Maria Firma Reis

A maranhense Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira mulher a escrever um romance no Brasil, além de ser pioneira na crítica à escravidão. Nasceu em 1822, em São Luís, e faleceu em 1917, com 92 anos. Negra, publicou, em 1859, a obra “Úrsula”, de tom abolicionista com uma inédita humanização dos negros escravizados. Uma das personagens principais da obra é Susana, uma negra que, ao contar de seu cativeiro, opina: “É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura asfixiados e famintos!”. Anos depois, ela ainda publicaria o conto “A escrava” (1887), em que se lê que “a escravidão é e sempre será um grande mal”. A escritora também teve destacada atuação na imprensa local, publicando poesia, ficção, crônicas, enigmas e charadas. Foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público em seu estado natal para o cargo de professora primária.  Criou uma escola gratuita mista para meninos e meninas, causando escândalo na sociedade da época. Durante décadas, seu trabalho ficou desconhecido dos leitores brasileiros. Em 1975, o pesquisador José Nascimento Morais Filho lançou a biografia “Maria Firmina: fragmentos de uma vida”, contribuindo para recuperar sua importância para a trajetória literária brasileira.