Coletivo de organizações, redes e fóruns espalhados pelas diversas regiões brasileiras estão organizando a 3ª Semana Nacional de Democratização da Comunicação que acontecerá em outubro. Várias ações serão realizadas para analisar os meios e os processos de comunicação no país. Por Naira Rosana, do Informativo SetePontos, out/2005
 

Em meio à crise política no Ministério das Comunicações, com o novo ministro, Hélio Costa, a sociedade civil mantém a luta pela democratização da comunicação no Brasil. A pergunta é: que sentido os meios de comunicação brasileiros têm dado à vida humana? Será que prezam pela dignidade de todos os seres humanos? São democráticos ou formam monopólios?

Para travar o debate, um coletivo de organizações, redes e fóruns espalhados pelas diversas regiões brasileiras estão organizando a 3ª Semana Nacional de Democratização da Comunicação que acontecerá em outubro. O Dia Internacional da Democratização da Mídia, 18 de outubro, foi criado em 2000, em Toronto (Canadá), principalmente como forma de protesto contra a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas pessoas.

No mundo todo esta data é comemorada. No Brasil, em 2003, a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) teve a iniciativa de organizar uma série de atividades, em várias cidades do país, para ampliar na sociedade brasileira a bandeira e as diversas lutas pela democratização da comunicação. Mais do que antes, muitas pessoas estão empenhadas em mostrar os problemas e desafios que envolvem a comunicação, de maneira geral, no Brasil. Várias ações serão realizadas para analisar os meios e os processos de comunicação no país. Atos públicos, debates, seminários, exibições públicas de vídeos, entre outras atividades, movimentaram organizações e movimentos sociais que lutarão por uma outra comunicação e por um outro modelo de outra sociedade. 

Estados se mobilizam em prol da democratização

No Rio de Janeiro, será realizada no período de 17 a 19 de outubro, serão realizados debates na PUC, na UERJ e na UFF. Haverá também, no dia 20, um ato em manifestação contra a política do ministro Hélio Costa. O local será a praça XV, onde fica a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) . O horário é 16h, sem hora para terminar, com participação de artistas, músicas e performances.

Em Pernambuco, todas as ações serão realizadas pelo Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), pela Enecos (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação) e pela prefeitura do Recife, com a parceria da Articulação Musical Pernambucana (AMP) e o apoio do Serviço de Cooperação Técnica Alemã (DED). Estão previstas cerca de 15 oficinas temáticas com públicos de diversos segmentos e debates em universidades. No dia 7 de outubro, às 9h, uma teleconferência nacional sobre as rádios comunitárias terá lugar na Assembléia Legislativa.

Em São Paulo,  começará no dia 17 de outubro, com a participação de movimentos públicos e sociais, grupos de comunicação comunitária, estudantes e público em geral. Estão previstos atos públicos, debates, ações diretas, divulgação, mobilização e registro. 

Assuntos em pauta

A inclusão digital será pautada, além de problemas nos processos das rádios comunitárias pela Anatel e o software livre. “O governo tem o dever de democratizar a comunicação no país. E o nosso principal objetivo é a promoção do uso do software livre como uma alternativa de liberdade de expressão, econômica e tecnológica para uma inclusão social e igualdade de acesso a estes avanços”, afirmou Breno Costa, da Enecos.

“Este novo ministro, ligado mais a um campo conservador, que ver o ministério como fonte de poder, do que intervenção efetiva nos rumos da comunicação, representa os interesses dos setores que hoje controlam os grandes meios de comunicação e as grandes tecnologias de telecomunicações no Brasil e no mundo. Por isso, estamos aqui fazendo o nosso papel, para que as pessoas percebam que a democratização da mídia é possível”, completou Breno Costa.

Com o cenário atual, os estudantes persistem na luta pelos seus direitos. “Esperamos deste ministério atitudes concretas para inverter o paradigma da mídia brasileira, que deve servir ao interesse público, em detrimento da busca do lucro”, enfatizou a estudante de Comunicação Social, Tatiana Oliveira.
 
 

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Fonte: http://www.comunicacao.pro.br/setepontos