por Luiz Fernando Veríssimo

“Eric Hobsbawm escreveu sobre o “pequeno século XX” (…) Concentrando-se no Brasil, Hobsbawm poderia adotar uma visão mais vagarosa da História e montar um argumento contrário, sobre um “longo século XVIII” em que as coisas não mudam. (…) O entusiasmo com que a direita brasileira aproveita o vexame petista para pregar e promover o fim da raça da esquerda deve-se à nostalgia, entre alguns, dessa delícia perdida: uma sociedade com os pobres resignados e uma aristocracia segura do seu direito divino e exclusivo ao poder. Um eterno século XVIII.” (Veríssimo n” Globo de 18-09-2005)