[Por Gizele Martins] Inúmeros movimentos sociais, partidos políticos de esquerda, professores e diretores de universidades e entidades de classe, estiveram presentes na manhã do dia 30 de março, no evento Tribuna Livre, organizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), na FioCruz. A instituição, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, e reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho em pesquisas no campo da saúde, realizou o evento para afirmar o seu compromisso com a democracia brasileira diante desta tentativa de golpe.
Mesmo reafirmando a sua defesa pela democracia, as quase quatro horas de falas das entidades e movimentos presentes foram propostas também para que cada um colocasse suas avaliações sobre esses anos do governo PT: A falência do SUS; as condições das periferias; o desemprego; a promessa de uma reforma agrária que nunca aconteceu; o aumento no número de assassinatos aos indígenas e diversos outros problemas foram pontuados pelo público.
Alexandre Pessoa, professor e pesquisador na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fio Cruz, colocou outras críticas, tanto em relação à segurança pública, quanto às empresas que dominam o país: “As empresas comandam. As milícias continuam aumentando o seu poder de domínio nos territórios empobrecidos. Diante disto, qual o papel do Estado? Parece que ele se sustenta com essas relações de poder. Precisamos aprofundar esses debates”, falou.
De acordo com Darcilia Alves, moradora de Manguinhos, esta tentativa de golpe é uma afronta ao povo pobre por causa de algumas conquistas que esta parcela da população começou a ter depois da chegada do PT ao governo. “Este golpe é contra o nosso povo. É contra as nossas conquistas”, afirmou a moradora.
Foram aproximadamente 40 falas colocando as críticas, mas também afirmando o quanto seria um retrocesso ao país um golpe neste momento. Foi um bom debate e uma boa análise sobre os momentos atuais também, por isso, para Hermano Castro, diretor da ENSP, plenárias como estas são mais que necessárias sempre. “Todos precisam se colocar e a ideia é que a Tribuna seja permanente”, finalizou o diretor.