O documentário político “A Batalha do Chile” acaba de ser lançada em DVD pela Coleção Videofilmes. Trata-se de uma obra-prima do cineasta chileno Patrício Guzmán que pode, inclusive, ser utilizado como o currículo de um curso de formação política. Temas como reformismo, revolução, socialismo, a dominação burguesa, o poder popular, o papel da mídia e muitos outros surgem enquanto assistimos ao filme. São quase cinco horas de duração, divididas em três partes: “A Insurreição da Burguesia”, “O Golpe de Estado” e “O Poder Popular”. A caixa também traz um disco de extras com entrevistas e outros documentários muito interessantes.

A primeira cena do documentário mostra o Palácio de La Moneda sendo bombardeado em 11 de setembro de 1973. É o próprio símbolo da dominação burguesa. A classe dominante não hesita em destruir suas próprias obras para manter seus privilégios. Mostra que, se a esquerda chilena pretendia trilhar a “via pacífica” para o socialismo, a burguesia não vacilou em responder com extrema violência. Paz para ela significa sossego para continuar explorando. Já para seus inimigos é a paz dos cemitérios.

Mais sobre Patrício Guzmán
A matéria prima de Patrício Guzmán em seus documentários é a história recente do Chile. Em sua filmografia estão “La memoria obstinada”, “El caso Pinochet” e “En nombre de Dios y La batalla de Chile”. Seu último filme, de 1973, se chama Salvador Allende. O professor Reginaldo Moraes, do Conselho do NPC, já viu e indica: “é muito bom”. De acordo com o site, o documentário conta a vida do presidente Salvador Allende, desde sua infância em Valparaíso até  sua morte, em 11 de setembro de 1973, alternando imagens de documentos de arquivos, álbuns de fotos e entrevistas.