[Por Guilherme Boulos – líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) – 09.03.2017] Recebi nesta quarta-feira (08.03) uma ligação da direção da Folha dizendo que esta seria minha última coluna. Não estranhei. Estranhei, na verdade, que essa ligação tenha demorado tanto tempo para acontecer. Tenho posições antagônicas às do jornal e, principalmente, uma militância que incomoda a maior parte dos leitores e anunciantes que o mantêm.
O argumento dado foi de uma renovação “natural”, uma rotatividade de colunistas. Pode ser. Porém, até pelo momento em que ocorre, me parece impossível não relacionar o gesto ao acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) na Paulista, com todas as reações de hostilidade que gerou em empresários e associações sediadas naquela avenida.
A gritaria de desqualificação da luta do movimento acaba dando o tom na maioria dos leitores da Folha, cada vez mais conservadores.