Publicado em 10.02.11 – Por Ciranda.net
No dia 9 de fevereiro, o primeiro dia de atividades autogestionadas no Fórum Social Mundial de Dacar, foi realizado um seminário com mídias alternativas de vários países. A iniciativa foi das organizações Ritimo, da França, e da Ciranda e Intervozes, ambas brasileiras. O objetivo do seminário foi a troca de experiências e a proposição de ações conjuntas, que levem à organização de um novo Fórum Mundial de Mídias Livres.
No primeiro momento foi feito um panorama das novas mídias nos continentes, reunindo experiências diversas da África, América Latina, Ásia e Europa. Na França, onde há boas leis para a garantia da liberdade de expressão, “a realidade mostra que a liberdade de imprensa já não é tão grande assim”, como diz David, do Repórter Cidadão. A concentração dos meios é algo que vem acontecendo na França nos últimos anos, inclusive com novos decretos de Sarkozy, um dos quais determina a nomeação da direção da televisão pública pelo governo. “Antes, os movimentos sociais gostavam quando a mídia aparecia, hoje os movimentos querem a mídia longe, e as pessoas perguntam porque as coberturas são todas iguais”.
América Latina entre o modelo privado e alternativas
Na América Latina o modelo de comunicação é o das mídias privadas americanas, não o das mídias públicas da Europa, falou Sally, da ALAI – Agencia Latinoamericana de Información. “As mídias comunitárias procuram preencher o espaço da mídia pública, mas são ainda marginais e pequenas, são principalmente rádios”. Sally citou os exemplos da Argentina e da Venezuela, onde grandes mobilizações influíram nesta pauta, e onde o tema vem alcançando os movimentos sociais, que percebem a necessidade de criar suas próprias mídias.
A coordenadora da Ciranda, Rita Freire, salientou a importância de que o FSM seja portador da mensagem pela democracia nos meios de comunicação. Apresentando os contrastes existentes no Brasil, Rita destacou a criminalização da pobreza e a mercantilização feita pela mídia, distorcendo a realidade, a imagem da mulher, escondendo a maioria afrodescendente, agredindo os direitos da infância.
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