cronica-militante

O escritor negro Lima Barreto é o homenageado da Festa Literária de Paraty (Flip) de 2017. Conhecido por romances como “O triste fim de Policarpo Quaresma”, em seus textos ele abordou de forma crítica a sociedade brasileira e, em especial, o Rio de Janeiro. Pela importância do autor no cenário literário nacional, a Expressão Popular lançou, em 2016, o livro “Lima Barreto: a crônica militante”, uma seleção de textos não-ficcionais publicados pelo autor nas coletâneas “Bagatelas” e “Feiras e mafuás”. São comentários do escritor tecidos a partir de fatos e acontecimentos do início do século 20 e que muito têm a ver com a nossa realidade atual. Em “Carta aberta”, por exemplo, destinada ao presidente Rodrigues Alves e assinada em 2/12/1918, escreve: “Não são mais os militares que aspiram à ditadura ou a exercem. São os argentários (donos do dinheiro) de todos os matizes, banqueiros, especuladores da bolsa, fabricantes de tecidos etc, que, pouco a pouco, vão exercendo, coagindo, por esta ou aquela forma, os poderes públicos, a satisfazer todos os seus interesses sem consultar os da população e os dos seus operários e empregados”. Essa e outras crônicas podem ser lidas nessa interessante coletânea.