bagulhao

Presos políticos do Presídio Romão Gomes, em São Paulo, escreveram uma carta com os nomes e codinomes de 233 torturadores do regime militar no país. O documento, elaborado na época da ditadura, foi revisto e virou um livro, intitulado Bagulhão: A Voz dos Presos Políticos contra os Torturadores. O lançamento foi realizado no dia 16 de junho pela Comissão Estadual da Verdade de São Paulo. Segundo a comissão, foi a primeira denúncia pública de presos políticos sobre torturas e torturadores, embora outros documentos tenham sido elaborados na época e divulgados, mas de forma clandestina. Este, na ocasião, foi enviado ao presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (na época) Caio Mário da Silva Pereira.

O nome Bagulhão se refere ao fato de o documento ganhar volume com o passar do tempo e também porque bagulho, na linguagem usada por quem estava preso, significava algo que os “presos temiam muito”. O documento, segundo ele, começou a ser produzido pelos presos em 1969, de forma conjunta, e foi feito de forma sigilosa, para que os militares não tivessem conhecimento sobre ele. Além da identificação dos torturadores, o documento descrevia também os principais métodos e instrumentos de tortura que eram empregados pelos órgãos de repressão e as condições carcerárias. | Informações da Agência Brasil.