Por Guilherme Marques (IPPUR/UFRJ) e Danielle Barros Benedicto (IPPUR/UFRJ)
Texto apresentado no 13º Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional. Maio de 2009, Florianópolis (SC)
Resumo
Os XV Jogos Pan Americanos foram uma oportunidade para a cidade do Rio de Janeiro demonstrar a sua capacidade de organizar e sediar grandes eventos. Eventos deste tipo associado a grandes projetos urbanos têm como perspectiva, muitas vezes, promover uma renovação urbana e atrair investimentos. Para tanto, faz-se necessário “limpar” essas áreas valorizadas e vender a imagem de uma cidade sem conflitos. Ações de despejo e ações policiais com objetivos de intimidar e impedir a ocorrência de manifestações foram, assim, realizadas antes e depois do PAN.
Nesse contexto de violência social, orçamentos astronômicos e legados sociais fictícios, emerge uma resistência a este tipo de projeto. O Comitê Social do Pan foi, no primeiro momento, o porta-voz dessas denúncias. Com a aproximação do evento, o conjunto dos movimentos (sindical, popular, comunitário, estudantil, direitos humaos etc) também passou a se manifestar.
Nesse estudo é apresentado um levantamento das 45 manifestações organizadas pelos diversos movimentos sociais cariocas que tiveram o PAN como arena ou objeto, classificando-as conforme os atores envolvidos e o objeto da luta. Por fim, analisa-se o conjunto dessas ações e, entre seus resultados, a construção de uma ampla rede de articulação entre movimentos e lutas: a Plenária de Movimentos Sociais do RJ.