No dia 30 de novembro fomos surpreendidos pela notícia da morte de Dom Waldyr Calheiros, símbolo de resistência e dedicação às causas sociais no Brasil. Era grande defensor dos princípios da Teologia da Libertação e incentivador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), de movimentos populares e das pastorais sociais. Ex-bispo católico brasileiro e bispo emérito da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, ficou conhecido por seu engajamento no período da ditadura civil-militar brasileira, quando deu abrigo e auxiliou perseguidos políticos. Também apoiou lutas sociais e movimentos de trabalhadores. Em 1988, quando houve a greve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), adotou posição favorável aos operários e abrigou líderes do movimento. Também celebrou uma missa de velório de Walmir, Barroso e William, os três trabalhadores mortos pela repressão.
Em entrevista ao blog Quem tem medo da democracia?, Dom Waldyr conta um pouco de sua participação naquele momento. “Uma vez, veio me pedir socorro uma pessoa que se apresentou dizendo que trabalhava com Dom Pedro Casaldáliga. Queria que eu o ajudasse a fugir do país. Como ele trazia o nome de Dom Casaldáliga, já tinha uma credencial… E ele tinha que fugir, pois estar com Pedro não era possível… Fiz o que estava ao meu alcance, me dirigi ao bispo da fronteira, Foz do Iguaçu, e disse: ‘tem um fulano aqui que eu gostaria que você desse uma ajuda para ele passar para o Uruguai’ Ele atendeu. Esse eu sei que encaminhei.”