morte II – Retratos (EUA / Werner Herzog). “A pena de morte existe em 34 estados dos EUA. Como alemão, vindo de um contexto histórico diferente, eu respeitosamente discordo da prática da pena de morte”. É marcando sua posição que o cineasta Werner Herzog d á início à série “Corredor da Morte”, que aborda de maneira sensível esse assunto tão controverso.

Terça (1/10) – 19h10 – Estação Botafogo 1
Sábado (5/10) – 17h50 – Vivo Gávea 5

 

18) A fábrica de revoluções (Itália / Franco Fracassi). Documentários sobre as revoluções que sacudiram o mundo na última década, incluindo os levantes no Egito, Tunísia, Líbia e outros. O filme procura ver o que há em comum nessas revoluções, qual o papel das ONGs internacionais e das redes sociais e qual a influencia do Ocidente nesses países. Uma boa oportunidade para refletir sobre essa recente onda de mobilizações que temos visto no mundo.

Sexta (4/10) – 17h30 *Est. Vivo Gávea 1)
Quinta (10/10) – 19h15 – C.C.Justiça Federal 2

 

19) Deixe Queimar (EUA / Jason Order) Em 1985, a polícia da Filadélfia bombardeou a casa onde viviam os membros do grupo militante negro MOVE, provocando um incêndio que destruiu 61 casas e matou 11 pessoas. O incidente foi o desfecho de uma relação tensa entre o grupo e as autoridades americanas que já durava anos. “Deixe queimar” é o que teria sido dito por autoridades na ocasião do incêndio, que durou horas. Reunindo imagens de arquivo dos tribunais a depoimentos realizados, o filme reconstitui esse dia em que o conceito de democracia e direitos humanos foram colocados em xeque.

Quinta (3/10) – 18h – Est. Botafogo 3
Domingo (6/10) – 15h20 – Estação Rio 3 
Quinta (10/10) – 16h45 – C.C. Justiça Federal