Em vários sindicatos do país, neste mês de janeiro foram realizadas homenagens ao jornalista Mário Alves de Souza Vieira, assassinado no dia 17 de janeiro de 1970 nos porões do DOI-CODI do Rio. Mário Alves nasceu na Bahia, em 1923. Foi fundador e principal dirigente do PCBR, uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que defendia a luta armada na época da ditadura civil-militar. Em depoimento extraído do livro Desaparecidos Políticos, o advogado Raimundo Teixeira Mendes relata que o militante teve um papel fundamental na formação do movimento revolucionário brasileiro. Ele diz que Mário sempre esteve ligado à base do partido, e incentivava sempre a organização e a formação política.
Mário Alves chegou a ser diretor dos jornais Imprensa Popular e Novos Rumos. Tinha 46 anos quando foi preso e assassinado sob tortura.
Segundo informações do Grupo Tortura Nunca Mais, “a companheira de Mário Alves e sua filha Lúcia conseguiram, em 1987, que a União reconhecesse a responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos morais. Esse foi o primeiro caso em que a União reconheceu sua responsabilidade por um desaparecimento político”.