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[Por Marly Tavares – Ascom/Sindsep-AP] Discutindo um dos assuntos mais em pauta no Brasil e no mundo, a Amazônia, o pré-FOSPA reuniu centenas de pessoas ligadas a diversas organizações que defendem minorias como associações quilombolas, indígenas, LGBTs, também de mulheres, extrativistas, centrais sindicais e sindicatos, bem como representantes do comitê do Fospa internacional e local.

O evento aconteceu dia 21/09 no Centro Diocesano em Macapá/AP e faz parte da agenda de preparação para o Fórum Panamazônico que acontecerá em 2018 em Salvador, Bahia – Brasil.

Com temas relevantes como Devolutiva Fospa – frutos e sementes, RENCA – lutar e resistir, trouxe também diálogos por eixos temáticos como: soberania popular; megaprojetos e extrativismo; educação comunitária intercultural e, comunicação Pan-Amazônica para a vida.

Ao som “Fora Temer, SOS Amazônia, selva amada, mata rica…”, cantada a uma só voz, a programação se estendeu até o início da noite.

Do comitê local (Amapá), Wemerson Santos fez uma explanação sobre a história do Fospa enfatizando o desafio que é entrelaçar o micro, o macro e o global, chamando a atenção para a importância do momento. Também do Comitê local, Audineia Machado, disse que, as mulheres foram as precursoras a se reunirem em associações no estado, em várias comunidades como, o Curiaú, Campina Grande, Cupixi, entre outras onde as mulheres foram as primeiras a atentarem para a importância da união em defesa de seus membros.

Do comitê internacional, Rômulo Torres, do Perú, agradeceu a Devolutiva se reportando para a importância da continuação da discussão sobre a defesa e a proteção da panamazônia. Disse ainda, que Macapá está colaborando muito com o fórum panamazônico. Rômulo encerrou sua fala dizendo que, mundo afora se constrói fóruns econômicos, na panamazônia se realiza fórum em defesa da Amazônia, o pulmão do mundo.

Denúncias como a feita por dona Rosa do Cupixi, comunidade distante 150 km de Macapá, capital do estado do Amapá, uma guerreira que há mais de uma década se colocou à disposição para lutar e defender os direitos das mulheres de sua comunidade hoje, está sofrendo todo tipo de violência por parte de grupos políticos locais que querem tomar o poder para transformar um belíssimo trabalho social em curral eleitoral, poder conquistado ao longo de quase 20 anos de árduas caminhadas enfrentando todo tipo de percalços em nome de melhor qualidade de vida de suas companheiras que vivem tão perto da capital, mas tão longe do progresso em todos os sentidos.

O Pré Fospa deu voz também para a agricultora de Campina Grande, distante 21 km da capital do Amapá, que denunciou o assassinato de seu pai por disputas de terras onde foi um dos desbravadores e hoje, vive sobressaltada com ameaças constantes.

São fatos tristes e inaceitáveis que ultrapassam o limite da lei e atingem frontalmente os verdadeiros atores sociais protagonistas da Amazônia, que não é feita somente de florestas e rios, mas coexistem espaços entrelaçados representados por mega centros urbanos, bem como pequenas comunidades extrativistas, quilombolas, indígenas que almejam tão somente viver em paz e harmonia com a natureza, com respeito, verdadeiramente amparados pela constituição brasileira que garante todos os direitos, mas que de fato não passam de “cidadania de papel” como escreveu o jornalista Gilberto Dimenstein na década de 90.

Nesse contexto, o Sindsep Amapá, entidade presente no estado há 28 anos, vem participando ativamente do fórum, se fez presente em Tarapoto – Perú levando as pautas dos companheiros e companheiras amapaenses, que sofrem juntamente com os demais trabalhadores do Brasil com a retirada arbitrária de seus direitos por parte do governo golpista de Temer, assim como levou o grito do povo em defesa da natureza que vem sendo destruída abruptamente pela ganância do capital.

Dirigentes como Errolflynn Paixão, Neuziana Castro, Cleide Dias, Altair Furtado e o secretário geral, Hedoelson Uchoa que em meio a extensa agenda, compareceu ao evento, levaram para pauta não só as reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras federais, mas o apoio a grande causa que é a defesa da panamazônia, colocando a radio web Sindsep amapá ao vivo para o mundo transmitindo os debates e entrevistas com lideranças interagindo simultaneamente com a Alemanha, França, Bolívia, Equador, Colômbia, Perú e o Brasil. Uma participação com interação importante para todos e todas.

É o Sindsep Amapá, o sindicato das ações!