[*Por Fatima Lacerda] Aos 97 anos de idade, o líder sindical Bentilho Jorge da Silva faleceu na segunda-feira, dia 5, na Engenhoca, em Niterói, onde viveu nos últimos 35 anos, na companhia dos filhos. Eram nove.
Bentilho era ferroviário, fundador do Partido Comunista do Brasil (PCB), em 1922, e sofreu várias prisões políticas ao longo da vida. Era correligionário e amigo pessoal de Carlos Mariguella que chegou a realizar reuniões clandestinas no Barreto, em Niterói, em sua residência, nos idos 1967.
O líder ferroviário foi preso em 1967, permanecendo mais de um ano no DOPS, no Rio de Janeiro, onde foi barbaramente torturado. Depois de libertado, as perseguições continuaram, praticadas pelo “CCC” (Comando de Caça aos Comunistas). Outras prisões ocorreram na ditadura Vargas, quando atuava com Luís Carlos Prestes.
Como ferroviário foi dirigente sindical, ao lado de Batistinha, entre 1945 e 1963. Batistinha chegou a ser eleito deputado federal e, posteriormente, foi cassado e preso. Na época, Bentilho foi um dos coordenadores da sua campanha, sendo responsável pela redação do “Manifesto aos Ferroviários”.
*Fátima Lacerda é jornalista da Agência Petroleira de Notícias