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Eneias, vereador do Espírito Santo homenageia Vito na tribuna da Câmara.

[Por Júnior Eler] O escritor, militante das causas operárias e mestre da Comunicação Sindical, Vito Giannotti, falecido no dia 24 de julho deste ano, foi homenageado com Moção de Pesar pela Câmara de Vereadores de São Mateus, Município do Litoral Norte Capixaba. A Indicação foi do vereador e sindicalista Eneias Zanelato (PT). A Moção foi aprovada por unanimidade pelos vereadores.

“Eu, pessoalmente, fui um dos alunos do Mestre Giannotti, do qual tenho a honra de homenagear. Como diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo e da Federação Única dos Trabalhadores, incentivei a participação de sindicalistas, jornalistas e estagiários nos cursos oferecidos por Vito e o Núcleo Piratininga de Comunicação. E, como nós do Movimento Sindical e da Luta de Classes sempre fazemos quando se vai um Companheiro que tanto contribuiu para diminuir as diferenças sociais, digo com tristeza e orgulho: ‘Companheiro Vito Giannotti, PRESENTE!’” – enfatizou Eneias.

O vereador lembrou que Vito faleceu aos 72 anos, de causas naturais, no Rio de Janeiro, onde residia e coordenava o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). A entidade foi fundada por ele em 1990 com a missão de mudar a cara da imprensa sindical e popular brasileira, ensinar os profissionais da área a tornar os jornais de Classe mais ‘a cara’ do trabalhador e usar a Comunicação como arma fundamental para a Luta de Classes. “Essa missão foi cumprida com muito suor e honra, e sempre é um desafio constante” – destacou o parlamentar.

QUEM FOI VITO

Vito Giannotti nasceu na Itália, em 1943, e se radicou no Brasil. Em São Paulo, trabalhou como metalúrgico ferramenteiro por 20 anos, se firmou como lutador da Oposição Metalúrgica na construção de uma sociedade mais justa e foi diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Já no Rio de Janeiro, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação quando o neoliberalismo avançava e sindicatos e trabalhadores se viam cada vez mais enfraquecidos. Giannotti estimulou várias gerações de comunicadores populares e sindicais a empunharem a bandeira da luta pela democratização da comunicação, assunto que dominava como poucos e sobre o qual dedicou grande parte de sua vida.

Passou a rodar o Brasil ensinando os trabalhadores a arte da comunicação popular, dirigida aos próprios trabalhadores. Às vezes, quando os Companheiros estavam cansados, ele chamava à luta sempre com a frase: “Levanta garoto!”.

Com a Companheira de vida, Cláudia Santiago, instalou no coração do Rio de Janeiro a Livraria Antônio Gramsci, que viria se tornar ponto de encontro de intelectuais de esquerda e lutadores populares.

Sua contribuição com a comunicação popular e luta operária foi enorme. É autor dos livros “O que é Jornalismo Operário”, “Collor, a CUT e a pizza”, “Trabalhadores da aviação: de Getúlio a FHC”, “A CUT por dentro e por fora”, “Cem anos de luta operária”, “Comunicação Sindical: a arte de falar para milhões”, “Muralhas da Linguagem”, “Manual de Linguagem Sindical” e “Força Sindical, a central neoliberal”, dentre outros.

Além de Cláudia Santiago, ele deixa uma enteada, um filho, milhares de profissionais formados por ele, uma legião de fãs e muitas saudades.