Por Sérgio Carvalho

Foram comentários desimportantes aqueles que a crítica do GLOBO escreveu sobre o espetáculo “O círculo de giz caucasiano”, peça de Brecht encenada pela Companhia do Latão. A rigor não mereceriam resposta. Não discutem a concepção do espetáculo, não relacionam as partes criticadas ao todo, não se preocupam em argumentar antes de sentenciar. Seguem, em geral, a técnica de desamor de Bárbara Heliodora. E contra sua opinião de que a dramaturgia de Brecht “não resistiu às décadas” bastaria o desmentido do público no teatro. O que vale a pena, entretanto, responder são suas opiniões sobre o teatro épico, estereótipos banais com os quais Brecht já convivia nos anos 30. “É preciso defender o teatro épico contra qualquer suspeita de se tratar de um teatro desagradável, tristonho e fatigante” escreveu Brecht após os ataques conservadores contra seus primeiros trabalhos.

(Carta ao jornal, em 09.2006)