O 18º Curso Anual do NPC terminou no domingo (25.11) com chave de ouro. Foi exibido o belíssimo filme francês “As Neves do Kilimanjaro”, dirigido por Robert Guediguiane. Depois houve debate com o coordenador do NPC, Vito Giannotti, e com a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e doutora em Antropologia Camila do Valle.
O filme retrata os efeitos da crise econômica na cidade portuária de Marselha, na França, o desemprego e suas consequências para os trabalhadores e suas famílias. Através de um olhar extremamente humano, o filme expõe as contradições vividas diariamente pelos trabalhadores nas suas relações afetivas e profissionais. No debate foi colocado em questão o conceito de família e a solidariedade foi apontada como o caminho para a construção de um mundo melhor e mais justo. Além disso, a necessidade de as lideranças sindicais estarem em sintonia com a base, sempre dialogando e ouvindo seus representados foi um ponto destacado a partir da reflexão sobre o filme.
Vito Giannotti disse que a grande lição desse filme é a aposta na coletividade, ao contrário do individualismo e da competitividade propostos e naturalizados pelo projeto neoliberal. A professora Camila do Valle ressaltou que uma das grandes lições é a necessidade de se desnaturalizar e ressignificar diversos conceitos, como “criminoso” e “estranho”, por exemplo. Ela lembrou que, apesar de se chamar “As Neves do Kilimanjaro”, a trama se desenvolve em uma cidade francesa. É como se, na atualidade, fôssemos estranhos uns aos outros em nossos próprios territórios. “O filme aponta para a necessidade de se construírem outras relações, mais humanas, porque as de hoje já vimos que não estão dando certo”, observou.
Uma bela lição a todos os participantes do curso.